Condomínio Seguro?
Porteiros despreparados, Moradores displicentes, Síndicos mal assessorados
Por Inaldo Dantas*
Foi-se o tempo em que morar em apartamento era sinônimo de estar seguro, e as notícias vindas das grandes cidades, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, confirmam esta situação.
Segurança e praticidade, os dois mais fortes argumentos da vida em coletividade (condomínio). Pode até existir outros, mas, de longe, os dois mais importantes são estes. A praticidade ainda pesa. Porém, a segurança, vem sendo ameaçada. Não que os condomínios estejam completamente vulneráveis, mas, a segurança que antes existia, hoje é posta em discussão.
Porteiros despreparados, moradores displicentes e síndicos mal assessorados compõem os três principais pontos que favorecem a fragilidade da segurança e, por consequência, a vulnerabilidade nos edifícios de apartamentos.
Porteiros despreparados:
Recente pesquisa da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo constatou que 90% dos assaltantes preferem fazer arrastões em Condomínios que possuem porteiros, pois estes, como a “chave de entrada” dos edifícios, são alvos fáceis.
Poucos são os porteiros que têm coragem de impedir que uma pessoa bem vestida se aproxime dele na guarita, simulando está precisando de uma informação, ou então, que um “belo carrão” ao buzinar em frente ao portão, não tenha o acesso autorizado ao interior do edifício. Estes são os principais modos dos ladrões utilizados para ultrapassarem a barreira da cerca elétrica ou dos sensores infravermelhos nos muros.
Quer fazer um teste, meu caro leitor? É simples, nem basta um “um carrão”, pare de frente para um portão de edifício de apartamento e dê, de leve, uma pequena buzinada. Garanto que na maioria deles, o porteiro abrirá o portão. Caso isso não aconteça, baixe um pouco o vidro, acene com a mão (simulando um “tchau”) e diga: “sou eu, abre aqui”!!! Quase nunca falha, uma pena.
Moradores displicentes
Por a culpa apenas nos porteiros é injustiça. Nos cursos que ministramos mensalmente no SINDICATO DOS CONDOMÍNIOS (SECOVI-PB) deparamos com depoimentos de porteiros afirmando que os moradores dificilmente cumprem as regras de segurança, com, por exemplo, a questão de baixar o vidro do carro quando da entrada no edifício, ou então, passam e não se preocupam ou em fechar o portão (ou porta principal).
Síndicos mal assessorados
De que adianta um eficiente sistema de segurança, com cerca elétrica, sensor de presença, câmeras por todo lugar, alarmes, garagens reservadas especialmente para quem entra rendido, se não existe, por exemplo, um porteiro que saiba operar com o sistema de segurança, que na sua grande maioria, é composto por um computador ou, nos mais modernos casos, os famosos DVR. Ou então, que estes equipamentos fiquem “guardados na guarita”.
Nestes 25 anos atuando como administrador de condomínios pude constatar que segurança só existe com o comprometimento de todos, os empregados, os moradores e o síndico. Pois, se um deles falha, todos estarão vulneráveis.
"SEGURANÇA:QUANDO FUNCIONA, NIGUÉM LEMBRA QUE EXISTE.QUANDO EXISTE, NINGUÉM ACHA QUE PRECISA.QUANDO FALHA, TODOS CONCORDAM QUE É INDISPENSÁVEL"
(*)Inaldo Dantas – advogado, administrador de condomínios, jornalista, Pres. Sindicato da Habitação-PB, colunista do Jornal Sindiconews, do portal Sindiconet, editor da Revista Condomínio, membro da CBCSI (Câmara Brasileira do Comércio e Serviços Imobiliários- CNC), Coordenador do Programa Condomínio Cidadão.