Condomínio de luxo desmente ataque de onça a cachorro em Campo Grande
Em vídeo, onça aparece abatendo um cachorro
O vídeo que mostra uma onça atacando e abatendo um cachorro supostamente dentro de um condomínio de luxo em Campo Grande virou febre nos grupos de WhatsApp e nas redes sociais. Apesar da imediata repercussão entre os campo-grandenses, a administração do Residencial Terras do Golfe desmente que o ataque teria acontecido no local.
O gerente condominial, Fernando Rocha Coutinho, que responde pelo 'Terras', garante que as imagens não foram gravadas, sequer, em Campo Grande.
No vídeo, um cachorro aparece dormindo em uma varanda, aparentemente de uma casa, quando uma onça surge caminhando na direção do cão, por trás, e o ataca. É possível, também, escutar os latidos do cão, que tenta se defender, mas não resiste à investida do felino.
“É só reparar que ao fundo das imagens há montanhas. Por isso não foi aqui não. Eu recebi essas imagens até mesmo do meu filho. Gostaria de saber por que espalharam um boato como este”, destaca Rocha.
Fernando frisa, ainda, que esse vídeo pode prejudicar a imagem do condomínio, já que muita gente pode desistir de comprar terrenos no local. “A venda pode sim ser prejudicada, injustamente”, ressalta.
Todavia, a equipe de reportagem localizou um morador, que preferiu não ser identificado, do Terras do Golfe a fim de saber como estava o clima dentro do local. Ele também negou que uma onça tenha atacado um cão dentro do residencial, mas confirmou que já ocorreram várias aparições de animais por lá. “Já entraram cobras dentro do quintal de minha casa”, revelou.
A PMA (Polícia Militar Ambiental) foi procurada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax, mas o fato não foi confirmado. Segundo o major Queiroz, no dia em que supostamente ocorrera o ataque, o telefone da PMA estava com defeito. “Eu conversei com os agentes e ninguém sabia de nada, por isso não posso confirmar se foi em Campo Grande”, diz.
Possíveis motivos para o ataque
Queiroz explica que uma onça só ataca quando se sente acuada, com fome extrema ou para defender o filhote. “No caso do vídeo, parece ser por conta da fome”, informa.
Já o ambientalista Haroldo Borralho, reforça que o principal motivo para ataques de animais silvestres é o desmatamento, sobretudo o ocorrido na região leste de Campo Grande.
“Não posso afirmar que foi em Campo Grande, mas o que posso falar é que na saída para Três Lagoas ocorreu uma grande retirada de madeira para atender padarias e pizzarias da Capital. Isso fez com que as grandes matas acabassem, restando apenas os corredores de floresta, que são de menor tamanho. Também posso afirmar que nessa região há muitos macacos, antas e capivaras, por isso, não me assustaria se uma onça surgisse por lá à procura de comida. Sei disso porque os moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian frequentemente alimentam esses bichos”, conclui.
Outras aparições de onças na Capital
Em setembro de 2014 uma onça deixou moradores de um condomínio assustados. Primeiramente, ela foi vista na Vila Nasser e depois se deslocou para um residencial no Jardim Paradiso. Ela acabou sendo capturada com o uso de tranquilizante e foi encaminhada para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).
Já em 2011, uma onça-pintada fugiu do Cras e ficou solta na Capital até ser capturada, durante o período da fuga, os campo-grandenses que tinham o costume de caminhar pelo Parque das Nações Indígenas ficaram apreensivos.
Fonte: http://www.midiamax.com.br/
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