Bikes abandonadas
RJ: Problema inspira sistema de compartilhamento em condomínios
Bikes abandonadas inspiram sistema de compartilhamento em condomínio
RIO — Criar um sistema de compartilhamento foi a saída encontrada para o abandono de bikes no bicicletário do condomínio Sundance, na Barra da Tijuca, há pouco mais de seis meses. A ideia surgiu após a realização do recadastramento de bikes pela Estasa, empresa que administra o condomínio. No último registro, as bicicletas que antes seriam doadas ganharam um novo destino: foram recicladas e disponibilizadas para uso gratuito dos moradores.
Eram, no total, mais de 50 bicicletas abandonadas, das quais 15 foram restauradas e ofertadas para o uso compartilhado; e cinco, reservadas para possíveis trocas ou substituições. O restante das bicicletas foi colocado à venda, e o valor será revertido para a campanha de fim de ano e compra de presentes para os funcionários.
De acordo com a síndica Verônica Alves, um integrante do conselho do condomínio teve inspiração em uma reportagem sobre o assunto e decidiu propor a realização do projeto no condomínio.
— Todos os anos fazemos o recadastramento para liberar espaço nos bicicletários, mas no passado não houve a atualização, devido à pandemia. Este ano, quando fomos fazer o processo, sobraram muitas bikes. Eu me informei sobre maneiras de realizar (o projeto) e o jurídico ajudou mostrando o que poderíamos fazer— explica a síndica.
Para efetivar o projeto, o condomínio decidiu reaproveitar o esquema de travas para empréstimo de carrinhos de compras. Por meio do sistema, que é controlado por um cartão, a identificação do morador fica registrada até que seja devolvido o carrinho. Agora, os cartões também valem para o compartilhamento das bicicletas.
— Como todos os condôminos já têm dois cartões por unidade, nós compramos as mesmas travas e colocamos para as bicicletas. Assim, vamos saber quem são os moradores que estão com as bikes de acordo com a numeração que colocamos, e os cartões ficam presos. Só saem com a devolução da bicicleta — diz Verônica.
O esquema tem tido sucesso, sobretudo nos fins de semana. Segundo a sindíca, há momentos em que quase todas as bicicletas disponibilizadas estão em uso. Para a moradora do condomínio Elisa Brandão, o uso das bicicletas tem sido muito positivo para os condôminos.
— Isso evita a compra de mais bicicletas, enchendo os bicicletários. Serve também para que o morador possa passear com suas visitas, por exemplo, aproveitando a natureza do local onde moramos. De quebra, fazemos exercício — comenta.
E os moradores já estão contribuindo com dicas para a melhoria do serviço:
— Já temos dever de casa para melhorias a partir de ideias dos usuários, como colocar cadeados em cada uma das bicicletas, para que os moradores possam prendê-las ao ir ao supermercado, por exemplo — diz a moradora.
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