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Hubert Gebara

Condomínio seguro

Cuidados básicos com equipamentos e funcionários podem, sim, fazer a diferença

16/05/14 10:08 - Atualizado há 10 anos
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Por Hubert Gebara *

Sempre que ocorre novo assalto em condomínios, transparecem falhas que já deveriam estar superadas, como cercas elétricas desligadas ou câmaras de circuito interno de TV sem as gravações. Quando a falha não é técnica, é humana: porteiros que abrem o que deveria estar fechado ou que saem de suas guaritas quando deveriam vigiar pelo insulfilme aqueles que chegam alegando os mais variados propósitos. 
 
Há uma semi-guerrilha urbana conspirando contra a segurança dos condôminos. Os disfarces são muitos. Já houve caso de mulher grávida que passou mal na frente do prédio e o porteiro foi acudir. Era assalto. Já houve bandido que conseguiu entrar no condomínio escondido no porta-mala do automóvel do morador ou dirigindo o carro clonado do morador. Não dá para citar todos o casos da rica gramática do assalto a essas comunidades. Imaginação e armas não faltam para os assaltantes.   
 
A violência não é mais apenas coisa de cidade grande. Condomínios em cidades de porte médio e pequeno, em regiões tidas até então como seguras, estão sendo vítimas da ação das quadrilhas ou de assaltantes que atuam de forma independente, às vezes menos experientes e mais perigosos.  
 
 Há muitas perguntas e dúvidas  no ar. Por que a cerca elétrica estava desligada ou não havia fita ou CD no circuito interno de TV? Por que alguns se transformam em assaltantes e por quê a sociedade gera com tanta frequência esse tipo de comportamento? Surgirá uma nova arquitetura para projetar imóveis mais seguros ou construiremos, como na Idade Média,  fossos  com ferozes e famintos crocodilos? 
 
Por enquanto, não sabemos, mas alguma coisa pode ser feita. Nosso Código Penal é  obsoleto e  imutável. O combate ao tráfego de armas e drogas não surte o efeito que seria necessário. As cadeias continuam superlotadas de detentos e de celulares.  São pós-graduação inclusive para infratores primários.
 
Estamos na era da informática, mas quando o condomínio contrata um funcionário, nem o síndico nem a administradora têm a ficha criminal do candidato em nível nacional. Enquanto não detectamos as causas da atual situação, temos de manter ligadas as cercas elétricas e abastecidos de  fita ou CD  os circuitos internos de TV.  É o mínimo indispensável até que possamos fazer dos condomínios ilhas de tranquilidade. Foram construídos para isso. 

Hubert Gebara é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP e diretor do Grupo Hubert.

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