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Piscinas

Choque elétrico em piscinas de condomínio: Causas e cuidados

Caso de descarga elétrica em condomínio na Colômbia deixou moradores assustados, pois pouco se sabe sobre as causas do acidente. Esta matéria alerta síndicos sobre os possíveis riscos de choque elétrico nas piscinas. Confira!

03/02/23 11:57 - Atualizado há 1 ano
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Caso de descarga elétrica em condomínio na Colômbia deixou moradores assustados, pois pouco se sabe sobre as causas do acidente. Esta matéria alerta síndicos sobre os possíveis riscos de choque elétrico nas piscinas. Confira!

No dia 10 de janeiro de 2023, quatro pessoas foram eletrocutadas dentro da piscina de um condomínio residencial na cidade de Neiva, na Colômbia. A cena do acidente rodou as redes sociais e deixou muitos moradores de condomínio preocupados, afinal, ainda pouco se sabe sobre o que causou o choque elétrico.

As imagens captadas por vizinhos mostram dois adultos, incluindo o salva-vidas do prédio, e duas crianças, de 8 e 11 anos, inconscientes, boiando na borda da piscina. Felizmente, as vítimas foram encaminhadas ao hospital e liberadas horas depois.

Passado quase um mês do ocorrido, não há informações concretas sobre a investigação do caso. Porém, a polícia trabalha com a hipótese de que a corrente elétrica tenha sido gerada por conta das luzes subaquáticas da piscina. Mas os motivos podem ser diversos. 

Enfim, o fato mais concreto disso tudo é que água e eletricidade não podem se encontrar, não é mesmo? Por isso, o SíndicoNet preparou essa matéria. O objetivo é alertar os síndicos sobre possíveis riscos de choque elétrico em piscinas e, claro, os cuidados para que isso não aconteça no seu condomínio. Vamos lá? 

Riscos e cuidados para evitar choque elétrico em piscinas de condomínio

A exemplo do prédio na Colômbia, deve-se sempre lembrar da velha máxima de que água e eletricidade não se bicam. 

Nesse sentido, o engenheiro eletricista Edson Martinho, em seu artigo para a ANAPP (Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscinas), reforça a regra básica: todos os circuitos de energia da região de uma piscina devem estar distantes da área úmida.

Os pontos de atenção são:

  • Luzes subaquáticas;
  • Bombas;
  • Filtros;
  • Aspiradores; 
  • Extensões de aparelhos, bem como caixinhas de som, carregador de celular e notebook;
  • Tomadas elétricas ou interruptores;
  • Linhas aéreas de energia.

De acordo com ele, o ideal é manter esses elementos a uma distância de, no mínimo, três metros da área em que as pessoas possam acessar com os pés molhados ou descalços. Quanto aos aparelhos eletrônicos, a indicação é orientar os moradores a utilizá-los somente na bateria, sem fio

Atenção aos objetos de estrutura metálica

É preciso ter cuidado também com quaisquer objetos de estrutura metálica, que comumente estão presentes na área da piscina, como cabos de peneiras para limpeza, escadas e até ganchos de salvamento. Nesses casos, opte por materiais isolantes como fibra de vidro, por exemplo.  

Iluminação x choque elétrico

Outro risco de choque elétrico em piscinas tem a ver com a iluminação – e nem estamos falando da subaquática ainda. 

Muitas vezes, os sistemas de iluminação podem estar presos às grades que envolvem o entorno da piscina, gerando riscos, principalmente se não houver manutenção contínua. Basta um único fio com fuga de corrente para deixar tudo energizado à sua volta. 

Quais as possíveis causas do choque elétrico na piscina do prédio na Colômbia?

Como falado acima, não se sabe ao certo o que pode ter provocado a descarga elétrica na piscina do residencial na Colômbia. No entanto, o SíndicoNet conversou com o engenheiro civil Zeferino Velloso, diretor da VIP - Vistorias e Inspeções Prediais, o qual apontou algumas causas possíveis do acidente:

  1. Iluminação interna da piscina ou de instalações elétricas ao redor dela não eram alimentadas por extra baixa tensão (12V);
  2. Falha de isolação elétrica na parte interna ou no entorno da piscina;
  3. Falha de vedação ou índice de proteção inadequado de equipamentos;
  4. Falta de aterramento do sistema elétrico da área da piscina, como bombas de filtragem, aquecimento de água, ou das estruturas metálicas do entorno, como grades, alambrados e postes;
  5. Incidência de raios.

Cuidados especiais com a iluminação subaquática na piscina

Segundo Velloso, piscinas com iluminação subaquática apresentam, sim, um risco maior de causar choques elétricos.

"São locais onde as pessoas estão com o corpo molhado, o piso permanece constantemente úmido e as pessoas geralmente não estão com calçados isolantes", explica.

Por conta disso, o síndico deve sempre consultar e contratar uma empresa ou profissional habilitado nesse tipo de serviço para garantir a segurança. Somente um técnico especializado poderá verificar tanto o sistema elétrico, quanto as condições físicas da região da piscina, bem como especificar as manutenções preventivas e corretivas necessárias. 

No Brasil, a NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão possui um capítulo específico que prescreve os cuidados mínimos para instalações elétricas de locais contendo banheira, chuveiro, saunas e piscinas.

As informações mais importantes da NBR 5410 a respeito da iluminação subaquática são:

  • Utilizar luminárias que sejam fabricadas com material isolante (material plástico sintético que não conduz corrente elétrica);
  • Utilizar luminárias que apresentem proteção contra infiltração de água (blindadas, com grau de proteção IP65);
  • Utilizar baixa tensão para alimentação subaquática, em torno de 12V;
  • Caso sejam necessários transformadores e/ou fontes de energia, os mesmos devem ser instalados em local anexo, não inundável;
  • Utilizar dispositivo DR para evitar choque elétrico por fuga de corrente.

A importância do disjuntor ou dispositivo DR

Um destaque especial ao último tópico – o disjuntor diferencial ou disjuntor diferencial residual (DR ou DDR). Trata-se de um dispositivo de proteção utilizado em instalações elétricas, que permite desligar um circuito sempre que detectada uma corrente de fuga. O dispositivo também atua contra curtos e sobrecargas.

A síndica profissional e colunista SíndicoNet Taula Armentano, que atende um condomínio com luzes subaquáticas na piscina, não abre mão do DR, além de ter o cuidado de manter a iluminação em um circuito separado das demais instalações elétricas.

Já a dica bônus da engenheira eletricista Michele Rodrigues é utilizar lâmpadas de LED que apresentam menor potência e, consequentemente, menor corrente elétrica. 

Lembre-se que a manutenção da iluminação interna de uma piscina ou mesmo sua adaptação deve ser feita por profissionais capacitados, que atenderão aos requisitos da NBR 5410.

Sinais de que algo está errado numa piscina com iluminação interna

Na vistoria periódica do condomínio, o zelador deve observar o funcionamento das lâmpadas subaquáticas da piscina, ou mesmo os moradores podem alertá-lo ao notar irregularidades, como:

  • Luminárias com lâmpadas apagadaspiscando ou com sinais de infiltração;
  • Sinais de infiltração e/ou corrosão nos eletrodutos no subsolo ou caixão perdido (áreas sem uso nem acesso comum na edificação);
  • Sistema de transformadores ou outras fontes de segurança para extra baixa tensão danificados ou sem proteção contra intempéries.

Pontos de atenção ao instalar luzes dentro da piscina ou no entorno

  • Fazer um projeto das instalações, para posterior execução, atendendo aos requisitos de norma técnica;
  • Utilizar materiais e equipamentos de qualidade (com selo INMETRO) e compatíveis com o que foi previsto em projeto e memorial descritivo;
  • Contratar empresa habilitada e com expertise neste tipo de instalação, que possua responsáveis técnicos e referências no mercado.

Zeferino Velloso (engenheiro civil e diretor da VIP - Vistorias e Inspeções Prediais); Taula Armentano (síndica profissional); Edson Martinh (engenheiro eletricista); ANAPP (Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscinas) e Michele Rodrigues (engenheira eletricista).

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