Condomínios elevam receita com aluguel do topo de prédios
Aluguel rende R$ 3 mil por mês ao Solar do Atlântico
O terraço de um condomínio pode render muito mais que uma bela vista da região. Com a locação desse espaço é possível incrementar em até 80% a receita do condomínio por um longo tempo, sem qualquer custo. O negócio é tão rentável que já existem empresas especializadas na intermediação entre síndicos e operadoras de telefonia.
Há cerca de sete anos o condomínio Solar do Atlântico, que fica no bairro do Imbuí, tem um acréscimo de R$ 3 mil na arrecadação mensal. O valor é sobre a locação de todo o terraço do edifício para diversas empresas de telefonia móvel. O dinheiro "extra", explica o síndico e morador Wellington Oliveira, é direcionado para o fundo de reserva e a manutenção de serviços básicos como pintura e limpeza.
"Uma empresa nos procurou oferecendo o negócio há sete anos. Na época, a locação não foi tão vantajosa, precisamos, ao longo desse tempo, fazer uma renegociação. Mas sem dúvida é uma oportunidade para aumentar a renda, mas também tem seus pontos contra", afirma Oliveira.
A renegociação é sem dúvida um dos lados negativos nesse tipo de negócio. Atraídos pelo lucro, os condomínios podem fechar contratos abusivos e poucos lucrativos. O valor do lote abaixo do real ou defasado são os principais motivos para buscar uma renegociação.
O fundador e diretor-executivo da Dextra, empresa especializada na consultoria e administração da cessão de espaços no topo de edifícios para antenas de telecomunicações, Vinicius Van der Put, comenta que existe um descompasso muito grande de conhecimento nas relações dos inquilinos com as proprietárias das antenas.
Além de buscar mais informações sobre a empresa e o tipo de contrato que vai ser estabelecido, o síndico do Solar do Atlântico indica bastante atenção às cláusulas contratuais e, se necessário, colocar aditivos para cada antena que é colocada no topo do prédio.
"Como a empresa que faz a locação pode estabelecer um contrato com diversas operadoras, é possível que durante a locação sejam instaladas novas antenas. Isso aconteceu em nosso condomínio, e na renegociação conseguimos um acréscimo de 20% para cada nova antena instalada", diz.
Outros fatores, até mesmo jurídicos, podem motivar uma reavaliação do contrato. "A renegociação não é só uma questão de dinheiro. Já encontramos situações em que restos de equipamento das operadoras estavam largados. São peças grandes, que podem causar muitos danos se caírem lá de cima", observa Van der Put.
Procedimento
Para evitar contratempos, o síndico deve deixar claro aos moradores o procedimento de instalação das antenas. Oliveira afirma que os questionamentos são constantes, principalmente sobre os impactos estruturais.
"Temos o acompanhamento de uma empresa de engenharia civil que faz toda a medição. No entanto, sempre surgem preocupações com um possível desabamento", diz.
Outra dúvida constante dos moradores são os riscos à saúde por causa dos efeitos das radiações. Porém, além dos estudos frequentes na área, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) regula todos os equipamentos antes da instalação.
"Todo o projeto passa por uma análise que vai licenciar a estação e a conformidade dos equipamentos. Avaliamos a altura e a emissão dos equipamentos", explica o assessor-técnico da Anatel Bahia.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/
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