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Convivência

Agressões em condomínios

SP: Número de conflitos registrados por administradoras quadruplicou

terça-feira, 29 de agosto de 2023
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Casos de agressões entre vizinhos e funcionários de condomínios aumentam em todo o Brasil

Em São Paulo, reclamações de brigas e discussões recebidas pelas administradoras quadruplicaram durante a pandemia

O número de agressões entre vizinhos e funcionários de condomínios e prédios aumentou em todo o Brasil neste ano. O motivo é o fato de que as pessoas não estão sabendo lidar com as situações e decidindo partir para a briga, ao invés de tentar resolver as divergências na base da conversa.

As administradoras também notaram uma mudança no perfil das reclamações nos últimos anos. Antes, as ocorrências se baseavam nos chamados “5 Cs”: cachorro, criança, carro, cano d’água e calote. Agora, um outro fator tem ganhado destaque entre os conflitos envolvendo moradores: o barulho.

A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) estima que durante a pandemia houve um aumento de pelo menos 300% nas reclamações de brigas em condomínios. O número de casos está voltando ao normal, mas ainda há casos graves.

Em Guarulhos (SP), imagens de câmeras de segurança mostraram uma síndica sendo agredida por uma moradora. Outros moradores e o porteiro tentam ajudar a separar a briga. A síndica fez exame de corpo de delito e registrou boletim de ocorrência.

Já em Belo Horizonte, o porteiro de um prédio flagrou o convidado de uma festa urinando em um muro do edifício. O organizador do evento, que é morador, agrediu o funcionário com um tapa.

Em Vitória, um caso teve consequências ainda piores. Em abril deste ano, o músico Guilherme Rocha foi reclamar do som alto da festa de um vizinho, o policial militar Lucas Torezani. Houve uma discussão entre os dois, e segundo testemunhas, o PM atirou em Guilherme, que não resistiu.

O especialista em condomínios Marcio Rachkorsky acredita que em casos de agressão entre condôminos é necessário tomar medidas enérgicas.

“Na esfera administrativa esse morador tem que sentir no bolso. Ele tem que ser multado, e sempre a multa mais pesada, porque é um comportamento antissocial. Segundo, uma repercussão na área civil. O que é isso? Uma ação de indenização. E talvez o mais importante, na área criminal. Uma queixa crime para apurar injúria, calúnia, difamação, lesões corporais. E aí certamente esse morador vai pensar dez vezes antes de fazer alguma coisa covarde dessa”, recomendou.

Outro lado

A reportagem não conseguiu contato com o morador de Belo Horizonte que foi filmado agredindo o porteiro com um tapa no rosto.

Já a moradora de Guarulhos (SP) que agrediu a síndica, por sua vez, disse que o advogado dela iria se posicionar, mas a reportagem do Bom Dia Brasil não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

No caso de Vitória, a defesa do PM Lucas Torezani informou que vai recorrer da decisão de manter a prisão preventiva do policial e que, no momento oportuno, será esclarecida a realidade dos fatos.

Nota da AABIC

De acordo com a AABIC - entidade que congrega as maiores administradoras de condomínios do País e que é responsável por 53% de sua gestão só na Grande São Paulo, não há dados específicos sobre esses casos, uma vez que na grande parte não há registros de ocorrências, o que geraria estatísticas. O que o órgão mantém são estimativas.

"Antes da pandemia, até de março de 2020, os números de reclamações/chamados eram considerados dentro de uma normalidade. Lembrando que não há como a entidade calcular a média anterior.  

Com a chegada da Covid-19 (2020), com o distanciamento social, o número de reclamações e chamados/ocorrências apontaram uma alta significativa, essa alta chegou até 300% do normal, uma vez que os moradores que mantinham uma rotina fora dos condomínios procuraram se adaptar a viver em isolamento. Eles tiveram que se aprender a conviver diante daquela realidade, realizando todas as atividades dentro de suas casas.

Com conversas e mediações, ao longo dos dois anos, os problemas e as reclamações foram sanados. E os números de reclamações foram reduzidos. Porém, agora neste momento em que a pandemia já está controlada, os condomínios voltaram a realizar suas atividades, com isso, os encontros e reuniões dentro das unidades e as festas nos salões e espaços comuns começaram a acontecer com mais frequência o que culminou em uma alta demanda de reclamação em comparação ao início da pré-pandemia.

Atualmente, as reclamações mais recorrentes são problemas com barulhos, festividades e aglomerações, o que acaba infringindo o regulamento interno dos condomínios e gera conflitos entre os moradores."

De acordo com a AABIC, o fim da pandemia gerou uma falsa sensação de que não há mais limites, porém, as regras existentes nos empreendimentos precisam ser obedecidas. Com isso, as notificações vêm crescendo.

Fonte: https://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2023/08/21/agressoes-entre-vizinhos-e-funcionarios-de-condominios-aumentam-em-todo-o-brasil.ghtml

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