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Mercado

Condomínios horizontais

Imóveis do tipo estão cada vez menores e mais caros em SP

segunda-feira, 13 de maio de 2013
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 Condomínios de casas são até 25% mais caros e estão cada vez menores em SP

Imóveis ganham destaque no Estado porque aliam segurança a espaço e opções de lazer
 
Com casamento marcado e planos de ter filhos, a publicitária Suene Lipinski, 30 anos, buscou, há cinco anos, uma casa em condomínio fechado para unir segurança à privacidade e opções de lazer. O empecilho, contudo, foram os altos valores dos imóveis, afirma Suene.
 
“Queria uma casa em condomínio fechado em São Caetano [ABC Paulista], mas o preço estava exorbitante. Pensei até em comprar um apartamento, mas queria espaço e opções de lazer”, recorda ela.
 
Após uma longa jornada de busca, a publicitária comprou uma casa em um condomínio fechado na planta por R$ 180 mil, no bairro Jardim Borborema, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Hoje, já construído, o imóvel possui piscina, playground, salão de festas e churrasqueira, e em breve terá brinquedoteca, escritório e academia.
 
“Foi a opção mais viável diante da nossa realidade. Morava em uma casa na rua antes de casar e tinha muito medo de ficar sozinha. Hoje, minha filha [de um ano] tem onde brincar e nós ficamos tranquilos em relação à segurança”, destaca ela.
 
Como Suene, morar em um condomínio fechado de casas tornou-se desejo comum diante da redução da metragem dos apartamentos e da criminalidade nas principais cidades do País. Os preços, contudo, configuram a maior dificuldade.
 
 
Geoimovel
 
Segundo imobiliárias consultadas pelo iG , o preço da metragem de uma casa em condomínio fechado na capital paulista e no Grande ABC chega a ser 25% maior que o de uma casa na rua.
 
A alta demanda pelos imóveis, somada à escassez de terrenos para construção são os principais motivos dessa diferença de preço, segundo Marcelo Tapai, advogado especializado em direito imobiliário.
 
Raridade
 
“Condomínios de casas são muito difíceis de serem encontrados em São Paulo até pela dificuldade das construtoras em conseguir liberação para construir os empreendimentos. O que se vê hoje são pequenos aglomerados de casinhas geminadas, como apartamentos horizontais”, cita o advogado.
 
Entre as regras que dificultam a construção de condomínios, está a Lei das Vilas, em vigor na cidade de São Paulo, que teve a alteração mais recente em 2009. Segundo a última regra definida pelo código, só é permitido transformar em condomínios as ruas sem saída ou vielas com características de ruas sem saída. Ou seja, colocar cancelas e portões para transformar ruas em vilas tornou-se proibido na capital paulista.
 
Levantamento realizado a pedido do IG pela Geoimovel mostra que de fato houve desaceleração no número de condomínios de casas lançados em São Paulo e até mesmo em São Bernardo do Campo e Santo André, onde não a Lei das Vilas não incide. Isso somado também à desaceleração do próprio mercado imobiliário.
 
Enquanto em 2010 foram lançados 93 condomínios horizontais nessas três cidades, no ano passado foram 68. “O mercado imobiliário está se readequando e há falta de bons terrenos na região metropolitana de São Paulo para a construção de condomínios horizontais, o que inviabiliza novas construções”, explica Celso Amaral Neto, diretor corporativo da Geoimovel e da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações.
 
Segundo Tapai, as cidades de Barueri e Arujá, mais distantes do centro, concentram o maior número de novos empreendimentos nesse modelo. “A distância, no entanto, não é atrativa para quem trabalha na capital paulista. Nesse caso, não vale apenas mudar de casa, é preciso mudar de vida”, pondera ele.
 
Valor do m² na capital paulista
 
Região Preço por m²
Norte R$ 5 mil
Leste R$ 5.400
Sul R$ 7.500
Oeste R$ 7.800
Fonte: Imobiliária Lello
 
Levantamento realizado pela imobiliária Lello mostra que 50% dos condomínios fechados horizontais na capital paulista estão na Zona Leste, principalmente na Mooca e no Tatuapé, 29% na Norte, 8% na Sul e 3% na Oeste. O metro quadrado desses imóveis varia de R$ 5 mil (Região Norte) a R$ 7.800 (Região Oeste) (veja mais detalhes na tabela acima).
 
Imóveis menores 
 
“As casas também estão cada vez menores. Do total, 96% delas são sobrados”, contabiliza Roseli Hernandes, diretora da Lello.
 
De acordo com o estudo da Geoimovel [em São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André], a área privativa média das casas passou de 117,1 metros quadrados para 100,36 metros quadrados de 2008 a 2012.
 
O número de unidades de casas nos condomínios fechados também caiu no mesmo período. A redução foi de 42%. Enquanto em 2008 foram lançados 42 condomínios com 1.416 unidades, em 2012 foram 68, com 817 casas.
 
“A desvantagem da diminuição de unidades está no valor do condomínio. Quanto menos unidades o conjunto tiver, mais cara será essa mensalidade, principalmente quando há opções de lazer”, alerta Fernando Sita, diretor de terceiros da imobiliária Coelho da Fonseca.
 
Apesar do alto investimento, comprar um imóvel em condomínio fechado é um bom negócio, afirmam especialistas. Em cinco anos, imóveis como de Suene, de R$ 180 mil, podem valer mais que o dobro. “É uma excelente aposta. Tem gente que bate aqui no escritório pedindo para a gente prospectar casas em condomínios fechados”, reforça Hernandes, da Lello.

Fonte: http://economia.ig.com.br/

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