Ações conjuntas
Para segurança ser mais efetiva vários fatores devem trabalhar juntos
por Hubert Gebara *
Armas automáticas com mira a laser e rádios para comunicação à distância, capuzes e muita organização. É dessa forma que as quadrilhas ainda estão assaltando condomínios em São Paulo e no Brasil.
Enquanto alguns assaltantes dominam funcionários e moradores e começam a revirar os apartamentos, outros coordenam a operação do lado de fora ou vão sacar dinheiro com os cartões de banco das vítimas.
A situação não é exclusiva de condomínios. Assaltos sofisticados têm ocorrido em empresas públicas e privadas, no metrô, nos shoppings, nos aeroportos, nas residências autônomas, bares e restaurantes.
A guerra contra a violência e os assaltos tem de ser travada em duas frentes: a policial e a social. A polícia precisa chegar a tempo e arriscar-se no confronto com os bandidos.
Mas existem também as questões que somente serão resolvidas a longo prazo: pobreza, exclusão social, desemprego, planejamento familiar, educação, novo código penal, sistema penitenciário etc.
Também é preciso entender que a vida com segurança total é sonho. Os condomínios não são uma alternativa perfeita. Representam apenas aquilo que podemos fazer de melhor no estágio atual das cidades. E podem ser aperfeiçoados em muito.
Melhores critérios no trabalho de admissão de funcionários para os conjuntos residenciais são parte da questão. Treinamento permanente para os já admitidos, também. As empresas de segurança precisam emprestar e disseminar melhor seu know-how em ações realizadas em parceria com as administradoras de condomínios.
Não há cabimento para certas falhas, como deixar a fita gravada nas câmaras instaladas ao alcance da mão dos bandidos – e a desatenção dos funcionários. Muito depende também dos próprios condôminos. Há ainda a questão do regulamento interno. Quantos o seguem?
Na questão dos assaltos há também um detalhe. Uma quadrilha de ladrões entra no condomínio, assalta um punhado de apartamentos ou casas e permanece ali durante horas. Em muitos casos, ninguém consegue se comunicar com a polícia.
Em outros nenhum condômino em algum ponto do condomínio consegue acionar aquilo que é parte importante de sua vida: o telefone celular. Essa e outras questões ainda estão sem resposta.
A parceria entre o Secovi-SP e a Secretaria de Segurança Pública está fazendo a sua parte. Ações conjuntas foram implementadas para a conscientização dos moradores e treinamento dos funcionários, por meio de palestras e publicações que orientam e dão dicas de segurança para síndicos, funcionários e moradores. Mas não podemos baixar a guarda.
(*) Hubert Gebara é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, presidente eleito da Fiabci Brasil e diretor do Grupo Hubert.