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Cuidado com os temporais

Como resguardar o condomínio contra raios e queda de energia

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
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A previsão é de chuvas fortes neste verão. Por isso, é importante os síndicos implementarem medidas de proteção contra descargas atmosféricas (raios), inundações causadas por chuvas intensas e quedas de energia elétrica.

Pensando nisso, a Lello, administradora de condomínios, preparou dicas de prevenção e um plano de contingência para manter a segurança e o bem-estar dos condôminos, minimizando os impactos causados por eventos naturais e falhas no fornecimento de energia. 

1. Proteção Contra Raios

As edificações estão suscetíveis a descargas elétricas que podem gerar danos estruturais e colocar em risco a segurança dos moradores. Para garantir uma proteção eficaz, é necessário instalar sistemas apropriados e realizar manutenções regularmente. 

  • Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA): a primeira providência é instalar um SPDA, popularmente conhecido como para-raios. Esse sistema inclui hastes e condutores que direcionam a descarga elétrica para o solo, protegendo a edificação e os ocupantes. O Síndico deve assegurar-se de que o projeto e a instalação sejam realizados por um engenheiro qualificado e que sigam a Norma Brasileira (NBR) 5419, que estabelece os requisitos de segurança; 
  • Realizar Manutenções Periódicas: é essencial que o SPDA seja inspecionado anualmente. Um técnico especializado deve realizar uma verificação para avaliar as condições do sistema e emitir um laudo técnico atualizado, garantindo que tudo esteja em pleno funcionamento;
  • Verificar as Instalações Elétricas do Condomínio: as instalações elétricas internas do condomínio também devem ser inspecionadas e atualizadas, quando necessário. A instalação de Dispositivos de Proteção contra surtos (DPS) no quadro de distribuição elétrica é importante para proteger equipamentos e aparelhos internos contra danos causados por picos de energia. 

2. Proteção Contra Chuvas e Inundações

Chuvas intensas e tempestades representam riscos frequentes que podem causar enchentes, infiltração e até deslizamentos em áreas externas. O Síndico pode adotar medidas preventivas para reduzir esses perigos. 

  • Manter Calhas e Ralos Limpos: calhas e ralos devem ser mantidos limpos com frequência para evitar acúmulo de folhas e sujeiras, especialmente antes e durante o período de chuvas, não esquecendo dos pontos de ralos das coberturas. Isso ajuda a prevenir alagamentos nas áreas comuns e internas. 
  • Avaliar e Ajustar o Sistema de Drenagem: o sistema de drenagem de águas pluviais do condomínio deve estar dimensionado para comportar grandes volumes de água. Também é importante avaliar a inclinação do terreno e, caso necessário, instalar canais de drenagem ou bombas para facilitar o escoamento da água; 
  • Inspecionar Paredes e Telhados para Evitar Infiltrações: realize inspeções periódicas nas paredes e telhado em busca de fissuras ou rachaduras. Impermeabilizar esses pontos é essencial para evitar infiltrações que podem comprometer a estrutura do prédio e gerar problemas como mofo e umidade. 

3. Plano de Continência em Caso de Falta de Energia

Falhas no fornecimento de energia podem comprometer a segurança dos condôminos, o funcionamento dos elevadores e até os sistemas de segurança e iluminação. Estabelecer um plano de contingência permite que o condomínio esteja preparado para gerenciar esses imprevistos.

  • Instalar um Grupo Motor Gerador e Definir Uso Prioritário: a instalação de um gerador é uma medida que mantém os serviços essenciais em operação durante a falta de energia. Estabeleça quais áreas do condomínio terão prioridade de uso conforme a capacidade do gerador, como elevadores, sistemas de segurança e iluminação de emergência;
  • Configurar Nobreaks para Equipamentos Sensíveis: sistemas de segurança (como câmeras e controle de acesso) e de comunicação devem contar com nobreaks para garantir o funcionamento durante a falta de energia. Os nobreaks devem ser de boa qualidade, configurados de acordo com a demanda dos equipamentos e revisados regularmente; 
  • Organizar um Plano de Comunicação com os Condôminos: defina um protocolo de comunicação para informar os condôminos sobre interrupções no fornecimento de energia, incluindo a previsão de retorno e as medidas de segurança que sevem ser seguidas durante o período de inatividade. Sinalize as saídas de emergência e garanta que o sistema de iluminação de emergência esteja funcionando corretamente;
  • Realizar Testes Periódicos nos Geradores e Nobreaks: é recomendável que o Síndico realize testes mensais dos geradores e nobreaks para assegurar que os equipamentos estejam em boas condições e prontos para atender às necessidades do condomínio em caso de queda de energia. Consulte um técnico especializado para realizar esses testes. 

- LEIA TAMBÉM: Condomínio à prova de apagão

Plano de Continência: Passo a Passo em Caso de Falta de Energia

  1. Acionar o Gerador: Se o gerador for automático, ele será ativado assim que houver falta de energia. Caso seja manual, siga o procedimento para iniciar o sistema. 
  2. Priorizar Áreas Essenciais: Verifique se a iluminação de emergência e os sistemas de segurança estão funcionando e priorize o uso de elevadores ou outros serviços de alta necessidade. 
  3. Iniciar Nobreaks em Equipamentos Críticos: Monitore os nobreaks para garantir que os equipamentos de segurança e comunicação permaneçam ativos. 
  4. Informar os Condôminos: Envie comunicados pelos meios disponíveis (grupos de mensagens, interfone, e-mails ou outros) para informar sobre a situação, os procedimentos de segurança e o horário estimado para o restabelecimento da energia.
  5. Verificar as Saídas de Emergência: Certifique-se de que as saídas de emergência estão desobstruídas e sinalizadas, permitindo fácil acesso em caso de necessidade. 
  6. Monitorar o Consumo do Gerador: Durante períodos prolongados de interrupção no fornecimento de energia, acompanhe o consumo do gerador para assegurar a autonomia até que a energia seja restabelecida. 

Adotando essas orientações, o síndico contribui para a segurança do condomínio e estabelece uma resposta eficaz em situações de emergência. Essas ações de prevenção e contingência ajudam a garantir a proteção dos moradores e reduzem os riscos associados a eventos climáticos e interrupções de energia. 

Artigo de Raquel Bueno, engenheira da Lello

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