30 de novembro, dia do Síndico
A eles, um abraço do tamanho da responsabilidade.
Por Inaldo Dantas*E para comemorar a data, uma crônica um tanto quanto fictícia (não sei até em que ponto...)
Certa noite, pelas 20h30, imediatamente após o Jornal Nacional, horário já “convencionado” para começar qualquer reunião de condomínio, as chamadas Assembleias Gerais, eis que você chega, senta “lá trás” e fica “ouvindo” o que “lá na frente” se discute. Na pauta, “Eleição de Síndico”.
Não que no seu caso não tenha sido exatamente assim, mas...., depois de um longo “empurra-empurra”, já que nenhum dos presentes manifestava menor interesse em “abraçar a causa” e “topar” lançar seu nome à “disputa eleitoral” alguém “de lá” sugere seu nome, sob o argumento de que só você seria capaz de administrar o condomínio.
Num verdadeiro “passe de mágica” seus vizinhos conseguiram lhe convencer que era você mesmo, o “salvador da pátria” e ainda se ofereceram a “forma uma comissão” para lhe ajudar em “tudo o que fosse necessário”.
De imediato o secretário, que estava imbuído de lavrar a ata, escreve seu nome completo e diz que seu mandato será de dois anos, a partir daquela data. Que bom! Nasceu ali um novo síndico, um verdadeiro “salvador da pátria condominial”.
Manhã do dia seguinte, o zelador já bate à sua porta com uma listinha de material que precisa, urgentemente, ser comprado. Nem deixa sua porta, já chega o morador do apartamento abaixo da cobertura, reclamando de uma infiltração “que existe há anos” e “ninguém toma a providencia de conserto”. Outros e mais outros problemas surgirão, é claro que não ficaram apenas naqueles dois primeiros.
Mas, ser síndico é administrar conflitos, é defender o interesse da coletividade, é promover a harmonia e principalmente, garantir a integridade física da edificação, sob o risco de responder, civil e criminalmente por isso.
E nesse entendimento é que queremos, nesta data, homenagear aqueles que, com responsabilidade, espontaneidade e principalmente, dedicação, exercem este cargo que ao mesmo tempo é ingrato (quando se recebe agressões gratuitas) e gratificante, pois ser síndico, além de tudo o já dito acima, é ser um pouco de Padre, Psicólogo ou Policial, e quando falhar nos três, é ser, taxativamente, um Juiz de última instância.
(*)Inaldo Dantas é Advogado, Síndico Profissional, Administrador de Condomínios, Presidente do Secovi-PB, Editor da Revista Condomínio, Colunista do Jornal Sindiconews, Comentarista da Band-TV Clube, Palestrante e autor do Livro “O Condomínio ao Alcance de Todos”.