Ladrão preso por causa do WhatsApp confessa roubo de mais de 70 apartamentos em BH
Reconhecido por imagens de assaltos divulgadas via WhatsApp, homem é preso ao tentar invadir imóvel
Imagens de um homem acusado de arrombar e assaltar apartamentos em julho, nos bairros Anchieta e Serra, na Região Centro-Sul, e Cidade Nova, Nordeste de Belo Horizonte, percorreu diferentes grupos de amigos do aplicativo WhatsApp. Na manhã de ontem, quando o suspeito se preparava para fazer mais vítimas, foi reconhecido por uma moradora de um prédio também no Anchieta.
Antes que invadisse outro imóvel, a Polícia Militar o prendeu. Heli Teodoro da Rocha, de 48 anos, estava foragido da Justiça desde fevereiro. O homem tem longa ficha criminal por vários furtos e um estupro de vulnerável. Ele confessou ter invadido e roubado mais de 70 apartamentos, mais da metade em bairros de classe média de área nobre da capital, como Sion, Carmo, Anchieta e Cruzeiro.
O sargento Mauro Tiago, da 127ª Companhia do 22º Batalhão da PM, que participou da captura de Rocha ontem, contou que o criminoso age sempre da mesma forma: escolhe prédios em reforma, toca o interfone de um apartamento ou da portaria se passando por funcionário da obra e apresentando-se com o nome Roberto, pede a quem o atende para abrir o portão, depois arromba a porta e limpa a casa de moradores que estejam ausentes.
“Ele escolhe os edifícios que estão com caçambas na entrada. Com habilidade, arromba a porta dos apartamentos, revira os cômodos e foge levando smartfones, tabletes, notebooks, joias e dinheiro”, contou o policial.
A advogada D.P.M., de 32 anos, é a dona de apartamento assaltado no fim de julho. Ela e o marido estavam fora, quando o ladrão arrombou a porta da cozinha, depois de entrar no prédio com a permissão do porteiro. D. contou que o marido chegou em casa e deu de cara com o ladrão.
“Esse bandido é muito ardiloso. Conversou com meu marido, afirmando que seus comparsas estavam no prédio armados e o prendeu na despensa. Depois, ele pegou uma de nossas mochilas, que havia enchido com joias, dinheiro e eletrônicos, saiu caminhando tranquilamente e ainda deu tchau para o porteiro”, informou D.
A mulher disse ter ficado tão revoltada com a audácia do ladrão que resolveu divulgar as imagens dele, que foram gravadas pelas câmeras de videomonitoramento e compartilhar com o máximo de pessoas na tentativa de que a ajudassem identificá-lo, para que ele fosse denunciado e preso. Segundo D., assim que ela divulgou as imagens do criminoso, uma moradora do Cidade Nova a contatou e afirmou que o mesmo homem havia entrado em seu apartamento dias antes e que estava com imagens dele, que haviam sido captadas pelo circuito de segurança de seu prédio.
As duas divulgaram fotos e vídeos do suspeito e foi graças a esse compartilhamento que ele acabou preso. Uma moradora de um edifício na Rua Penafiel, no Anchieta, percebendo a movimentação no corredor por volta das 10h, olhou pelo olho mágico de seu apartamento e levou um susto quando viu que o homem que estava lá era o mesmo arrombador das imagens que vinham sendo compartilhadas no grupo “Quarteirão de Segurança”, do qual fazem parte moradores e policiais militares que atuam no patrulhamento da área. A testemunha imediatamente acessou o WhatsApp e informou que o suposto arrombador estava no corredor de seu prédio, pronto para agir.
O sargento Mauro Tiago contou que foram mobilizadas viaturas para cercar o edifício e pegar o suspeito.
“Quando entramos, ele subia a escada da garagem para acessar o primeiro andar. Ao ser abordado, o homem, que estava sem documentos, deu um nome falso e afirmou que foi ao prédio para passar um cartão a um pedreiro que estava lá trabalhando e era seu amigo. “Nenhum dos pedreiros o conhecia. Apertado, ele acabou dizendo seu nome verdadeiro e que estava no prédio para tentar furtar um apartamento. Depois, confessou que já assaltou mais de 70 imóveis e dava preferência para os da Zona Sul”, informou o policial.
Ao consultar o histórico de Heli da Rocha, os militares descobriram que ele tinha um mandado de captura de 24 de fevereiro. Já durante o registro da prisão do foragido, as duas vítimas que compartilharam as imagens dele pelo WhatsApp seguiram para a unidade policial para fazer o reconhecimento. A PM ainda localizou uma terceira suposta vítima de Heli Teodoro da Rocha. É uma idosa de 75 anos, moradora do Bairro Serra, que em 28 de agosto teve o apartamento revirado num assalto, no qual lhe foi roubado um iPhone. A PM acredita que após a prisão outras vítimas vão aparecer.
Fonte: http://www.em.com.br/
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