Por economia, condomínios de Rio Preto individualizam o hidrômetro
Modelo divide valor da conta de água de acordo com cada morador. Hidrômetros individuais também ajudam a controlar o desperdício.
O uso da água em condomínios é sempre uma questão polêmica. Os moradores pagam a conta sem saber exatamente o quanto está gastando. Para tentar economizar água e equilibrar o valor da conta, alguns condomínios de São José do Rio Preto (SP) individualizaram os hidrômetros.
Ligar a máquina de lavar roupas uma vez por semana e ensaboar toda a louça antes de enxaguá-la são algumas das estratégias que a aposentada Remilda Migliori utiliza para economizar água. O problema é que mesmo tomando todos esses cuidados, o valor da conta nunca muda.
“Eu sou econômica, eu moro sozinha, tenho pouca roupa, pouca louça e o valor é sempre o mesmo”, comenta.
No prédio onde ela mora são 36 apartamentos e apenas um hidrômetro, a conta de água é dividida por igual e está embutida na mensalidade do condomínio. Mas na fatura, o valor não está especificado. “Eu acho que cada um deveria pagar o que usa”, afirma Remilda.
O mesmo problema acontecia em um condomínio de casas de Rio Preto. Há dois anos, o sistema de cobrança mudou, o contador Adalberto Aniceto era o sindico na época e decidiu individualizar os hidrômetros. “Eu via que tinha muitas pessoas desperdiçando, lavando carro, garagem. Resolvemos colocar um em cada casa, a maneira mais justa para cobrar o gasto de água”, comenta Adalberto.
Depois que foram instalados os hidrômetros em todas as casas do condomínio, o valor da conta de água caiu em torno de 50%. Com isso, as famílias passaram a economizar água, controlar o desperdício e até mesmo identificar possíveis vazamentos nas casas.
De um mês para o outro, a conta geral que variava em torno de R$ 9 mil caiu para menos de R$ 6 mil, na época do rateio, cada morador gastava de R$ 50 a R$ 70 por mês. Hoje, com a cobrança individual, o ex-síndico não paga mais que R$ 30 de água.
“Um investimento que desde que foi proposto em reunião de condomínio, todos aprovaram”, diz Adalberto.
Germano Hernandes Filho é especialista em recursos hídricos. Ele diz que muitos condomínios ainda resistem em instalar os medidores individuais, mas a tendência é que isso mude logo. “Eu acho que os condomínios já deveriam pensar nisso, contratar especialistas para verificar custos e propor essa modificação”, completa Germano.
Fonte: http://g1.globo.com/
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