A onda de startups
Condotechs invadiram o mercado condominial
Próximo síndico do seu prédio será um algoritmo
Entregas de encomendas, problemas com vizinhos, notificação de visitas. Essas são apenas algumas das questões diárias de condomínios residenciais e comerciais, geralmente resolvidas por porteiros, zeladores e síndicos. No entanto, startups estão surgindo no mercado brasileiro para tentar deixar os condomínios mais inteligentes.
As condotechs, como são conhecidas, ainda são um nicho no Brasil: não há unicórnios ou grandes levantamentos sobre o segmento. Mas alguns exemplos mostram que a área tem potencial — e alguns competidores fortes — para mudar a forma como interagimos com o condomínio.
Gerenciamento inteligente
Uma empresa que tem aproveitado essa onda positiva ao redor das condotechs é a Noknox. Fundada em Brasília, no final de 2017, a startup oferece um app de gestão que permite autorizar a entrada de visitantes, ser notificado da chegada de encomendas, registrar ocorrências e ainda poder falar com os seus vizinhos por meio de mensagens.
A startup busca pegar a grande parcela de condomínios que não possuem automatização em seus processos de gestão — segundo a Associação Brasileira de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), apenas 2 mil dos 300 mil condomínios brasileiros utilizam portaria digital e eletrônica.
“Vimos uma oportunidade de negócio. Criar uma solução tecnológica que aposentasse o interfone físico”, contextualiza Anderson Entrielli, head de marketing da empresa. “Nosso serviço envolve melhoria na comunicação interna do condomínio, bem como melhoria nos processos de gestão de pessoas e espaços, como salão de festa, quadra e churrasqueira”.
A Noknox conta com 245 condomínios em sua base, e mais de 54 mil unidades vinculadas e utilizando a solução. Nos próximos meses, o objetivo é chegar a 70 mil lares até dezembro deste ano, representando um crescimento total de 500% em 12 meses.
Correio elegante
Enquanto a Noknox tenta tomar conta do condomínio, uma outra startup foca em algo mais específico: armários inteligentes para correspondências. A EntregAli instala esses compartimentos em condomínios e, junto, fornece um sistema que abre as portas por QR Code e manda notificações para os moradores por meio de WhatsApp ou por SMS.
As CCIs — como são chamadas as caixas inteligentes, homologadas pelos Correios — podem ser usadas tanto em condomínios que optaram pelo serviço remoto de portaria, como também por grandes condomínios que querem automatizar a gestão e guarda das encomendas. Já são 60 mil prédios com a solução da EntregAli só em São Paulo.
“A redução de custos condominiais é um grande desafio. Existe um movimento de corte de mão de obra, busca de maior eficiência de energia, transparência na gestão e controle de inadimplência”, explica Raquel Schramm, CEO da startup.
De olho
Com essas transformações no mercado, construtoras e administradoras de condomínios começam a se antecipar às transformações. A Gafisa, por exemplo, tem apostado em áreas de convivência com lavanderia, coworking e outras facilidades compartilhadas. A ideia é fazer do prédio um hub comum de serviços.
A jovem brasileira Vitacon, enquanto isso, nem se categoriza como construtora. “Nascemos como uma empresa de tijolos e hoje somos de bytes”, disse Alexandre Lafer, CEO da empresa, durante o Festival Path 2019. “Afinal, nós estamos saindo de uma época de consumismo maluco para algo mais on demand, mais leve e mais compartilhado”.
Hoje, a empresa já tem quase 70 empreendimentos em São Paulo — lançados ou em construção — e com tamanhos reduzidos de apartamento. Um deles, em Higienópolis, é de 10 m2. A construtora, assim, compensa o tamanho reduzido do apartamento com soluções com espaços pra carros compartilhados, fechaduras inteligentes e armários refrigerados.
Fonte: https://br.financas.yahoo.com