Chuvas X Infiltrações
Quando reparar os danos causados durante a temporada de chuvas
Não é exagero afirmar que, invariavelmente, as chuvas de verão geram problemas e dores de cabeça aos síndicos na grande maioria dos condomínios.
Para se ter uma ideia, dados e pesquisas realizadas pelo SíndicoNet apontam que 85% dos prédios apresentam problemas de infiltração, principalmente nessa época do ano.
Outro problema que o síndico enfrenta é que, mesmo com todo o transtorno causado por goteiras, infiltrações, manchas de umidade, alagamentos, etc., infelizmente, os devidos reparos muitas vezes não devem ser feitos no período de chuvas. O ideal é aguardar um pouco.
Quando executar os reparos
Os especialistas apontam os meses de maio a setembro como os mais indicados para reparar o estrago. “Vale a pena esperar e fazer bem feito na época seca” sugere o professor de engenharia civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Luis Sérgio Coelho.
E para fazer bem feito é importante refletir sobre qual é a necessidade de cada edificação. Há prédios, por exemplo, que nunca sofreram com problemas de telhado, mas com o grande volume de uma tempestade, o dano aconteceu.
Casos de destelhamentos mais graves, com água entrando nos apartamentos, obrigou alguns a tomarem medidas circunstanciais.
“Em alguns casos, tivemos que cobrir telhados com lonas de caminhão, para minimizar o ocorrido, e evitar que houvesse perda material dos moradores, como avariação de pisos e móveis”, explica Souza Filho.
O engenheiro civil Zeferino Velloso Neto da VIP, inspeções prediais, empresa especializada em perícias e inspeções nesta área, também indica o uso de toldos improvisados.
“Como a chuva castigou mais os apartamentos de cobertura, ou a obra é feita com toldo ou se espera a estiagem”, afirma.
O professor do Instituto Mauá de Tecnologia Marcio Estefano de Oliveira, aponta para outros locais que, ao sofrerem algum tipo de dano, devem ser prontamente reparados.
“Muros de arrimo, sistema de esgotamento de água de subsolos e sistema elétrico, por exemplo, devem receber manutenção imediatamente após a ocorrência de danos para evitar riscos maiores aos usuários do prédio. Uma parede que tenha ficado muito encharcada com água, dependendo dos materiais aplicados, pode entrar em colapso. Neste caso, deve-se consultar um engenheiro”, sugere.
Outro problema recorrente apontado por Velloso Neto é a infiltração nas garagens.
“Alguns prédios não têm sistema de drenagem adequado. Quando o lençol freático começa a ficar muito alto, não há vazão suficiente para essa água, que pode ficar em contato com o subsolo do prédio”.
Prevenção
Em outras circunstâncias, uma boa manutenção preventiva pode evitar dores de cabeça. Prédios com telhados sujos e sem manutenção ficam mais propensos a apresentar goteiras e infiltrações. Vale ressaltar também a necessidade de se trocar as telhas quebradas ou trincadas. Com limpeza e troca periódica -feita todos os anos no inverno- o condomínio economiza com os reparos que teria de fazer no futuro.
Contratação
Antes de assinar o contrato com a empresa que oferecer o orçamento mais baixo, é importante verificar o que está sendo acordado. Por exemplo, quem será o responsável pela compra dos materiais e o prazo para a obra ser executada.
Também vale a pena acordar prazos por escrito no contrato. Assim, fica tudo claro para todas as partes.
O professor Luis Sérgio Coelho, da FEI, chama a atenção para um documento chamado ART, o chamado ‘anotação de responsabilidade técnica’.
“A empresa deve oferecer esse documento, que é uma garantia que o serviço será bem executado. É uma segurança maior do que contratar qualquer pessoa que, muitas vezes, não fará o serviço a contento”, ressalta.
A ser feito todos os anos
- Limpeza do telhado, de calhas e condutores
- Substituição de telhas quebradas ou trincadas
- Manutenção da bomba de água pluvial
- Verificação do estado de mantas e impermeabilização
Fontes consultadas: Professor Luis Sérgio Coelho, professor de engenharia civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana); Gabriel Souza Filho - administradora Prop Starte; José Roberto Iampolsky - administradora Paris; Zeferino Velloso Neto - Vip inspeções prediais - engenheiro; Marcio Estefano de Oliveira - professor de engenharia civil do Instituto Mauá de Tecnologia