Shoppings investem em complexos multiúso
O conceito ainda é pouco explorado no País, mas especialistas estimam que mais de 65% dos empreendimentos comerciais têm potencial para avançar em condomínios, hotéis e faculdades
Complexos multiúso que agregam entretenimento, lazer e negócios são as novas apostas do mercado de shopping centers no País. O setor percebeu a demanda observada pelas construtoras.
Atualmente, estima-se que 32% dos empreendimentos funcionem no formato, como apontou ao DCI a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Segundo a instituição, mais de 60% desses espaços já contam com condomínios empresariais e 30% com redes hoteleiras.
"O multiúso é uma evolução que permite às pessoas morar, trabalhar e desfrutar do lazer em um único local", contou o presidente da Tenco Shopping Centers, Eduardo Gribel.
Detentor de 16 shopping centers, sendo sete em operação e outros nove em construção - nos quais foram investidos R$ 120 milhões -, ele afirma que a proposta é criar grandes polos comerciais, uma vez que a companhia só atua em cidades do interior.
"Queremos levar comodidade para as pessoas, já que nos espaços os consumidores contam com escolas de inglês, clínicas médicas, escolas de dança e muito mais", ressaltou. Atualmente a meta da companhia é chegar a 30 empreendimentos até 2016.
Segundo Gribel, os planos da rede incluem ainda parcerias com redes hoteleiras em todos os shoppings administrados pela Tenco, além de espaços voltados exclusivamente para os centros comerciais. "Uma das regras da companhia é só abrir shoppings em locais onde ainda não existam centros comerciais", disse. Entre os empreendimentos, ele destaca o Cariri Garden Shopping, localizado em Juazeiro do Norte (CE) - já conta com um hotel da bandeira Ibis.
Outras unidades como o Arapiraca Garden Shopping, em Arapiraca (AL), e Via Vale Garden Shopping, em Taubaté (SP), também devem ganhar hotéis em breve.
Interiorização
A companhia direcionou os investimentos para o interior, o que parece ter sido fundamental para a redução na taxa de vacância. Hoje, no mercado, a média de vagas em shoppings recém-inaugurados nas principais capitais chega a até 50%. "As grandes redes do varejo querem estar nesses polos, já que a maioria das lojas está em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo", disse o presidente da Tenco.
Outra que também investe em centros de compras multiúso é a Aliansce Shopping Centers. Presente em 10 estados, a rede soma 33 empreendimentos como West Plaza (SP), Iguatemi Salvador (BA) e Shopping Leblon (RJ). Entre os empreendimentos da rede, o Moinhos Shopping, em Porto Alegre (RS), já conta com uma unidade do Hotel Sheraton. "Quando comparamos o país com outros mercados, como o norte-americano, vemos como o Brasil tem grande potencial de desenvolvimento", afirmou o presidente da Aliansce Shopping Centers, Renato Rique.
De acordo com ele, em terrenos nos grandes centros urbanos há grande potencial de investimento para os shoppings. São áreas que têm atraído serviços como postos da Polícia Federal e dos Correios. "Esse movimento traz maior liquidez para o negócio, além de aumentar a competitividade no setor".
Rique destacou ainda o desenvolvimento de empreendimentos revolucionários que englobam desde um estádio de futebol, até bibliotecas públicas - como já acontece no Chile. "Cada vez mais o comércio de rua e os shoppings estão se aproximando", finalizou.
Fonte: http://www.dci.com.br/
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