Aedes aegypti
Em Brasília, moradores de condomínio se mobilizam contra mosquito
Condomínio se mobiliza contra Aedes e organiza "força-tarefa"
Moradores do Residencial Lago Sul, local onde o índice de infestação por larvas do Aedes aegypti atingiu níveis alarmantes, decidiram se mobilizar para combater o mosquito. Provocados pela matéria publicada nessa terça-feira (29) pelo Jornal da Cidade, eles realizaram uma reunião para convocar uma “força-tarefa” dentro do condomínio. Na região onde o residencial está localizado, a presença de larvas foi detectada em 5,1% das casas visitadas, índice considerado de risco de surto de dengue e condição classificada como a mais crítica pelo Ministério da Saúde. Para se ter uma ideia, o limite considerado admissível é de até 1%.
“Tivemos um dos índices mais altos da cidade e ficamos, obviamente, assustados com o resultado. E não podemos deixar do jeito que está”, aponta o morador Antonio Silva. Nessa terça, ele e outros dez condôminos participaram da primeira reunião para definir estratégias com o objetivo de reduzir drasticamente os focos de reprodução do Aedes.
Segundo Arnaldo Gomes de Mattos Junior, presidente da Sociedade Amigos do Lago Sul (Salsul), as medidas têm como objetivo minimizar as chances de os moradores serem contaminados pelo mosquito, que transmite não apenas dengue, mas também febre amarela e as recém-chegadas ao País febre chikungunya e zika vírus. No plano delimitado preliminarmente, no mesmo dia, estão atividades de conscientização de adultos e crianças sobre a importância da eliminação dos criadouros. A intenção é convocar um técnico especializado para ministrar uma palestra já no início de janeiro, oportunidade em que deverá ser ensinada a confecção de armadilhas caseiras contra o Aedes, as chamadas mosquitéricas, feitas com garrafa pet e microtule.
Fechando o cerco
Os moradores também serão informados sobre a possibilidade de adquirirem armadilhas já prontas de fábrica, que usam feromônio sintético para atrair as fêmeas do Aedes, transmissoras das doenças. O grupo se empenhará, ainda, para encontrar um profissional capacitado que possa monitorar periodicamente o condomínio e identificar criadouros nas 323 residências e 103 casas em construção.
“As obras são especialmente preocupantes, porque as piscinas, lajes e materiais de construção ficam acumulando água. Até o proprietário se mudar para o imóvel, pode passar muito tempo. E, por mais que a gente autue, os problemas persistem”, pondera Mattos Junior.
Por este motivo, além de identificar focos, este profissional também terá a incumbência de depositar algum tipo de produto neste locais, como sal grosso ou cloro, para eliminar as larvas. Outra medida será recolher, o quanto antes, o lixo e restos de poda deixados pelos próprios moradores nas imediações de uma área de mata dentro do condomínio.
Mapa
Os moradores também informaram que irão solicitar à Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde o mapa com todos os lotes do Lago Sul onde a presença de larvas do Aedes foi detectada durante o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa). A ideia, contudo, é que todos os proprietários de imóveis sejam sensibilizados. O grupo estuda a possibilidade de escolher representantes em cada uma das ruas do condomínio, que ficariam responsáveis por entregar panfletos e dialogar com seus vizinhos sobre a importância de eliminar potenciais criadouros. Segundo a Divisão de Vigilância Ambiental, na região onde o residencial está localizado, as larvas do Aedes foram encontradas principalmente em plantas (como bromélias), piscinas, lajes, aparelhos de ar condicionado, garrafas retornáveis e bandejas de geladeira.
Fonte: http://www.jcnet.com.br/