Chuvas de fevereiro estão ajudando a recuperar o reservatório do Cantareira
Durante o mês, já choveu 228 milímetros no Cantareira, mais que a média. Hidrômetro para cada unidade em condomínios traz economia de até 25%.
Fevereiro está ajudando a recuperar o principal reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo: o Sistema Cantareira. O mês já trouxe 228 milímetros de chuva para o Cantareira, mais do que a média histórica, que é de 199 milímetros.
O nível do reservatório, que estava em 5% da capacidade no início do mês, já subiu para 8,3%.
Mas isso ainda é muito pouco. Em 17 de fevereiro dos anos anteriores, por exemplo, tinha muito mais água. Em 2010, 95,2% do reservatório estavam preenchidos e esses 8% de agora incluem duas cotas de volume morto, como é chamada a reserva técnica. Sem essas contas, o nível vai para o negativo: menos 20,9%.
CONTA DE ÁGUA INDIVIDUAL
Ou seja, ainda é preciso reduzir o consumo de água em casa e isso não acontece só em São Paulo. Em Belo Horizonte, por exemplo, os níveis também estão baixos.
Na capital mineira, muita gente que mora em condomínio quer receber uma conta de água individual para saber exatamente o quanto está economizando.
Água da chuva para limpar o terraço. Mesmo assim, Dona Ione acha a conta de água puxada: em média 300 reais por mês. Ela culpa o sistema de rateio: o consumo geral é dividido pelos 12 apartamentos.
“Uma casa que tem oito pessoas automaticamente, matematicamente ele usa mais do que a minha que tem duas. Por isso, eu acho que tem que ser individual”, conta a dona de casa Ione Alves Dias.
Em São Paulo, segundo a Sabesp, apenas 0,2% dos condomínios têm hidrômetros separados para cada imóvel, mas a procura pela medição individualizada aumentou 40% em janeiro.
Na Bahia e em Goiás, desde 2006, toda nova construção deve ter obrigatoriamente ligações de água individualizadas. Segundo as concessionárias, os condomínios que adotam esta medida economizam em média 25% no consumo.
Não existe uma lei nacional que regule a instalação de hidrômetros individuais nos condomínios. As regras dependem das companhias de abastecimento de água. Em Minas Gerais, por exemplo, todos os condôminos têm que concordar e os hidrômetros devem ficar em lugar acessível para a medição do consumo.
Foi o que um condomínio de BH fez. Com um hidrômetro para cada apartamento, a conta vem separada. A família de Paulo gastava cerca 30 metros cúbicos por mês, em 2013. Agora, está em torno de 18 metros cúbicos por mês.
“Cada um cuidando do seu consumo. Cuidando do seu bolso. E a conta caiu para todos", diz Paulo Roberto Teixeira, síndico do prédio.
Um edifício em Belo Horizonte com 188 apartamentos também quer reduzir a conta d’água, que chega a R$ 5 mil por mês. Para a síndica, a cobrança vai ser mais justa com os hidrômetros individuais.
“Cada um pagar aquilo que consome. Eu acho que até justiça com a própria natureza, de não desperdiçar os recursos”, diz Letícia Lima Montalvão, síndica do condomínio.
Fonte: http://g1.globo.com/
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