Condomínio seguro, síndico responsável
Acidentes que levaram à morte de duas crianças, que brincavam em seus condomínios em pleno carnaval, servem de alerta para o cuidado com a segurança integral

As preocupações com a segurança invadem os condomínios. Todos os condôminos desejam estar 100% protegidos, 24 horas por dia, contra os riscos das grandes cidades, como invasões, furtos, assaltos, sequestros e outros crimes e golpes que surgem a todo instante.
No entanto, a segurança das pessoas não depende apenas das ações e precauções no controle de acesso, cerca elétrica, sistema de monitoramento por câmeras e vigilantes armados contra o que vem de fora.
Há uma infinidade de situações que podem colocar em risco a integridade e a vida das pessoas devido a falhas na gestão, administração e manutenção dos condomínios, algumas delas mais preocupantes e graves do que o risco externo.
O síndico é o responsável legal do condomínio para uma infinidade de situações. Se algo não der certo, é o nome dele que será o primeiro a ser citado no grupo de WhatsApp dos condôminos ou em um processo judicial contra o condomínio.
Então, por que, em muitas circunstâncias, o síndico negligencia ou terceiriza suas responsabilidades e sequer fiscaliza os pontos de risco das áreas comuns e técnicas do condomínio?
Antes de cuidar do patrimônio, o síndico cuida de pessoas, que necessitam de atenção sobre sua saúde e bem-estar, em especial as crianças e idosos.
Por isso, os acidentes que levaram à morte de duas crianças, que brincavam em seus condomínios em pleno carnaval, servem de alerta para que o cuidado com a segurança seja integral, em todos os detalhes.
Ameaças: falta de manutenção, uso indevido ou brincadeiras impróprias
Uma criança de 12 anos foi eletrocutada em um condomínio na Zona Sul de São Paulo, e outra criança de sete anos foi vítima da queda de uma pilastra do balanço, em um condomínio na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Mesmo agora, apesar dos alertas do condomínio e das advertências dos pais, é certo que há uma criança em risco iminente na garagem, nas escadas, nos elevadores, em áreas técnicas e até em ambientes dedicados a elas, como o playground e a piscina, em que a falta de manutenção, o uso indevido ou brincadeiras impróprias podem se tornar uma ameaça.
É preciso monitorar esses espaços e manter trancadas as áreas técnicas, áreas restritas e outros ambientes em que só funcionários especializados podem circular.
Por isso, síndico, não deixe de cuidar do que lhe cabe fazer e fiscalizar para manter o ambiente do condomínio seguro para as pessoas. Mapeie as áreas de risco e fique atento às indicações de condôminos sobre pontos de perigo.
Zele pela contratação de empresas sérias para realizar a operação e a manutenção, que sigam as normas técnicas com profissionais treinados. Previna acidentes, sinalize os espaços de risco, comunique e convoque os condôminos a orientar seus filhos sobre os perigos e estimular as brincadeiras saudáveis.
(*) Roberto Viegas é jornalista, mestre de cerimônias e palestrante especialista em mercado imobiliário e condomínios. Como diretor de Assuntos Corporativos, realizou mais de 200 implantações de condomínio pelo Brasil numa das maiores incorporadoras do País, onde foi responsável pelo relacionamento com clientes, administradoras de condomínio e síndicos. E-mail para contato: robertoviegas1407@gmail.com