Moradores passam mal após beber água fétida
Moradores do Condomínio Recanto das Margaridas - do programa federal Minha Casa, Minha Vida -, no bairro Jardim das Margaridas, alegam que desde o último sábado, 31, a água que sai das torneiras é fétida, suja e apresenta vestígios de fezes.
De acordo com eles, desde então, algumas pessoas têm apresentado sintomas como dores de cabeça e de barriga, além de enjoos e diarreia.
Apesar de a Embasa ter informado que a situação foi regularizada nesta segunda-feira, 2 - dois dias após as reclamações serem feitas -, os moradores se preocupam com quem ingeriu a água.
Outro questionamento dos que reclamam é se os tanques e reservatórios, limpos por quem mora no local, já estão adequados para receber água novamente, sem riscos de nova contaminação.
Segundo contam os moradores, a água teria sido contaminada em virtude de intervenção feita pela Embasa e pela construtora sergipana União Engenharia na Rua Joaquim Ferreira, onde está localizado o condomínio, em que vivem 380 famílias.
Eles afirmam que entraram em contato com a Embasa, mas que até esta segunda a concessionária não havia enviado representantes ao local.
Há preocupação também com relação às contas de água que podem aumentar por conta dos 19 tanques e reservatórios que foram esvaziados pelos moradores.
Obra
"A Embasa e a construtora União fizeram obra e romperam o tubo de água. Falamos com a Embasa e disseram que deveríamos consultar primeiro a União Engenharia. Tem mãe de família e gestante carregando água e todos têm comprado água mineral", ressaltou o garçom Grinaldo Rocha, de 32 anos.
A doméstica Maria Célia Moreira, 59, disse que a filha, Betânia Moreira, 42, tem se sentido mal desde que bebeu a água. "Minha filha abriu a torneira, pegou um copo e bebeu. Já vomitou e está com dor de cabeça. O pior é que estamos desempregadas e não temos como comprar remédio", lamentou.
O gerente em Salvador da União Engenharia, Luciano Feitosa, que constrói um empreendimento vizinho ao condomínio, disse que desconhecer a informação de que foi feita intervenção no local. "De vez em quando, a Embasa fiscaliza a obra. A gente ainda nem ligou a água. Não tem relação conosco", disse.
Por meio de nota, a Embasa informou no final da manhã desta segunda que, atendendo à reclamação de moradores da Rua Joaquim Ferreira sobre a qualidade da água fornecida, constatou, "em alguns imóveis, a existência de partículas minerais do material incrustado na tubulação da rede distribuidora".
Segundo a concessionária, uma equipe da empresa "lavou e desinfetou os pontos onde houve a ocorrência do problema e a qualidade da água distribuída no local foi restabelecida". Moradores, no entanto, dizem que o problema permanece.
No ranking dos que receberam mais reclamações segundo o Procon-BA, a Embasa é a terceira empresa que mais teve ocorrências, até esta segunda. Foram 369 processos formalizados.
Ainda segundo o Procon-BA, o número de pessoas que procuraram o órgão com problemas com a Embasa aumentou de 2.564 casos (de 1º/1/12 a 2/9/12), para 3.317 ocorrências no mesmo período de 2013.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/
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