Assassinato de vizinho
Síndica no RJ é presa suspeita de armar crime
[14/04/2021] Justiça decreta prisão preventiva de síndica de condomínio da Barra suspeita da morte de empresário
A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, decretou nesta terça-feira, a prisão preventiva da síndica Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira, de 44 anos, e do ex-paraquedista Leonardo Gomes de Lima, de 35. Os dois são suspeitos de envolvimento na morte do empresário Carlos Eduardo Amorim Montechiari, de 56.
Opositor de Priscilla e ex-síndico do condomínio Green Park, na Barra da Tijuca, o empresário foi baleado no dia 1º de fevereiro, segundo investigações da 27ªDP (Vicente de Carvalho), pelo ex-paraquedista, que é casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com Priscilla.
A decretação da prisão preventiva atende uma representação feita pelo delegado Renato de Carvalho, da 27ªDP, (Vicente de Carvalho), e também um pedido do Ministério Público, que denunciou o casal por homicídio qualificado. A dupla já estava atrás das grades desde o dia 16 de março, quando foi capturada por força da expedição de um mandado de prisão temporária. A ordem judicial perderia a validade , nesta quarta-feira. De acordo com o delegado Renato Carvalho, o crime ocorreu porque o empresário, que liderava um conselho fiscal, havia marcado uma reunião com os moradores para apresentar provas que a administração de Priscilla havia feito um suposto desvio de R$ 800 mil.
Leonardo trabalhava como supervisor do condomínio e, ao ser preso, confessou o crime, apontado a síndica como a mandante do assassinato. A defesa de Priscilla nega o envolvimento dela no caso. Já o advogado do ex-paraquedista entrou com uma petição na Justiça pedindo que ele seja novamente ouvido pela polícia, desta vez na presença de um advogado. Carlos Eduardo foi baleado ao abrir a porta do seu carro, logo após parar em frente a um depósito de bebidas, no Bairro Vila Kosmos, na Zona Norte do Rio.
O homem que o baleou desceu de um Voyage, disparou os tiros e fugiu. A cena foi flagrada por imagens de câmeras de segurança. A vítima ainda encontrou forças para dirigir até um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu um dia depois.
Os policiais identificaram Leonardo a partir do carro que ele usou no crime e que estava em nome de uma mulher. Ao ser preso, ele estava com o mesmo veículo que aparece nas imagens do assassinato, incluindo algumas marcas de amassamento na lataria.
O delegado Renato Carvalho investiga ainda a participação de mais duas pessoas na execução do empresário. Um delas teria cedido um revólver para o ex-paraquedista praticar o crime. O outro investigado seria o motorista do Voyage que transportou Leonardo até o local do crime. Em seu depoimento, ele alegou estar sozinho, e disse ter embarcado pelo lado do carona do veículo, como aparece na imagem de uma câmera de segurança, apenas por ter ficado nervoso logo após efetuar os disparos.
[24/03/2021] MP se manifesta contra revogação de prisão temporária de síndica suspeita de tramar morte de morador da Barra
No mesmo documento, o Ministério Público pede avaliação do quadro clínico de saúde de Priscilla de Oliveira para atender o pedido de prisão domiciliar ou indicar tratamento dentro do sistema prisional
A promotora Debora Cagy Erlich, da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial, manifestou-se nesta terça-feira (23) contra o pedido de revogação de prisão temporária feita por Priscilla de Oliveira, de 44 anos, suspeita de tramar a morte de um morador do condomínio na Barra da Tijuca, do qual era síndica.
O pedido tinha sido feito por sua defesa no dia 16 de março na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro sob a alegação de que ela era ré primária, possuía bons antecedentes, endereço e emprego fixos, além de possuir de nível superior.
“A defesa não trouxe qualquer circunstância capaz de modificar a situação fático-jurídica, não havendo motivos que justifiquem a revogação da sua prisão temporária, eis que inexiste qualquer ilegalidade e os fundamentos que ensejaram a sua decretação ainda se mantém. Além disso, é sabido que primariedade, residência e empregos fixos, por si só, não justificam a revogação da prisão temporária”, diz a promotora em parte do documento.
O pedido da defesa da síndica também cogita a prisão domiciliar de Priscilla, caso esta não seja revogada, argumentando que ela está se recuperando de uma cirurgia e precisaria de cuidados médicos específicos.
Quanto a esse pedido, o Ministério Público solicita avaliação médica e, caso seja necessário, se o mesmo pode ser realizado dentro do sistema penitenciário.
“No que concerne ao pedido de prisão domiciliar formulado em favor da investigada Priscilla de Oliveira, requer o Ministério Público que seja solicitada avaliação do quadro clínico da investigada pelo Hospital Penitenciário, devendo o corpo médico esclarecer se ela realmente precisa de tratamento especializado e, ainda, se o sistema penitenciário tem condições de adimplir essas eventuais necessidades”, argumenta a promotoria.
Por fim, a defesa de Priscilla de Oliveira ainda solicita a transferência da mesma para prisão especial justificando que ela possui nível superior, o que é cogitado pelo MP a partir de algumas circunstâncias.
“Cabe à Secretaria de Administração Penitenciária verificar o local adequado para o cumprimento da prisão temporária da investigada. Registre-se: a prisão especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum, e, não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento”, pontua.
MP também nega pedido de Leonardo Lima
No mesmo documento, o Ministério Público também negou um pedido da defesa de Leonardo Lima, acusado de ter atirado em Carlos Eduardo Monttechiari sob orientação de Priscilla de Oliveira.
O advogado Charles Santolia, que o representa, alega que sua prisão foi feita de forma arbitrária, sem que Leonardo fosse assistido por um advogado e tendo o seu depoimento filmado sob coação. A defesa do investigado solicitava a nulidade do depoimento concedido na 27ª Delegacia de Polícia.
“O Ministério Público também se manifesta contrariamente. Verifica-se que o pedido supramencionado não foi instruído com nenhuma comprovação dos fatos alegados, inviabilizando a análise com base nas meras alegações da petição”.
A manifestação do Ministério Público havia sido solicitada pela juíza Elizabeth Machado Louro, a quem coube analisar os pedidos das defesas, e que informou que só se manifestaria após a avaliação da promotoria.
[18/03/2021] Ligação telefônica e amassado em carro ajudaram polícia a apontar síndica e amante como suspeitos por morte de empresário
O depoimento de uma testemunha que conversava ao telefone com Carlos Eduardo Monttechiari quando ele foi baleado e uma marca de amassado na lataria do carro usado pelo autor do crime levaram a polícia a apontar a síndica Priscilla Oliveira e o amante dela, Leonardo Lima, que também era funcionário condomínio London Green, na Barra da Tijuca, como suspeitos pela morte do empresário. A dupla foi presa na terça-feira (16). Carlos teria descoberto um desvio de recursos do prédio e pretendia apresentar a fraude a outros moradores.
De acordo com a 27ª DP (Vicente de Carvalho), responsável pela investigação, inicialmente o crime era apontado como latrocínio, roubo seguido de morte. O cenário mudou após o depoimento de uma testemunha que conversava com a vítima no telefone. Segundo a polícia, a partir daí, foi possível identificar o suspeito de atirar contra Carlos.
O assassinato ocorreu no dia 1º de fevereiro. Carlos estava dentro de um carro, na frente do terreno que alugava, na Vila Kosmos, na Zona Norte, quando um homem o abordou e atirou. O empresário chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.
Outra peça-chave para a investigação foi um amassado na lataria do carro usado por Leandro para chegar até o local do crime. Segundo a polícia, o automóvel estava registrado no nome da esposa dele. Ele teria trocado placa, pneus e mudado adesivos para tentar despistar a polícia, mas a marca ajudou no rastreio. Ao ser detido, o funcionário usava o mesmo veículo.
Vítima também foi síndico do condomínio
O empresário morto também já foi síndico do condomínio onde vivia. Na Justiça do Rio, constam dois processo de autoria do London Green que remontam à sua gestão. Ambos estão relacionados a reclamações sobre despesas condominiais. Um deles, de 2017, foi extinto após o condomínio não dar continuidade a apresentação de provas no prazo estabelecido pela Justiça. Em outro processo, de 2016, houve acordo sobre parcelamento de débitos de um morador e o caso foi suspenso.
Nas redes sociais, Carlos Eduardo aparece frequentando os shoppings da região da Barra e do Recreio. Pai de duas filhas, o empresário, em sua última publicação no facebook, no dia 31 de janeiro, compartilhou uma imagem que dizia, dentre outras frases: "Prefiro ser revistado em cada esquina do que ser assaltado em cada quarteirão".
Construído em uma Área de Proteção Ambiental (APA) na Barra da Tijuca em 2008, o London Green Park & Style tem 440 apartamentos de até 180 metros quadrados, divididos em 6 Blocos com 10 andares. Só valor do condomínio é de R$ 1.650, sendo R$ 3.276 o IPTU.
[17/03/2021] Briga de condomínio termina em morte no Rio; síndica e amante são presos
Síndica de condomínio na Barra é presa suspeita de mandar matar vizinho, que descobriu fraudes em contas do prédio. Polícia afirma que supervisor do edifício efetuou os disparos
Uma briga de condomínio terminou em morte no Rio, e os suspeitos do assassinato — a síndica e o amante dela, funcionário do edifício de luxo, na Barra da Tijuca — foram presos nesta terça-feira (16).
Uma câmera de segurança registrou o crime, na manhã do dia 1º de fevereiro, e a polícia inicialmente tratava como um latrocínio.
Mas a 27ª DP (Vicente de Carvalho) concluiu que o empresário Carlos Eduardo Monttechiari acabou morto porque acusou a síndica, Priscilla de Oliveira, de ter desviado dinheiro do London Green Park.
Carlos Eduardo, que já tinha sido síndico do condomínio e era opositor de Priscilla, tinha marcado para 5 de fevereiro uma assembleia a fim de apresentar um dossiê com provas contra a gestora.
Roubo quase milionário
“A vítima descobriu, com notas fiscais falsas ou fantasmas, que estavam sendo desviados mais de R$ 800 mil do orçamento do condomínio”, explicou o delegado Renato Carvalho.
Quatro dias antes da reunião, porém, o empresário foi baleado. Ele estava dentro do carro, na frente do terreno que alugava, na Vila Kosmos, na Zona Norte, quando um homem o abordou e atirou.
Atingido no tórax e no abdômen, Carlos chegou a ser hospitalizado, mas morreu no dia seguinte.
A polícia afirma que o autor dos disparos é Leonardo Lima, supervisor contratado do London Green Park, casado e amante de Priscilla.
Amassado no carro levou ao autor
Nas imagens do crime, os investigadores perceberam que o carro de onde o assassino desceu tinha um amassado na lataria. Após rastreá-lo, descobriram que o automóvel estava no nome da mulher de Leonardo.
“Esse veículo foi vinculado a um funcionário que tinha um caso extraconjugal com a síndica”, emendou o delegado.
Testemunhas disseram que Leonardo tentou modificar o veículo: colocou rodas novas e tirou adesivos. Mas o amassado na lateral permanecia.
Ao receber voz de prisão nesta terça, Leonardo tentou fugir, mas acabou capturado na Avenida das Américas. Ele estava com o mesmo carro usado no dia do crime.
Leonardo e Priscilla não tinham antecedentes criminais. Eles vão ficar presos temporariamente por 30 dias até que a polícia conclua as investigações do homicídio.
A Polícia Civil ainda investiga quem é o motorista que ajudou o assassino a fugir.
O que dizem os envolvidos
Norley Thomaz Lauand, advogado de Priscilla de Oliveira, afirmou que a cliente “em momento algum desejou a morte da vítima”.
“Com certeza vai ficar concluído que ela não tem participação alguma. Foi uma atitude isolada do Leonardo, se, por ventura, ele cometeu, mas ela não contribuiu para isso”, disse.
A TV Globo não conseguiu contato com a defesa de Leonardo Lima.
Fonte: https://g1.globo.com e https://extra.globo.com/