Condomínios no Brasil começam a atuar como empresas estruturadas
Os apartamentos e as vilas residenciais fechadas estão se transformando nos atores principais de um fenômeno muito interessante. Trata-se da mudança de comportamento dos condomínios, que estão atuando como verdadeiras empresas. Atualmente, é cada vez mais comum encontrar pessoas que desejam morar em apartamentos, ao invés de se fixar em casas de rua. Por conta disso, os condomínios vêm aprimorando cada vez mais os seus serviços para satisfazer esses moradores, transformando os conjuntos habitacionais em empresas de grande funcionamento.
No século 21, os condôminos ganharam o status de cliente. Uma prova disso é a crescente busca dos síndicos, destes conjuntos habitacionais, por serviços terceirizados, que registraram um aumento anual de 25% a 30% na procura. São "empresas" que precisam gerenciar pessoas e recursos, além de lidar com questões jurídicas, trabalhistas, fiscais e operacionais. Segundo Amilton Saraiva, da GS Terceirização, a porcentagem dos novos prédios que contratam serviços terceirizados chegam a 70%, entre portaria, segurança, manutenção, e até administração.
"Num condomínio grande, com muitas demandas, não dá para esperar que um morador cuide de tudo. Ninguém tem tempo para fazer esse trabalho hoje em dia", explicou Saraiva.
Em alguns condomínios, a ocupação destes funcionários chega a ser de 99% para prestar atendimento aos moradores, bem como realizar serviços de limpeza geral. Inclusive, é possível encontrar até professores de educação física, que ajudam os moradores a realizarem atividades na academia do prédio. Muitos contam que acabam não conhecendo o funcionário, porém, nenhum deles registra alguma queixa em relação ao serviço que está sendo prestado pelo mesmo.
Um condomínio se assemelha a uma empresa principalmente na parte administrativa. Ricardo Soares, síndico de um condomínio da zona sul de São Paulo, garante que esse fenômeno já é realidade e que deve funcionar perfeitamente se houver comprometimento de todas as partes. "Se não houver profissionalismo e seriedade na gestão do condomínio por parte do síndico, conselho e administradora, a empresa [condomínio] passa a não funcionar bem e os maus resultados começam a aparecer", conta.
Fonte: http://www.dci.com.br
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