Após briga em frente a condomínio de luxo, delegado e juiz tentam acordo
Um acordo entre o juiz Alexandre Pampado, da Comarca de Campo Novo do Parecis, e o delegado de Cuiabá, Gustavo Garcia Francisco, pretende dar fim às discussões e representações junto às respectivas corregedorias de Justiça e Polícia Civil. O ajuste teria sido firmado entre a Polícia Civil e o Tribunal de Justiça, por meio da Associação dos Magistrados Mato-Grossenses (AMAM), mas a informação não é oficialmente confirmada.
A confusão envolvendo o juiz e o delegado aconteceu na manhã do dia 30 de maio, em frente ao condomínio de luxo, Bonavita, em Cuiabá, em razão do estacionamento do carro do magistrado, um Cruze Hatch, em frente ao portão do condomínio, que prejudicava o acesso dos moradores. Além de Gustavo Francisco (que é morador do condomínio), o delegado de Rondonópolis, Daniel Rozão Vendramel, também teria se envolvido na briga que resultou em denúncia de racismo, representação na Corregedoria da Polícia Civil e Corregedoria Nacional de Justiça. O delegado foi acusado pelo juiz de agressão. Já o magistrado foi denunciado ao Conselho Nacional de Justiça por crime de injúria racial contra um dos servidores do condomínio que vetou sua entrada no local.
Fontes ligadas à Polícia Civil também confirmam a existência do acordo. Porém, a assessoria de imprensa da Associação dos Magistrados de Mato Grosso (AMAM) declarou que não existe nenhum acordo oficial sobre esse tema.
A briga entre delegados e juiz iniciada na porta do condomínio Bonavita continuou com troca de acusações e denúncias entre os envolvidos. Na semana seguinte da discussão o magistrado denunciou o delegado Gustavo Francisco por agressão. Por meio de nota, o juiz Alexandre Pampado, afirmou que o incidente ocorreu devido a não autorização de seu acesso ao prédio, que é condômino e possui um apartamento.
Histórico
Em nota, o juiz cita “que na discussão ocorrida, na entrada do condomínio, os delegados chegaram ao local de forma agressiva. O juiz se apresentou como magistrado, o que não evitou as agressões físicas contra ele”. A agressão foi negada pelo delegado de Cuiabá. Em seu depoimento Gustavo descreve quero juiz teria ido ao prédio para fazer a vistoria de um apartamento. Porém, por ainda não ser morador do condomínio sua entrada deveria ser acompanhada de um corretor e, por esta razão, sua entrada não era permitida no local, pois ele ainda não é morador do local e estava sem convite para poder adentrar ao local.
Ao chegar no prédio, conforme o delegado Gustavo, diante da situação, ele propôs ao juiz que entrasse no condomínio como seu convidado. Entretanto, o magistrado teria recusado o convite e se negado a retirar seu carro da entrada do condomínio, dando início assim a uma discussão entre delegado e o juiz. De acordo com Gustavo, sem um acordo para à retira do veículo os ânimos se exaltaram e ele imobilizou o juiz para tomar a chave do veículo.
Testemunhas que estavam no local ainda relataram formalmente à polícia, que o juiz teria dito palavras de baixo calão contra o trabalhador dentre elas chamado de “negão” e ainda questionado sobre “como uma pessoa de cor conseguiria resolver as coisas”. O trabalhador também foi ouvido formalmente e confirmou as agressões. O suposto comportamento do magistrado resultou em uma denúncia no CNJ, uma denúncia contra o juiz Alexandre Pampado por crime de injúria racial contra o zelador e o porteiro de um condomínio de luxo na capital. O magistrado afirmou, em nota à imprensa, ter sido agredido pelo delegado e negou ter maltratado qualquer um dos funcionários do local.
Fonte: http://www.olhardireto.com.br/
Matérias recomendadas