Avião de Eduardo Campos
SP: Donos de imóvel atingido por destroços aguardam indenização
Família que teve apartamento atingido por turbina de avião de Eduardo Campos segue sem indenização 9 anos após acidente
Queda de avião que matou o então candidato à Presidência da República e mais seis pessoas, completa nove anos neste domingo (13). Acidente ocorreu em Santos (SP).
A tragédia envolvendo a queda do avião que matou o então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, além de outras seis pessoas, em Santos, no litoral de São Paulo, completa nove anos neste domingo (13). O g1 apurou que, mesmo com o passar do tempo, uma das famílias que teve o apartamento onde morava atingido pelos destroços da aeronave segue sem indenização.
Edna da Silva, de 63 anos, morava com os filhos, sendo um homem e uma mulher, além de uma neta, na época com apenas nove anos, em um imóvel alugado no bairro Boqueirão.
O apartamento foi atingido por uma turbina do avião, que destruiu móveis e eletrodomésticos. O filho dela sofreu queimaduras em uma das mãos enquanto tirava a criança do local.
"Eu agradeço, como mãe e avó, pois eles saíram com vida, porque não era para terem saído vivos daquele momento", desabafou Edna, ao g1.
Segundo o advogado Joaquim Barboza, que representa Edna, o processo de indenização abrange danos morais, materiais e estéticos. A família entrou com a ação em 2015 e, até hoje, o caso ainda não teve um desfecho.
Entre os acusados estão dois homens, uma empresa e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o qual Campos era filiado. O g1 não localizou a defesa deles até a última atualização desta matéria, e o processo corre em segredo de Justiça.
O processo
De acordo com o advogado, a família de Edna, inicialmente, pediu uma compensação de 200 salários mínimos [hoje no valor de R$ 1.320] por 'autor', ou seja, a mulher e mais três familiares envolvidos.
No entanto, ainda segundo Barboza, a Justiça concedeu à família um pagamento de valor inferior ao pedido, o que levou a defesa a entrar com uma apelação.
O caso está atualmente no Superior Tribunal de Justiça (STJ), aguardando a análise dos recursos apresentados tanto pelos réus quanto pelos autores, que foram solicitados em 2021, conforme explicado pelo advogado. A atual expectativa da família de Edna é de receber R$ 2 milhões.
Barboza acrescentou que a última decisão judicial foi feita em julho deste ano, na qual foi solicitado para que um dos homens acusados se pronunciasse sobre um ponto - não especificado, devido ao segredo de Justiça - no processo.
Sentimento
Ao g1, Edna disse, anteriormente, como se sentia sobre o ocorrido. Ela afirmou, na ocasião, não ter recebido sequer um telefonema das partes acusadas.
A mulher lembrou também que, na data do acidente, era a única da família que não estava em casa. Os filhos e a neta chegaram a se machucar durante o ocorrido.
O filho dela se feriu com mais gravidade. "Ficou com a mão bastante queimada. Pensamos até que ele fosse perder a mão", disse. No entanto, Edna afirmou também que tanto a filha quanto a neta ainda sofriam psicologicamente por conta da tragédia.
O acidente
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, em Guarujá. O avião arremeteu devido ao mau tempo e, pouco tempo depois, perdeu o contato com o controle de tráfego aéreo.
O avião caiu em um terreno baldio em meio a comércios e prédios residenciais, no bairro Boqueirão, em Santos. Os destroços atingiram outras residências vizinhas. Dez pessoas tiveram ferimentos leves e precisaram ser encaminhadas para hospitais da região, sendo liberadas em seguida.
Além de Eduardo Campos, morreram no desastre Alexandre Severo e Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho, assessor; Pedro Valadares Neto, assessor e ex-deputado federal; Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista; e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2023/08/13/familia-que-teve-apartamento-atingido-por-turbina-de-aviao-de-eduardo-campos-segue-sem-indenizacao-nove-anos-apos-acidente.ghtml