Casos de assaltos a condomínios crescem 83% em Campinas e região
Apesar do investimento em câmeras de segurança e equipes de vigilantes e porteiros, moradores de condomínios de casas e prédios na região de Campinas (SP) estão preocupados com o aumento do número de assaltos este ano. Um levantamento realizado pela EPTV mostrou que o crescimento na comparação com os números de 2011 com os meses entre janeiro e agosto de 2012 foi de 83%.
Uma estudante que não quis se identificar é uma dessas vítimas. No início deste ano, ela chegou no edifício onde mora no bairro Cambuí, em Campinas, e encontrou a porta do apartamento aberta, sem sinal de arrombamento. Quando entrou na sala, percebeu que era um assalto.
"A sensação é de total insegurança. Você vem morar em um condomínio em busca de segurança, e é assaltada", lamenta.
Os ladrões levaram dois computadores, joias e um celular. O mesmo aconteceu com o vizinho dela. Depois disso, a estudante e os irmãos que moram com ela notificou o condomínio e solicitou a instalação de câmeras de segurança, que foi feita anteriormente. "Uma vez que acontecesse com a gente, a gente sempre pensa que pode acontecer de novo", conta.
A sensação de insegurança aumenta ainda mais quando os próprios moradores passam informações para os criminosos. Em maio, um morador de um condomínio em Limeira (SP) foi considerado o responsável por autorizar a entrada dos assaltantes. As câmeras de segurança flagraram a entrada dele com um carro e depois descendo do veículo com os suspeitos. Em seguida, uma casa foi assaltada e os ladrões fugiram com o carro da vítima.
Investimento de R$ 100 mil por mês
Vítima de um assalto em que foi mantida refém na casa onde morava em Campinas, a bióloga Maria Guerreiro decidiu mudar para um condomínio fechado em Valinhos (SP) em busca de mais segurança e tranquilidade. Atualmente, ela é a síndica do residencial e conta que são investidos R$ 100 mil por mês com cães de guarda, sala de monitoramento, além de vigilantes em vários pontos. Apesar do investimento, ela não acredita que exista segurança total.
"Nós não sabemos de onde vêm esses furtos. Por mais blindados que nós estejamos, não dá para dizer que estamos seguros totalmente. Isso é uma utopia", lamenta a bióloga.
O especialista em segurança Osvaldo Roberto Missio explica que muitas pessoas que buscam a tranquilidade nos residenciais acabam se esquecendo dos detalhes que podem fazer a diferença e evitar os casos de furtos e roubos. Ele cita como exemplos a identificação de todos os funcionários das casas e também de quem trabalha na construção de novas residências.
"O crime organizado tem percebido que é mais vantajoso roubar as torres de prédios e condomínios de casas do que só uma ou duas residências no mesmo bairro. Por isso, é preciso ficar atento".
Orientação
A Polícia Militar informou que, apesar da sensação de insegurança relatada pelos moradores, não notou o aumento de furtos e roubos dentro de condomínios e garantiu que faz rondas pelos bairros, mas que não existe um trabalho específico nos residenciais. As ações focam no trabalho preventivo com moradores e síndicos, orientando sobre procedimentos de segurança. A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP) foi procurada pelo G1, mas até a publicação da reportagem não havia se manifestado sobre o assunto.
Fonte: http://g1.globo.com