Como os condomínios podem combater o coronavírus
Síndico, gestores, conselho, advogado e administradora precisam de um plano de ação
Por Rodrigo Karpat*
A epidemia que atinge a humanidade teve início na China, chegou aos EUA, Europa, e já tem centenas de caso no Brasil, avançando rapidamente.
Infelizmente não verificamos medidas concretas do governo no caminho de impedir de forma severa o avanço da doença que parece iminente.
O impacto para a economia mundial já é evidente. No Brasil, o cancelamento de jogos, festas e eventos também colabora para uma fase de recessão ainda pior.
Infelizmente ainda temos os incrédulos, os que comparam a quantidade de mortes com corona e as demais doenças, esquecendo que as demais doenças continuarão matando, e serão somadas às mortes que virão pelo coronavírus.
Isso sem contar com o caótico sistema de saúde público do nosso país, que contribuirá ainda mais para a propagação e para o aumento do número de casos fatais.
A questão é que se as medidas necessárias não forem tomadas, os números aqui poderão ser devastadores. Todos temos parentes idosos e conhecidos ou familiares com problemas de saúde que compõem o grupo de risco. Para estas pessoas, a pandemia será devastadora.
Nós, gestores condominiais, síndicos e conselheiros, precisamos com afinco ajudar a sociedade e nossa microssociedade. Medidas simples como avisos nos elevadores e correspondências para moradores com alertas de cuidados, vão ajudar a frear a disseminação do vírus.
As principais medidas são:
- Cancelar a realização de assembleias
- Evitar circulação desnecessária pela cidade
- Procurar fazer home office sempre que viável, realizar as reuniões de trabalho de forma virtual com a ajuda de aplicativos
- Dentre outras.
Como orientações e medidas gerais no âmbito condominial, devemos adotar as seguintes medidas:
- Disponibilizar suportes de álcool gel nas saídas dos elevadores, áreas sociais e portaria;
- Orientar que todos lavem as suas mãos ao entrar e sair do prédio;
- Realizar a limpeza constante com álcool nos elevadores, maçanetas, interfones, e demais áreas comuns com maior frequência;
- Orientar aos usuários do prédio que, ao utilizarem os interfones em áreas comuns, passem pano com álcool;
- Sugerir que se evite aglomerações em suas unidades, com o cancelamento de festas, encontros, evitando reuniões em grupos em áreas comuns do condomínio;
- Estipular que os elevadores devam ser utilizados apenas por uma família por viagem;
- Suspender as autorizações para obras nos próximos 15 dias, salvo reparos essenciais com uma ou duas pessoas;
Caso haja suspeita de contágio de algum colaborador, morador ou prestador de serviços, importante comunicar imediatamente o síndico ou conselho e manter a quarentena em casa com isolamento, sem circulação no condomínio;
Atualmente temos entre 300 a 500 mil condomínios no país, representando parcela significativa da sociedade. E pelas características dos nossos condomínios temos um agravante na propagação da doença que é o convívio próximo entre pessoas e o compartilhamento constantes de áreas e bens comuns.
Assim, síndico, gestores, conselho, advogado e administradora têm papel essencial para o combate e a disseminação da doença do Covid-19 em nossa microssociedade. Que façamos nossa parte com afinco e determinação para que possamos proteger as nossas famílias, amigos e toda a sociedade.
Confira nosso Guia completo sobre o coronavírus e os condomínios AQUI.
Fonte: (*) Dr. Rodrigo Karpat é advogado militante na área cível há mais de 10 anos, é sócio-fundador do escritório Karpat Sociedade de Advogados e considerado um dos maiores especialistas em Direito Imobiliário e em questões condominiais do país. Além de ministrar palestras e cursos em todo o Brasil, é colunista da ELEMIDIA, do portal IG, do site SíndicoNet, do Jornal Folha do Síndico, do Condomínio em Ordem e de outros 50 veículos condominiais, além de ser consultor da Rádio Justiça de Brasília e ter aparições em alguns dos principais veículos e programas da TV aberta, como "É de Casa", "Jornal Nacional", "Fantástico", "Programa Mulheres", "Jornal da Record", "Jornal da Band", entre outros. Também é apresentador do programa "Vida em Condomínio", da TV CRECI. É Coordenador de Direito Condominial na Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB-SP e integrante do Conselho de Ética e Credenciamento do Programa de Auto-regulamentação da Administração de Condomínios (PROAD).