Assassinato de vizinha
Vítima foi testemunha em ação de autor contra condomínio
Vizinho de condomínio confessa ter matado mulher que passeava com o cachorro em Caxias do Sul
Mulher foi testemunha em processo que autor confesso perdeu na Justiça
Um vizinho de condomínio confessou ter assassinado Veridiana Cristina Lorenzi, 40 anos, que foi alvejada a tiros quando passeava com seu cachorro em Caxias do Sul (RS). O homem de 38 anos, que não teve a identidade divulgada, confessou autoria dos disparos em depoimento à Polícia Civil e alegou que se sentia menosprezado pela vítima. O investigado foi preso temporariamente na noite de segunda-feira (31).
O autor confesso se apresentou à Delegacia de Homicídios dias após o crime, quando deu sua versão dos fatos, mas não entregou a arma utilizada no crime. Na ocasião, não havia um mandado de prisão decretado, por isso o investigado foi liberado. Com a ordem judicial, os policiais efetuaram a prisão.
"Não existe legítima defesa, são apenas ilações. O contexto não dá credibilidade a manifestação dele. Foi um crime bárbaro. Ele matou a vítima sem possibilitar defesa. A investigação aponta uma motivação, ele alegou outra, mas em qualquer argumento aponta para uma qualificadora (do homicídio): o motivo fútil", aponta o delegado Adriano Linhares.
A Polícia Civil conseguiu imagens das câmeras do condomínio que mostram o investigado na preparação para o crime, no bairro Nossa Senhora das Graças. O autor está em uma motocicleta vermelha e segue na mesma direção da vítima.
Testemunhas apontam Veridiana como uma mulher de fibra, que exercia uma função de liderança no condomínio — apesar de, oficialmente, não ser síndica. Já o autor confesso é descrito com uma pessoa de difícil convivência. Em sua ficha policial, o homem de 38 anos possui acusações de ameaça, vias de fato e lesão corporal — quando esfaqueou um vizinho em 2017.
A última desavença entre o autor e Veridiana é relacionada a um processo que o homem moveu contra o condomínio. Ele reclamava das câmeras no local e exigia uma indenização. Veridiana foi uma das testemunhas no processo perdido pelo autor.
"Não tem explicação matar uma pessoa totalmente inocente. Ele poderia matar qualquer um, porque ele cria desavença com todos. Vários moradores se mudaram do nosso condomínio por medo desta pessoa. Ele é um perigo para todos e precisa ficar preso. Já fomos vítimas das ameaças dele e não queremos ser vítimas de homicídio ", relata uma antiga moradora do condomínio, que tem a identidade preservada.
Quem tiver informações sobre assassinatos em Caxias do Sul pode denunciar diretamente para a Delegacia de Homicídios pelo aplicativo WhatsApp no número (54) 98414-9840. Não é preciso se identificar.
Fonte: http://pioneiro.clicrbs.com.br