Atraso na entrega
Capixabas estão há sete anos aguardando entrega de unidades
Famílias aguardam entrega de apartamentos há quase 7 anos em Vitória
Obra da Construtora MRV era para ter sido entregue em novembro de 2011. Empresa diz que foi surpreendida com embargo da obra há sete anos.
Compradores de apartamentos num condomínio em Jardim Camburi, Vitória, esperam há quase sete anos pela entrega do prédio. Por causa da demora e da falta de informações, os proprietários foram para a frente do condomínio e da construtora MRV, neste sábado (13), mostrar indignação.
“Meu filho, hoje, é adolescente. Perdeu a infância sem curtir um apartamento com área de lazer e a empresa não nos dá satisfação nenhuma. Não fala sobre data de entrega, não tem consideração nenhuma com o cliente e o empreendimento está aí, pronto e fechado”, falou o policial militar Ataulpho Dutra Júnior.
A vendedora Roseana Denicoli comprou o apartamento em 2010 também na intenção de ter uma área de lazer para a filha brincar, mas o prédio, que seria entregue em novembro de 2011, ainda não foi liberado.
“Na época, minha filha tinha cinco anos. Hoje, já está com 11. É um sonho perdido. É o único imóvel que eu tenho, é o sonho da minha vida e, até hoje, nada”, dusse.
Segundo os moradores, há 300 apartamentos no condomínio e, até hoje, nenhum tem morador, tampouco sabem quando vão poder se mudar para o local. Por isso, fizeram um protesto neste sábado.
“A gente não sabe data de entrega, a gente tenta falar com a central de atendimento deles, mas o atendimento é péssimo, eles não dão retorno, ficam de nos ligar e não ligam”, reclamou a empresária Acyrlea Rocha Dutra.
Também compradora, a fisioterapeuta Maraia Tiengo disse que a obra consta como concluída no site da empresa.
“A obra está no site como 100% concluída. Então, a gente sabe que está pronto, mas eles não dão satisfação nenhuma para a gente”, disse.
Além do problema com a entrega, muitos proprietários se preocupam com o saldo devedor que está sendo corrigido.
“A MRV corrigiu o saldo devedor, embora a obra estivesse embargada. Isso está fazendo com que um financiamento que, originalmente, era de R$ 140, R$ 150 mil chegue a R$ 220, R$ 230 mil. O problema principal é que essas pessoas talvez não consigam, junto à instituição financeira, o financiamento desse valor a mais”, explicou o advogado Tiago Moraes.
Outro lado
A construtora MRV disse, em nota, que foi surpreendida, em 2011, com o embargo do condomínio Spazio Vintage. A empresa disse que já protocolou o requerimento da certidão de regularidade fiscal do residencial na Procuradoria Geral de Vitória e está aguardando os trâmites finais.
Segundo a construtora, ainda este mês está previsto para começar a convocar os proprietários para sanar as dúvidas em relação à duração da obra e as compensações financeiras devido ao atraso. A empresa disse que, desde 2011, mantêm os clientes informados sobre a situação.
Fonte: http://g1.globo.com