Brigadistas treinados pelos bombeiros ajudam no combate a incêndios florestais
Voluntários conseguiram debelar fogo em área de Nova Lima nessa terça-feira antes que as chamas se alastrassem
Um incêndio florestal destruiu 40 mil metros quadrados de vegetação na tarde de ontem, em uma Área de Preservação Ambiental (APA), às margens da BR-040, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os danos ao meio ambiente poderiam ter sido piores se não fosse o esforço de 15 brigadistas voluntários que deram apoio a 12 militares do Corpo de Bombeiros. São funcionários de condomínios fechados cedidos para ajudar no combate às chamas durante a temporada de incêndios.
“O fogo foi controlado em menos de duas horas, graças ao esforço dos brigadistas, que controlaram as chamas logo no início. Não fosse isso, o incêndio teria se alastrado e os bombeiros teriam três dias de trabalho”, disse o tenente Leonard Farah.
Durante três meses por ano o jardineiro Hélio Teixeira de Almeida, de 42 anos, funcionário do Condomínio Retiro do Chalé, deixa de lado a tarefa de cuidar das plantas e flores e passa a vigiar focos de incêndio, com a missão de chamar o Corpo de Bombeiros e os colegas de trabalho treinados para combater as chamas caso encontre fogo. Liberado pelo condomínio, percorre a região em uma motocicleta. Ontem, foi ele, de plantão n o topo de uma montanha, que viu a fumaça, quem viu os primeiros sinais de fumaça. Foi até o local, comprovou que se tratava de um incêndio e deu o alerta para os bombeiros e brigadistas dos condomínios da região.
As duas equipes do 1º Batalhão de Bombeiros de Belo Horizonte demoraram 30 minutos no trânsito para chegar ao local, onde já encontram os voluntários a postos, todos trabalhando, usando abafadores, bombas costais e pás e enxadas para fazer aceiros e impedir que o fogo se alastrasse. Eles também tinham um recipiente com 400 litros de água instalado na carroceria de uma caminhonete e equipado com uma bomba. O mecanismo foi fundamental para controlar rapidamente as chamas.
NOSSO PATRIMÔNIO
Hélio conta que trabalha há 12 anos no Retiro do Chalé, dos quais 11 atuando como voluntário. “Moro em Moeda e quando vou trabalhar ficou olhando para os lados procurando sinal de fumaça. É como se eu cuidasse do quintal da minha casa”, compara o jardineiro. Como ele, o colega de trabalho Daniel Júnior Clemente, de 27, é brigadista voluntário. “Fui treinado há um ano. Quando tem incêndio, a gente larga tudo que está e corre para apagar o fogo. A natureza é nosso maior patrimônio e temos que protegê-la”, disse Daniel. De acordo com o voluntário, quando o incêndio é grande, até quem está de folga se oferece para ajudar. “É muito gratificante. A natureza em primeiro lugar”, disse.
Ontem, o fogo começou às margens de uma estrada que liga a BR-040 a Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho. A vegetação seca e o vento forte ajudaram o fogo a se espalhar com rapidez, de acordo com o tenente Leonard Farah.. “Usamos duas viaturas e um helicóptero. Normalmente, 90% dos incêndios às margens de estradas e em locais ermos são criminosos”, disse o militar.
O oficial informou que o Corpo de Bombeiros treinou a maioria dos brigadistas voluntários da região. Ao todo, são 12 condomínios que reúnem mais de 30 brigadistas. Alguns deles são moradores. “Eles ajudam muito no tempo de resposta, pois dão os primeiros atendimentos antes da chegada dos bombeiros”, disse o tenente. Há também casos de condomínios que treinam seus funcionários por conta própria e há mineradoras interessadas na parceria com a corporação para a formação de mais brigadistas.
Fonte: http://www.em.com.br/
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