Segurança de condomínios
Alta procura por equipamentos aquece mercado em todo o país
Mercado de segurança eletrônica projeta crescimento de 19% e atrai condomínios residenciais no interior de SP
De acordo com Selma Magliori, Presidente da Abese, a procura por proteção, ano após ano, tem mantido esse segmento altamente aquecido e o setor cada vez mais atua como importante elo na elaboração de políticas de combate à violência e à criminalidade. Em Bauru (SP), condomínios buscam soluções para aumentar segurança em residenciais.
Os recursos humanos de vigilância, portaria 24 horas e controle de acesso são meios de segurança usados e conhecidos há décadas por empresas e condomínios residenciais.
Com o passar dos anos, a necessidade de atualização trouxe novas soluções e o mercado ganhou ferramentas mais inteligentes e até onipresentes. A tendência tem atraído condomínios residenciais no interior de SP.
Exemplo disto é um condomínio na zona sul de Bauru (SP), que periodicamente atualiza e adquire novos equipamentos de segurança.
O diretor da associação de moradores do residencial Fábio Lopes conta que todos os meses, a administração reserva uma parte do valor do condomínio para investimentos em segurança, proporcionando um histórico de zero ocorrências de crime nos últimos 20 anos.
“A prevenção é o melhor caminho para evitar furtos, invasões. Sempre correndo atrás de tecnologia, porque a tecnologia evolui muito, cada dois, três anos tem sempre lançamento, novidades que vão aumentar a sensibilidade a invasões a problemas. Nós temos mensalmente um caixa para segurança. Aqui representa 5%. É pouco perto da tranquilidade que se tem e esse valor é destinado só para investimento em segurança”, revela.
E essa busca por segurança vem aquecendo o mercado. É o que aponta uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), que indica um crescimento de 18% do setor no país em 2022, ano em que também contabilizou faturamento de R$ 11 bilhões.
No mesmo sentido, esse segmento também superou o nível de desenvolvimento de 2021, quando teve uma expansão de 14%.
Ao revelar esses números, a entidade enfatizou que a evolução é um reflexo da renovação dos produtos já implantados em projetos antigos e dos avanços proporcionados por meio dos recursos modernos da inteligência artificial e das novas tecnologias de telecomunicação, além da adesão dos condomínios à instalação de novas portarias remotas.
De acordo com Selma Magliori, presidente da Abese, a procura por proteção, ano após ano, tem mantido o segmento altamente aquecido e o setor cada vez mais atua como importante elo na elaboração de políticas de combate à criminalidade.
“Nós temos uma expectativa agora em 2023 de crescer em torno de 19%. É um mercado que vem se desenvolvendo a passos largos. Somos provedores de informação para que o setor público possa tomar providências. Informações que auxiliam no combate à violência”, pontua.
Os principais sistemas de proteção usados atualmente no Brasil são os de monitoramento com circuito fechado de televisão (CFTV), de controle de acesso e de alarmes contra intrusão, incêndio e para resguardo de produtos.
A pandemia de Covid-19, intensificou o uso de tecnologias em seguridade on-line, incentivou o desenvolvimento de novas saídas e impulsionou novos negócios.
Segundo Cláudio Conte, proprietário de uma empresa de segurança eletrônica em Bauru, o número de funcionários quase dobrou no ano passado na sua empresa devido ao aumento da demanda. A companhia, por exemplo, só vai conseguir atender novos clientes a partir de novembro deste ano.
“Ano passado, foi o ano de maior crescimento da empresa. Crescemos algo em torno de três vezes mais do que o previsto”, conta.
Além da alta procura pelo serviço de portaria remota, Cláudio destaca que é preciso ofertar um leque de opções para atrair os clientes.
“Temos hoje o serviço de controle de acesso através de leitura facial, por tags para veículos, temos o controle de acesso através de leitura de placas de veículos e monitoramento de perímetro por meio da inteligência artificial que detecta o invasor antes dele entrar no condomínio. Isso reduz muito o estresse, porque qualquer pessoa que esteja monitorando terá essas informações muito rápido", explica Cláudio.
O levantamento divulgado pela Abese também apontou que o setor de segurança eletrônica é composto atualmente por mais de 33,5 mil empresas no Brasil e destacou que, juntas, são responsáveis por gerar um milhão de empregos diretos e mais de três milhões indiretos.
E o grande motor do segmento é a indústria, que, segundo a pesquisa, tem 90% das suas companhias dispostas a contratar funcionários para atuar em áreas técnicas. Para completar, 72% dos membros desse mercado abriram vagas em departamentos comerciais e 54,5% em cargos administrativos.
Por outro lado, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, falta de mão de obra qualificada para atender a demanda crescente do setor. É o que também aponta Paulo Sérgio de Medeiros Junior, instrutor de formação profissional de uma escola em Bauru.
“Muitos dos casos, tem mais demanda do que alunos em si. Então, as empresas pedem uma quantidade desses alunos de indicação. Às vezes, eles até precisam de mais do que a gente tem no momento. Então a gente sempre procura ofertar cursos para atender a essa demanda do mercado”, revela Paulo Sérgio.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/mercado-imobiliario-do-interior/noticia/2023/06/13/mercado-de-seguranca-eletronica-projeta-crescimento-de-19percent-e-atrai-condominios-residenciais-no-interior-de-sp.ghtml