Após bombas na Concha, ElityTrans faz denúncia ao MP de Londrina
Os organizadores do Cabaré da Diversidade, encabeçados pelo coletivo ElityTrans, acionarão o Ministério Público para pedir uma investigação sobre as três bombas jogadas na Concha Acústica, na região central de Londrina, durante a realização do Cabaré da Diversidade na última sexta-feira (18).
O evento que marcava a comemoração de um ano do ato "Diversidade Colorindo a Cidade" - que em 2012 foi uma resposta às frases homofóbicas existentes na paisagem do Centro de Londrina - acabou com pessoas feridas, por causa de estilhaços de bombas, lançadas por moradores de edifícios localizados em frente à Concha.
A presidente do ElityTrans, Melissa Campos, informou que os participantes do evento estão se mobilizando para o registro dos boletins de ocorrência e vão recorrer ao Ministério Público, seguindo uma orientação jurídica.
"Queremos que o MP investigue o condomínio, a situação do condomínio. A gente entende essa questão do barulho, a gente entende que quem está morando ali deve presenciar várias manifestações políticas, culturais, é algo cotidiano ali. Mas a Concha é pública. Ela não pode servir somente de decoração, aquele local é marcado por acontecimentos", colocou.
Melissa defende que é hora dos moradores reformarem os apartamentos, colocando um revestimento acústico. O lançamento de objetos dos prédios não é novidade. Em 2011, um evento evangélico também foi atingido por bombas, além disso ovos e outros objetos já foram jogados em shows.
No Cabaré da Diversidade, foi registrado o estouro de três bombas, sendo que a última caiu onde havia uma grande aglomeração de pessoas, causando ferimentos. Uma professora que recebeu estilhaços na perna inclusive faria o exame corpo de delito para documentar a agressão.
Preconceito
Melissa Campos acredita que o lançamento de objetos foi causado pelo barulho, mas a escolha de bombas pesou por ser um evento LGBT.
"Por ser um evento da diversidade, deram uma incrementada no 'recado'. Falaram: como colocam uma travesti de mestre de cerimônia? Por que? Uma transexual não pode realizar uma coisa e dar uma mensagem adequada, que deixe uma mensagem às pessoas?", questionou.
O ElityTrans foi criado justamente para conquistar espaço na sociedade, contra a homofobia e o desrespeito. A presidente do coletivo destaca que quando não há um lugar conquistado pelo público LGBT, seus integrantes acabam marginalizados, como aconteceu com um adolescente de 15 anos na última terça-feira (15).
O garoto havia assumido sua homossexualidade e passava pela transição, mas acabou assassinado, pois buscou as ruas, sem o apoio necessário para enfrentar as mudanças.
Fonte: http://londrina.odiario.com/
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