Porteiro vira passeador de cachorro dos moradores de prédio em Santos
Serviço apareceu quando moradora não tinha com quem deixar o animal. Atualmente, ele ganha R$ 100 por mês por cada cão.
Mariane Rossi
A vida dupla do porteiro Edvaldo Serafim Sobrinho começou quando conheceu Magoo, seu primeiro cliente. Quando arriscou a vida em Santos, no litoral de São Paulo, o pernambucano só queria arranjar um emprego para se sustentar. Depois de alguns anos, ele se deu conta que seu trabalho se tornou um hobby diário.
Entre idas e vindas do Nordeste, Edvaldo se separou da esposa e passou a viver em São Vicente. De lá, segue todos os dias para o bairro do Gonzaga, em Santos, para trabalhar em um edifício como porteiro. Mas há três anos, encontrou uma segunda fonte de renda. Uma moradora do prédio precisava que alguém tomasse conta de seu cão.
“A moça que trabalhava com ela e que cuidava dele tirou férias e ela pediu para eu ficar passeando com o cachorro”, conta.
Família deixa cachorro aos cuidados do porteiro do prédio (Foto: Mariane Rossi/G1)
Um mês passou rápido e nos meses seguintes ele continuou com Magoo, um cocker que, na época, tinha 5 anos. Outros moradores o viam em seu novo trabalho e donos de cães do prédio e das redondezas se interessaram pelo serviço. Os horários do passeio foram estabelecidos pelo porteiro, sempre de acordo com os seus horários de folga. Em seu horário de almoço, às 11h, passeia com um dos cães e volta para a rotina como porteiro. Às 15h, ele encerra seu serviço na segurança do prédio e é a hora dos outros cachorros do bairro darem uma volta. Edvaldo diz que não é possível levar todos juntos para passear. “Um não aceita o outro”, argumenta ele.
Como passeador de cães, os moradores que o conhecem como porteiro o cumprimentam e até brincam com os cachorros de seus vizinhos. Outros sabem que ele fica muito mais tempo na rua Pasteur, no Gonzaga, que em sua casa em São Vicente. Em média, Serafim diz que fica 40 minutos com cada cachorro e ganha cerca de R$ 100 mês por cada cachorro. Um auxílio, segundo ele, sempre bem vindo. “Ajuda para pagar umas contas e, às vezes, o aluguel de casa”, diz.
Martha Roso de Mattos e Carlos Alberto Ferreira, os donos de Magoo, ficam tranquilos em deixá-lo com Edvaldo. “É só falar em passear e o Magoo já vai rapidinho”, diz Martha. Ela conta que aos poucos fez amizade com o porteiro e, depois da primeira vez, tudo foi mais fácil. Além de passear com seu cachorro, o porteiro até dorme no apartamento para Magoo não ficar sozinho quando precisa viajar. “Ele é um cara de confiança”, afirma.
Fonte: http://g1.globo.com
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