Moradores e condomínios reclamam de problemas na coleta seletiva de Blumenau
Falhas no cronograma e exigências para o recolhimento estão entre as principais queixas
Moradores que separam o lixo reciclável enfrentam problemas com a coleta seletiva em Blumenau. As dificuldades vão desde o não cumprimento do cronograma de recolhimento até exigências para que o material seja levado pelo caminhão e afetam principalmente a rotina de quem mora em condomínios.
É o caso de um residencial na Escola Agrícola, que deixou de ter o lixo coletado por um impasse sobre o local onde o material deveria ficar para ser recolhido. A síndica Silvana Conceição Tiago diz ter sido orientada pelos servidores responsáveis pela coleta a colocar o lixo na calçada, e não mais em lixeiras na lateral da rampa de acesso do condomínio, para que fosse levado.
Silvana critica a nova regra, já que antes da determinação os resíduos produzidos pelos moradores das 41 casas do condomínio eram coletados de dentro da lixeira, e afirma que é inviável colocar os tambores na calçada:
— Não temos ninguém responsável por tirar e guardar os latões. Como o reciclável não era mais recolhido acabei trancando aquela lixeira, porque o pessoal mexia e tudo ficava espalhado. Não entendo, o lixo comum também fica nas lixeiras e é coletado dali mesmo.
O problema se repete em outros pontos da cidade, como na Alameda Rio Branco, no bairro Jardim Blumenau.
— A coleta é feita com hora marcada e o caminhão não pega o lixo que está dentro da casinha. O problema é que nem sempre tem um zelador para colocar os materiais para fora — critica Soreia Luebke, que trabalha na ACBLU Administradora de Condomínios, empresa que gerencia um prédio na via.
Soreia ainda revela que devido ao transtorno a administradora, responsável por 55 condomínios na cidade, já precisou contratar um serviço particular para recolher os resíduos.
Na Rua Wunstorf, no bairro Itoupava Norte, o acúmulo do lixo também incomodou moradores, mas segundo Samara Gabriela Malaquias Holler, da JS Administradora, a empresa acionou o Samae para recolher os resíduos.
Moradora leva lixo à casa da mãe
Apesar dos obstáculos enfrentados pelos moradores, o naturalista e ecólogo Lauro Bacca acredita que o morador que tem consciência ambiental encontra uma maneira de reciclar o lixo que produz. Andressa Mendonça, moradora do residencial na Escola Agrícola, lembra que quando a coleta deixou de ser feita, entre março e abril deste ano, ela chegou a entrar em contato com o Samae para pedir o retorno do serviço. Na época, deixou um saco com recicláveis ao lado da lixeira, que agora fica trancada, mas o material acabou sendo levado pela coleta comum.
— Agora eu levo o lixo na casa da minha mãe, que mora na Rua Irapuru. Mas lá também teve problemas com a coleta. O caminhão parou de passar na rua dela e os moradores deixavam o lixo na Rua da Glória. Agora, para eles entrarem na rua dela precisa ligar e avisar que tem lixo — conta a moradora.
Além da dificuldade na coleta, administradores de conomínios ressaltam que o descarte incorreto e a violação dos sacos de lixo também são problemas comuns dos moradores.
— Tem gente rasga os sacos para escolher o que vai levar e o resto fica ali jogado — diz Christian Godre, da Metrópole Administradora de Condomínios.
Samae afirma que vai apurar os problemas registrados
O gerente de resíduos sólidos do Samae, João Carlos Franceschi, explica que a coleta do lixo reciclável não é feita somente nos casos em que a lixeira fica há mais de dois metros de distância da rua ou quando não existe acesso ao local onde o lixo é armazenado _ neste caso o morador pode sim ser orientado a colocar os resíduos na calçada.
— O que foi instituído é que o Samae não entra no condomínio para pegar o lixo. O servidor deve conseguir pegar o lixo na via pública — aponta.
No caso registrado no bairro da Glória, Franceschi afirma que os motoristas devem seguir o itinerário independente de ter ou não lixo naquela rua e que não cabe aos servidores escolher em quais pontos o caminhão passará.
Referente ao condomínio na Escola Agrícola, o diretor acredita que, se antes a coleta era feita, o que pode ter ocorrido é um desencontro de informações, mas que essa e as outras situações relatas serão apuradas. Caso os moradores tenham dúvidas sobre a coleta seletiva ou comum, a orientação, segundo o diretor, é ligar para o telefone do setor dos resíduos sólidos do Samae no telefone 3222-4150.
Franceschi reforça, no entanto, que a autarquia não é responsável pela coleta de lâmpadas e óleo de cozinha. Nestes casos se aplica a logística reversa, quando a indústria, importadora ou distribuidora deveria receber o material sem uso para fazer o descarte correto.
Fonte: http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/
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