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Convivência

Barulho dos bombeiros

Moradores do DF desistem de abaixo-assinado

segunda-feira, 18 de junho de 2018
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Moradores do DF que reclamaram do volume de sirene dos bombeiros cancelam abaixo-assinado

Documento pedia redução do ruído durante a noite. Conjunto de prédios fica a 50 metros de quartel.

Moradores de um condomínio em Águas Claras decidiram cancelar o abaixo-assinado que pedia a redução no volume da sirene usada à noite nos carros do Corpo de Bombeiros. O conjunto de edifícios está localizado a 50 metros de um quartel da corporação.

A informação foi confirmada ao G1 nesta sexta-feira (15). O sargento Sidney Santana informou que nenhuma reivindicação oficial foi feita na corporação até as 14h. O Corpo de Bombeiros soube do documento pelas redes sociais e a partir da ligação de um morador que discordava do pedido.

"O morador fez questão de se posicionar prestando total apoio e respeito ao trabalho dos socorristas."

A administração do condomínio não quis comentar o cancelamento nesta sexta (15). No condomínio, moradores e funcionários também não quiseram conversar porque teriam ordem do síndico para "não falar a respeito do assunto".

No abaixo-assinado, os inquilinos pedem que os militares reduzam o volume das sirenes ao sair com os carros, principalmente, no horário entre as 22h e 7h, e aos fins de semana. Eles alegam que nos prédios há recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas com problemas cardíacos.

Relembre

Na quarta (13), 26 moradores do condomínio tinham assinado o documento. No local vivem quase mil pessoas. A moradora que criou o abaixo-assinado não quis comentar a polêmica.

Em nota, o Corpo de Bombeiros explicou que durante a madrugada ou em momentos onde as vias se encontram vazias, "as viaturas em deslocamento estão mais vulneráveis a condutores desatentos, embriagados, [...]. Além de outras situações que podem colocar em risco a vida dos militares, das pessoas envolvidas no acidente e demais cidadãos de Brasília".

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o uso da sirene por veículos destinados a socorro só pode ocorrer durante atendimento de urgência.

O síndico do condomínio, Leonardo Conte, disse que o abaixo-assinado serviu como um termômetro para saber o grau de intensidade do incômodo e, assim, definir se a administração dos edifícios deveria acionar o quartel da região.

“Acho que ele era um termômetro para saber se havia espaço ou não de procurar o chefe da corporação que é nossa vizinha. E saber se a gente poderia entrar em acordo.”

O empresário André Guimarães foi um dos moradores do condomínio que decidiu assinar o documento. Ele mora no 15º andar de um dos edifícios e conversou com a reportagem da TV Globo no fim da noite de terça (12).

"A gente não entende porque eles colocam essa sirene neste horário. Você pode ver que não tem nenhuma movimentação passando aqui agora, né? Se fosse em outro horário, como no horário de almoço, com certeza, porque eles precisam de espaço para passar", afirmou Guimarães.

Já a psicóloga Josy Valois, que mora no 9º andar de um dos prédios, não concorda com a iniciativa e não assinou o abaixo-assinado: “Não me incomoda. É super tranquilo”. Na página da Associação de Moradores de Águas Claras, que conta com 52 mil pessoas, a repercussão foi negativa.

"Não entra na nossa cabeça que alguém queira impedir que o Corpo de Bombeiros realize o seu trabalho", disse o diretor de comunicação da associação, Marcelo Marques.

Outra reclamação

Em uma publicação nas redes sociais, um morador do mesmo condomínio chegou a escrever outra reclamação citando a corporação do Corpo de Bombeiros. De acordo com o texto, os militares estariam "gastando gasolina" ao permitirem que estudantes de uma escola particular fossem levados em um passeio no carro da unidade.

Apesar das críticas, os militares afirmou que a corporação irá manter a forma de atendimento à população e que "sempre usam o bom senso". Os bombeiros citaram, ainda, que é "difícil atender um chamado em Águas Claras", porque os motoristas não dariam passagem.

"Nas cidades onde o poder aquisitivo é menor, a corporação tem mais apoio", afirmou Sidney Santana, que trabalha mais de 20 anos como bombeiro.

Fonte: g1.globo.com

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