Diagnóstico aponta falhas na instalação elétrica dos edifícios do Norte e Nordeste
Ontem (20), foi divulgado um diagnóstico visual das condições das instalações elétricas residenciais de 53 edifícios do Norte e Nordeste do Brasil, sendo 24 na Bahia, 18 no Recife e 11 em Belém. Dos edifícios avaliados, 31 têm mais de dez anos de existência. A informação é do programa ‘Casa Segura’, que orienta sobre os cuidados com a rede elétrica nas edificações.
Uma análise preliminar revela que os prédios de Salvador estão em pior situação, pois 67% dos seus centros de medição requerem manutenção e 71% dos edifícios avaliados não possuem Dispositivo Diferencial-Residual (DR), responsável por desligar um circuito quando ocorre fuga de corrente elétrica. E mais: 46% das instalações elétricas não possuem fio terra.
Em Belém, os dados também são contundentes. O diagnóstico revelou que 45% dos centros de medição dos edifícios e 55% dos quadros elétricos de força dos elevadores requerem manutenção. Além disso, 36% dos condomínios avaliados em Belém recorrem ao uso permanente de benjamins e extensões para ligar equipamentos eletrônicos, o que pode provocar choques e iniciar incêndios devido à sobrecarga do sistema elétrico. Em Recife, o maior problema foi a falta de manutenção em 39% dos quadros elétricos de força dos elevadores.
O objetivo do diagnóstico é orientar e alertar os responsáveis dos condomínios e apartamentos sobre a necessidade de se adotar medidas de prevenção e correção nas instalações elétricas.
“Os números são alarmantes, a maioria absoluta das edificações apresentou algum problema na rede elétrica que, em um futuro próximo, pode resultar em choques elétricos, alguns até fatais, e em desperdício de energia e risco de incêndio”, destaca Milena Guirão, gerente do programa ‘Casa Segura’.
Segundo ela, os edifícios não cumprem os requisitos mínimos de segurança nas montagens de circuitos, quadros, materiais e dispositivos, têm sistemas de aterramento e condutores de proteção ineficazes e alguns disjuntores provocam aquecimento excessivo dos condutores, quadros e conexões, incorrendo em risco de incêndio.
Apesar da legislação em vigor, que determina vistorias técnicas periódicas nas edificações, de modo a zelar pela sua conservação e segurança, os resultados do diagnóstico mostram que a falta de fiscalização ainda é um problema.
Países como Argentina, Colômbia e Peru já dispõem desse tipo de regulamentação. No Brasil, cidades como Salvador (BA) e São Caetano do Sul (SP), por exemplo, já possuem leis que determinam a manutenção preventiva periódica das edificações públicas e privadas, porém padecem por falta de fiscalização”, destaca Milena.
Em Salvador, a Lei Municipal nº 5.907, em vigor desde setembro de 2001, determina que as edificações devem sofrer vistorias técnicas registradas por meio de relatórios ou laudos técnicos. Por Lei, a Prefeitura determina a periodicidade das vistorias. Em Pernambuco, a Lei Estadual Nº 13.032, de junho de 2006, estabelece regras para a realização obrigatória de vistoriais periciais trienais e respectivas manutenções periódicas em edificações públicas ou privadas que tenha mais de cinco anos a partir da liberação do ‘Habite-se’.
Para as três regiões avaliadas, o ponto positivo está no quesito eficiência energética. Quase 89% dos 53 condomínios fazem uso de sistema de iluminação com lâmpadas fluorescentes (Bahia – 83%; Recife – 100% e Belém 82%).
Para a pesquisa, foram avaliadas as condições dos principais componentes da instalação elétrica dos edifícios, incluindo a entrada de energia, o centro de medição, quadro geral de distribuição, demais quadros do edifício (bombas, elevadores, etc.), além da situação dos condutores elétricos, caixas, interruptores, tomadas, luminárias e demais componentes da instalação.
Fonte: http://www.d24am.com
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