Aberta a temporada de Open Innovation Condominial
Conceito acompanha a evolução do mercado de condomínios e propõe uma mentalidade mais aberta para desenvolver cada vez mais novos serviços e produtos
Por Alexandre Prandini*
Existe um novo síndico sendo formado – um perfil tão profissional e antenado que nos assusta a conectividade com o mercado moderno de hoje em dia.
Logo, fica claro que o próximo passo é encarar o mercado de condomínios como um mercado sólido e consolidado. Sim, meus queridos, nós nos consolidamos! Esperei anos para dizer isso, e estamos agora amadurecendo quais são os players (empresas) que vão ditar, ou melhor, orientar as tendências do mercado.
A contar daí, temos uma grande abertura para novas tendências e novas oportunidades que não eram navegadas pelos condomínios. Trata-se de um leque gigante de produtos e serviços que migram do grande mercado (mercado de empresas e afins) para o mercado de condomínios.
Um parênteses: já pararam para pensar que o mercado de condomínios é um cluster de CPF e CNPJ?
Que toda vez que uma empresa pensa em explorar o serviço ou venda de produto para um dessas classificações estará olhando metade da oportunidade?
Exemplo: Um produto de app para condomínios, se não oferecer facilidade para o condomínio (CNPJ), criando para ele uma plataforma de gestão e comunicação nem oferecer um atrativo ao morador (CPF), como contratar serviços para banho para pets, passeio para pets, faxina residencial (ou seja, não gerando um atendimento duplo), irá atender metade da demanda apenas perdendo dinheiro e lucratividade.
Entendendo isso, podemos navegar mais fundo. O mercado de condomínio é um mercado tradicional ligado emocionalmente à família e à moradia, e isso faz com que o nicho seja extremamente conservador.
Porém, a chegada de projetos de empreendimento modernos, novas propostas imobiliárias focadas para famílias menores ou para uma só pessoa (ou até empreendimentos mistos), mudou o sentimento da aceitação deste mercado, junto com a transformação tecnológica e digital e ,é claro, mais recentemente o Wellbeing Economy, quebraram essas barreiras.
Então, estamos mais conectados, mais abertos. Podemos pensar em ser mais eficientes querendo entregar mais, com isso, podemos discutir um fenômeno do mundo empresarial, que eu acredito fortemente que iremos vivenciar aqui no mercado de condomínio.
Estou falando de mudar o mindset de Closed Innovation para um pensamento, comportamento e mentalidade chamada Open Innovation.
Vencer esse paradigma de não compartilhar, competitividade absoluta, da centralização das informações, será um exercício coletivo que irá gerar benefício coletivo de discutirmos mais ideias. Abrir mais ações é essencial para o mercado não tratar uns aos outros somente como competidores.
Vejo muitas movimentações de síndicos em prol de síndicos, empresas em prol de empresas, mas o caminho é discutir o mercado, soluções, dores e ideias, e não discutir o viés de serviço ou produto.
Open Innovation Condominial faz vencer uma quantidade grande de barreiras que trará produtos e serviços que hoje não existem no mercado de condomínio.
Termos a cabeça aberta e a aceitação plena para novas ideias, além de debater abertamente sem medo e também dividindo experiência e ideias, não faz construir concorrentes, mas traz soluções, novas ideias e empresas que possam solucionar serviços e ou produtos que resolvam uma dor ou tragam uma novidade para a gestão ou condomínio, mesmo que isso não seja convencional.
Que venham as empresas com ideias novas, venham os síndicos com novas demandas e novos skills, por mais times de gerentes e zeladores engajados em participar de soluções! Nosso mercado está pronto para esse próximo passo open innovation. Vamos formar uma nova forma de entregar serviços e produtos em condomínios.
Fonte de pesquisa: AAA inovação - Alan Consta / Growthahollic / Wikipedia (inovação aberta) / Livro "Novas fronteiras em inovação aberta" - de Henry Chesbrough, Wim Vanhaverbeke e Joel West.
(*) Síndico profissional de destaque em São Paulo; coordenador e professor do curso Experts do Síndiconet; formado em Administração e Marketing e pós-graduado em Finanças; atua no mercado de condomínios desde 2002, focando em inovação e solidificação do mercado condominial.