Veto em prédio e férias fazem crescer abandono de animais em Piracicaba
ONG da cidade afirma que número de casos sobe 60% nesta época do ano. Conjuntos habitacionais limitam bichos e os donos descartam cães e gatos
O período de férias e a proibição de animais em novos conjuntos habitacionais fazem aumentar o número de abandonos de bichos de estimação em Piracicaba (SP). Segundo uma organização não governamental (ONG) da cidade, devido às viagens de final e início de ano, o número de pedidos para recolhimento de animal abandonado chega a crescer 60%.
No Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), os problemas contribuem para a superlotação do local. Atualmente, o CCZ tem cerca de 80 animais "hospedados" em um espaço com capacidade para aproximadamente 50.
"Saíram vários conjuntos habitacionais e, em geral, o número de bichos é limitado a um por apartamento e a pessoa tinha quatro, por exemplo. Esse pessoal pergunta se pode deixar o animal aqui, mas não pode porque muitas vezes são cães sadios e nós temos que priorizar os doentes, machucados e em situação real de abandono", afirmou o veterinário do CCZ Ételcles Mendes.
Ele disse que os donos são orientados a doar os animais a pessoas que possam cuidar deles. Mas outro fator que agrava a situação de abandono é que nesta época do ano, segundo o veterinário, além de crescer o número de animais deixados nas ruas, diminui a quantidade de pessoas que procuram o CCZ para adotar os bichos. "Neste período as pessoas estão focadas em outras questões, devido às festas, viagens e tudo mais."
A veterinária Julia Flórios, da ONG Vira Lata Vira Vida, disse que em outras épocas do ano, a entidade recebe até 10 pedidos semanais para recolher animais, mas durante as férias esse número chega a 16. "Ou seja, temos um aumento de 60% nos casos de abandono", afirmou. Segundo ela, a entidade também não tem condições de atender a todos os pedidos.
"Além disso, o dono é quem tem a responsabilidade pela posse. A pessoa não pode adotar um cachorro e depois descartá-lo simplesmente porque vai viajar, porque o animal está doente ou idoso. E o ato de abandonar é considerado crime de maus-tratos", destacou. Atualmente, a ONG abriga cerca de 330 cães e gatos.
Fonte: http://g1.globo.com/
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