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Mercado

Condomínios horizontais

Em Goiás, construtoras adaptam modalidade para a classe C

segunda-feira, 23 de setembro de 2013
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 Comodidade acessível

Em tempos de crédito facilitado, incorporadoras começam a adaptar condomínios fechados horizontais para caber no bolso da Classe C
 
A ideia de aliar o conforto de uma casa com a segurança de um apartamento tem atraído cada vez mais os goianos. Nos últimos anos, o perfil socioeconômico do País mudou muito. Atualmente mais da metade das famílias brasileiras estão dentro da Classe C, conhecida como a nova classe média. Percebendo esse anseio, incorporadoras vem investindo na construção de condomínios fechados horizontais para a Classe C, o que antes era privilégio somente para as classes mais abastadas. 
 
Tanto o presidente do Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi-Goiás), Marcelo Baiocchi, como o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Goiás (Creci-GO), Oscar Hugo Monteiro Guimarães, comprovam esta tendência.
 
“As imobiliárias associadas ao Secovi-Goiás têm percebido claramente esse movimento nos últimos anos”, afirma Baiocchi. “Notamos que as incorporadoras estão começando a investir nesses empreendimentos voltados para a Classe C”, completa Guimarães.
 
O presidente do Creci-GO aposta que o investimento das incorporadoras neste tipo de empreendimento se justifica porque a Classe C representa a nova Classe Média e dispõe de capital para comprar imóveis nos condomínios horizontais fechados.
 
Guimarães acrescenta um dado interessante: estes imóveis têm valor inferior a R$ 500 mil, compatível com as mensalidades que essa Classe Média pode arcar em um financiamento imobiliário. O metro quadrado em empreendimentos abaixo de R$ 500 mil custa R$ 3.121,44, segundo pesquisa do Creci-GO.
 
Segundo dados da Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidência da República (Sae) o número de pessoas que melhoram de vida cresce 4% ao ano. (52% em 2010, com dados da mesma instituição). As políticas de incentivo ao consumo do governo e o aumento da oferta de crédito foram fatores fundamentais para o aumento do poder aquisitivo da Classe C. De acordo com a mesma pesquisa divulgada pela Sae, 19% das pessoas inseridas nesta categoria planejam comprar imóveis nos próximos meses.
 
COMODIDADE
 
Joab de Souza Vidal, 44 anos, técnico em edificações, trabalha como construtor dentro de condomínios fechados há 10 anos e ficou encantado pela comodidade e segurança oferecidos por este tipo de empreendimento. “Em todos estes anos trabalhando em construção civil, exatamente com condomínios fechados, pude perceber a comodidade de morar em uma casa, mas com segurança. Até maior do que em prédios, já que nos condomínios fechados as portarias são isoladas e cada casa tem seu acesso”, observa 
 
O técnico em edificações comprou uma área de 280m², pela qual pagará leves prestações de R$ 373 em 12 anos. “Uma micharia!” comenta o proprietário que ficou tão satisfeito com o negócio feito que indicou para dois familiares. E a economia se estende para o valor de contribuição condômina mensal.
 
Outro atrativo dos condomínios fechados horizontais é a tranquilidade. Esta foi uma característica determinante na escolha de Joab. Ele comprou um lote no condomínio Parque das Acácias e pretende começar a construir em novembro deste ano.
 
“Moro num lugar muito movimentado no Garavelo. Estou ansioso por sossego. No final de semana, eu já não consigo. Vou para um pesque-pague ou procuro algum outro lugar mais afastado para descansar”, comenta. 
 
O técnico em edificações mora com a esposa e dois filhos e garante que apesar da tranquilidade, o empreendimento que ele escolheu é perto de tudo. “É uma área mais afastada, onde vou poder ter tranquilidade, mas ao mesmo tempo tem todas as comodidades urbanas por perto”, diz.
 
ATRATIVIDADE
 
De acordo com Leandro Daher, executivo comercial de uma incorporadora da Capital, a parcela mensal de condomínio também é mantida em pequenos valores porque não há muitas complexidades internas.
 
“A média é entre R$ 80 e R$ 100. Não chega a 20% do salário mínimo”, informa. Ele explica que a construção de condomínios horizontais para a Classe C é uma tendência que já está se tornando realidade em todo o Brasil. Somente sua empresa tem três empreendimentos deste gênero na região metropolitana de Goiânia.
 
Leandro Daher acredita que o movimento da Classe C para o consumo de imóveis gerou um crescimento de pelo menos 25% dos faturamento do segmento. “Nos últimos anos, as classes menos favorecidas da população tiveram acesso ao crédito. Além disso, as condições de pagamento acessíveis, os prazos dobraram, as taxas de juros caíram e as entradas foram facilitadas”, explica o executivo acrescentando que para o mercado imobiliário o ganho é imenso. 
 
Segundo Leandro Daher, as expectativas para o segmento são otimistas. “Acredito que vamos manter o crescimento, apesar de estarmos vivendo um momento econômico diferente dos anos entre 2008 e 2011, quando houve um boom imobiliário”, comenta. Sua projeção é feita com base na procura constante e nos fluxos de caixa experimentados pela sua empresa.
 
Joab também confirma que existem condições favoráveis para aquisição de imóveis e por isso, ele aproveita as chances oferecidas pelo mercado para garantir o seu imóvel.  “Acredito que a classe C está tendo mais oportunidades de compras de alguns anos para cá. Foi por isso que consegui fechar este negócio”, comenta o novo proprietário de imóvel. 
 
INVESTIMENTO
 
Outra que também investiu no Parque das Acácias foi a socióloga e arquiteta Míriam Rodrigues Leal de Medeiros, 51 anos, de Anápolis. Há alguns anos trabalha com construções de casa para a Classe C. Quando descobriu o condomínio, resolveu adquirir seis imóveis de 250 m². A ideia dela não é se mudar para o local, mas construir casas e vendê-las.
 
Experiente no assunto, ela defende que “é possível construir uma casa de boa qualidade em um terreno pequeno. A construção será sólida, funcional e bonita se investirmos em um bom projeto arquitetônico”. Míriam afirma que percebe esse movimento da Classe C, que é seu público alvo, em busca de boas moradias. “As pessoas querem morar bem, porém o investimento tem de ser compatível com a renda delas. Parece que estão surgindo muitas oportunidades neste sentido”, conclui.

Fonte: http://www.dm.com.br/

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