Em 4 anos, condomínio em SP sobe 55%
Média da cota nos chamados prédios ‘clássicos’, com 64 apartamentos e dois elevadores, foi de R$ 525 em 2012 contra R$ 339 em 2008, aponta a Lello; zonas oeste e norte puxaram a alta
Reforço na segurança, dissídio de funcionários, reajuste nas tarifas de água, energia elétrica e gás e os aumentos nos valores dos contratos de manutenção e conservação de elevadores, portões e piscinas elevaram em 55% o valor da cota de condomínio paga por moradores de prédios de apartamentos na cidade de São Paulo.
O estudo é da Lello, empresa líder em administração de condomínios no Estado, com base nos chamados prédios “clássicos”, aqueles com uma torre, 64 apartamentos, dois elevadores e média de sete funcionários.
Em 2012 o valor médio do condomínio nesse tipo de prédio em São Paulo foi de R$ 525, contra R$ 339 em 2008. Os valores não contabilizam condomínios de perfis distintos, como os de alto e altíssimo padrão, condomínios do tipo clube e os grandes conjuntos.
Os prédios das zonas oeste e norte puxaram a alta. Nos condomínios da zona norte o valor da cota, que era de R$ 252 em 2008 passou para R$ 419 em 2012, o que representa aumento de 66,2%. Na zona oeste a cota média subiu de R$ 309 para R$ 514 – alta de 66,3%.
A zona sul teve a menor variação da cota no período, que passou de R$ 447 em 2008 para R$ 639, representando alta de 42,9%. Na zona leste da capital o condomínio dos prédios “clássicos” pulou de R$ 346 para R$ 529, representando aumento de 52,8%.
“Os salários pagos aos funcionários de condomínio sofreram sensível aumento nos últimos quatro anos, frente à valorização da remuneração da construção civil que atraiu muitos trabalhadores que antes trabalhavam como porteiros, faxineiros e zeladores. E a folha de pagamento dos condomínios representa aproximadamente metade das despesas de um prédio. O impacto foi grande”, explica Márcia Romão, gerente da Divisão de Atendimento ao Cliente da Lello Condomínios.
Ela lembra, ainda, que muitos condomínios contrataram vigilantes ou empresas especializadas para reforçar a segurança em meio a onda de “arrastões” a prédios de apartamentos, e também adquiriram equipamentos como circuitos de TV e alarmes, o que contribuiu também para a alta.
Dicas de economia
A gerente da Lello diz que revisar as despesas do condomínio, buscando eventuais "gorduras" no orçamento, é essencial para reduzir o valor pago mensalmente pelos moradores. Mas alerta que a economia a qualquer preço pode fazer com que o barato, depois, saia caro.
Márcia observa que a segurança dos condôminos e a qualidade e garantia dos serviços prestados pelos fornecedores, como empresas de manutenção e conservação, por exemplo, não pode ser comprometida pelos cortes no orçamento.
"Uma reforma barata, porém mal feita, pode gerar problemas estruturais e, consequentemente, novos gastos ao condomínio", afirma.
Segundo a gerente da Lello, o primeiro item a ser revisado é a folha de pagamento do condomínio. Um dos vilões são as horas extras realizadas pelos funcionários, e muitas vezes a contratação de folguistas ajuda a resolver o problema.
Outra medida essencial é o síndico realizar campanhas de uso racional de água nos apartamentos, instalar sensores de presença e estipular regras para o uso de energia elétrica nas áreas comuns. "Conhecendo o perfil econômico dos moradores e as necessidades do condomínio, sempre é possível economizar", conclui Márcia.
Matérias recomendadas