Infestações preocupam moradores
Pessoas chegam a se mudar porque não conseguem conviver com pombos e animais peçonhentos, que além do incomodo, causam doenças
Cuiabá vem sofrendo cada vez mais com as ditas pragas urbanas, comum às grandes cidades. Infestações de ratos, escorpiões, aranhas, mosquitos e pombos vêm mudando a rotina da população, que reclama da falta de informações e do precário atendimento prestado pela prefeitura.
O comerciante Gilson Sandeiros, de 33 anos, mora há cinco anos no mesmo residencial, as margens do córrego do Barbado, região ribeirinha da Capital. Segundo ele, nesse período teve diversas infestações, entre elas ratos e escorpiões.
“Certa vez eu fui colocar uma roupa na máquina de lavar de manhã e cinco ratazanas saíram de baixo dela. Eu fiquei desesperado, na época liguei para o condomínio que disse que iria tentar resolver com o Centro de Controle de Zoonoses, mas que normalmente demorava tanto tempo para eles entrarem em contato que eu deveria dar um jeito de resolver”.
Segundo Gilson, a falta de informação fez com que ele espalhasse veneno pela casa e pelo condomínio, causando a morte de um animal de estimação de um vizinho. Por conta da infestação do local, ele parou de utilizar a área externa. “Eu não sei mais o que fazer. Uma época nós matávamos os pombos e os ratos com espingarda de pressão, aí nos avisaram que isso era crime, eu tive que abrir mão do meu espaço, já liguei para Deus e o mundo e nada mudou”, afirmou o comerciante.
Luana Daubian, de 17 anos, é estudante universitária do curso de jornalismo. Ela mora em um residencial no bairro Campos Elíseos, em Cuiabá, e conta que o problema com pombos é tão grande que passou a ter que estender a roupa dentro de casa.
“Assim que nos mudamos para o condomínio não sabíamos dos pombos e deixamos roupas no varal, na parte externa, quando voltamos para casa no final do dia, não teve jeito, tivemos que nos desfazer de várias peças porque elas ficaram imprestáveis, algumas peças estragaram por completo.”
Ela conta que tem medo de que as fezes dos animais possam trazer algum tipo de doença e que por conta do problema pensa em se mudar do local o quanto antes. “Faz apenas três meses que morarmos aqui, mas é uma situação quase que insustentável, nós estamos procurando outro imóvel”, afirmou a estudante que mora com outros dois colegas.
Fabiane do Schnneiders, de 19 anos, morava na região central de Cuiabá, ela diz que ela e a família se mudaram porque não aguentavam mais conviver com escorpiões. “Minha avó chegou a encontrar quatro a cinco escorpiões do tipo amarelo em mesmo dia. Em alguns momentos quase pisávamos em cima deles. A gente matava e colocava em um vidro com álcool, como temos um cachorro pequeno achamos melhor nos mudar”.
Para a professora de Saúde Pública do curso de veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, Adriana Borsa, esses animais são considerados pragas urbanas. Ela explica que a população tem que se atentar, pois nem todo tipo de animal pode ser morto.
“Ratos, escorpiões, e aranhas normalmente se utiliza venenos específicos, que devem ser receitados por especialistas”.
Adriana afirma que os pombos transmitem diversos tipos de doenças entre elas a mais grave é a Criptococose que pode até matar. Porém, diferentemente dos outros animais, a única maneira permitida legalmente de lidar com eles é o controle. “Não se pode matar, mas não se deve alimentar também. Se eles se concentram em algum lugar é porque alguém dá comida e abrigo. O prédio normalmente fornece abrigo involuntário nas caixas de ar-condicionado, por exemplo.
A maneira mais comum de resolver isso é tirar um ou os dois (comida e abrigo). No caso dos prédios já existem arquitetos que pensam nisso na hora do projeto, outros colocam redes e restringem os espaços para poso dos animais”, afirmou.
A Prefeitura Municipal de Cuiabá, afirmou que realmente o Centro Controle de Zoonoses (CCZ) do município tem recebido um aumento significativo no número de chamadas, mas que o CCZ tem equipe e material suficiente para a cidade. Segundo a assessoria, o CCZ realiza uma triagem dos locais com infestações e em 7 a 10 dias visita os lugares e instruí a população a agir.
Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/
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