Condomínio-clube: uma tendência que exige cuidados
Condomínios-clube se tornaram uma nova tendência de moradia
Por Gabriel Karpat*
Já não restam dúvidas que os condomínios-clube se tornaram uma nova tendência de moradia. Uma nova moda que tomou conta do mercado, talvez pela viabilidade econômica ou pelo apelo publicitário. O fato é que a cada dia mais nos deparamos com novos lançamentos em todas as regiões do país. Muitas vezes as mesmas incorporadoras e construtoras repetem o sucesso de vendas em diferentes regiões.
Do ponto de vista da moradia, a gama de opções de lazer é muito convidativa. Quanto mais itens de lazer, maior o apelo. Não é raro encontrarmos folhetos publicitários que destacam mais esses benefícios do que os detalhes do próprio apartamento.
O comprador espera qualidade de vida, atividades e especialmente segurança. Muitas vezes não vai conseguir isso no primeiro momento. Principalmente porque existem alguns empreendimentos que deixam uma lacuna em implantação inicial. Em determinados casos faltam estrutura adequada, convenção específica para um grande empreendimento e normas de segurança dos moradores, visitantes e serviçais.
A organização desses condomínios em muito difere dos tradicionais. Não apenas pela sua enorme dimensão, mas pela gama de itens que envolvem a sua correta implantação e consequente administração. Vale destacar que existem licenças específicas, normas municipais e legislação aplicada a algumas áreas de lazer ou institucionais. Situações que devem ser identificadas antecipadamente, pois as ações erradas tornam-se de difícil ajuste posterior, além de onerosas e desgastantes.
Mas a maior preocupação é com o item segurança patrimonial e integridade física dos moradores. E nesse ponto o equilíbrio entre a infraestrutura, equipamentos eletrônicos e os procedimentos é que determinarão o resultado alcançado.
A diversidade de equipamentos existentes no mercado ajuda a compor um sistema adequado. Quanto maior a tecnologia aplicada, menor será o custo mensal com sua manutenção. E isso refletirá diretamente no valor da quota condominial. Entretanto, sem a estrutura física apropriada e sem procedimentos claramente definidos, muitas vezes o investimento é perdido.
Os investimentos devem, além do conforto coletivo e de lazer, privilegiar a implementação de infraestrutura adequada para o bem estar dos condôminos. Importante destacar que é essencial para o sucesso deste investimento o treinamento constante do quadro de funcionários, e a frequente checagem dos procedimentos aprovados e conhecidos por todos que compõem aquela comunidade.
Tudo isso deve ser claramente apresentado aos futuros moradores na hora da aquisição do imóvel. Essas normas de convivência e restrições o condômino deve conhecer previamente, para que a sua integração e de sua família seja harmônica e que possa usufruir e se beneficiar plenamente dos inúmeros benefícios e vantagens do condomínio-clube.
(*) Gabriel Karpat, economista (PUC-SP), mediação e arbitragem (FGV), especialista em condomínios, autor de livros e diretor da GK administração de Bens.