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Limpeza de caixas d´água

Controle de qualidade da água: como e por que fazer no condomínio?

Veja como fazer o monitoramento da qualidade da água que é distribuída para os moradores do seu condomínio, garantindo consumo seguro na torneira de todos

09/10/23 06:57 - Atualizado há 10 meses
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Um homem enche um copo com água da torneira, que vem da caixa d'água do condomínio.
Assegurar a boa qualidade da água consumida no condomínio está entre as atribuições do síndico
unplash

Garantir a saúde, a segurança e o conforto dos moradores é uma das atribuições da administração do condomínio. E dentro desse recorte, fazer o controle de qualidade da água é essencial.

Regulamentada pela Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011, a qualidade da água potável deve seguir alguns pré-requisitos para, assim, não haver adoecimento da população.

Pois, do reservatório das concessionárias até as caixas d'água do seu condomínio, a água passa por vários locais e pode acontecer alguma alteração na potabilidade durante esse trajeto.

Desse modo, fazer o controle da qualidade da água é uma forma de checar se está tudo bem e, se não estiver, é possível saber o que deve ser feito para oferecer água potável para os moradores do condomínio.

Para ajudar os síndicos nesse serviço necessário e essencial, preparamos abaixo um conteúdo completo sobre o assunto. Confira!

O que é controle de qualidade da água e por que essa medida é importante?

Bom, como citamos acima, fazer o controle de qualidade da água é uma forma de garantir que os moradores do condomínio estão recebendo água potável e livre de impurezas, como os compostos benzeno, tolueno, etilbenzeno e os xilenos.

Esses compostos podem vir de vazamentos no caminho que a água faz até o reservatório do condomínio e essas alterações podem comprometer a potabilidade da água, sendo assim, prejudicial à saúde.

Além disso, fazer a análise da qualidade da água é também uma forma de identificar bactérias e compostos químicos que podem ser nocivos. Porém, mesmo que eles não façam mal à saúde é necessário controlá-los para não virar algo grave futuramente.

Dessa forma, o recomendado é fazer a análise de qualidade a cada 6 meses, na sequência do serviço semestral de limpeza de caixas d'água do condomínio.

A depender da cidade, a realização da limpeza de caixas d'água ao menos duas vezes por ano é obrigatória, como acontece em São Paulo. Não é recomendável realizar esse serviço por conta própria ou zelador, ou seja, sempre opte por empresas especializadas, que possuam, principalmente, alvará da Vigilância Sanitária.

Durante o serviço de limpeza de caixa d'água, peça o acompanhamento do zelador, para que atente-se ao uso de EPI's pelos funcionários da empresa e os procedimentos que devem ser seguidos durante a execução do trabalho. 

Mais detalhes sobre limpeza de caixa d'água do condomínio você pode conferir clicando nesta matéria

Vale lembrar ainda que, em geral, empresas de limpeza da caixa costumam oferecer pacotes desse serviço aliado ao controle de pragas. Não há nada de errado nisso, porém, recomenda-se que os dois serviços não sejam agendados para o mesmo dia, pois entende-se que os mesmos funcionários iriam executar as duas tarefas, com os mesmos equipamentos de proteção, o que não seria higienicamente apropriado. 

Da mesma forma, as próprias empresas que realizam a limpeza de caixa d'água também se propõem a fazer a análise de potabilidade, mas o ideal é que a análise seja feita em laboratório independente.

O engenheiro manutencista Felipe Lima explica no vídeo abaixo a importância da análise de água, quando deve ser feito e quais informações essenciais para os síndicos.

Como assegurar o controle da qualidade da água em condomínios?

Embora haja condomínios com poços artesianos, o mais comum que os empreendimentos sejam abastecidos com água de concessionárias. Desse modo, essas empresas devem manter a boa conservação e limpeza de toda sua estrutura, reservatórios, rede, encanamentos, ferramentas etc por onde a água passa.

Nesse sentido, o condomínio também deve ter esse cuidado com os reservatórios e com os ramais de distribuição da água dentro do empreendimento. Afinal, a salubridade das instalações é uma responsabilidade da administração.

Caso esse controle dentro do condomínio não aconteça, configura como uma negligência do síndico, pois alterações na potabilidade da água podem afetar a saúde dos moradores.

As doenças ou condições mais comuns em consequência de más condições da água são: dengue, leptospirose, conjuntivite, hepatite A, diarreia, vômito e outros sintomas que podem se agravar em pessoas com saúde frágil e também crianças e idosos.

Dessa forma, para garantir a qualidade da água nos condomínios é necessário manter o cronograma de limpeza e manutenção das caixas d'água de 6 em 6 meses.

O monitoramento por meio do serviço de análise da qualidade da água, de acordo com a legislação, é semestral, mas nada impede o condomínio de fazer o relatório em intervalos mais curtos, desde que esteja previsto no orçamento.

Lembrando que a água oferecida no condomínio deve ser analisada a partir de alguns critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Abaixo vamos passar por todos esses requisitos para melhor conhecimento.

Análise microbiológica da água: como funciona e por que é importante?

Um dos critérios do Ministério da Saúde para definir a qualidade da água é a análise microbiológica. Essa análise é feita por meio de coletas da amostra da água das empresas de distribuição e, através de ensaios microbiológicos de conservação, é feito o controle da qualidade da água.

Nesse sentido, para manter um padrão para todas as empresas, é preciso seguir algumas normas e diretrizes do Governo e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

São elas:

  • Os técnicos devem estar devidamente paramentados com os equipamentos de proteção individual (EPI’s);
  • Devem seguir processos rigorosos de coletas de amostragem, como sanitizar a parte externa do ponto de coleta utilizando álcool 70% e deixar a água entrar e correr por cerca de 1 a 2 minutos sem pausa;
  • Já para coletar a água de reservatórios, os técnicos devem utilizar um balde de inox estéril;
  • E, para coleta em vários frascos, todos devem estar limpos, estéreis e só podem ser abertos na hora da coleta. Após, eles devem ser fechados imediatamente;
  • Para análises de cloro livre e de pH, por exemplo, elas devem ocorrer no momento da coleta e não em conservação;
  • Após as coletas, todas as amostras devem ser colocadas em caixas térmicas, com gelo para refrigeração do material e assim, é possível fazer o transporte. É necessário também manter essa temperatura durante todo o tempo de análise.

Leia também: Saiba tudo sobre EPI's e Normas Regulamentadoras (NRs) aplicadas a condomínios

Seguindo essas normativas, é possível realizar a análise microbiológica de água e assim, ter acesso a resultados positivos ou negativos. Diante disso, é possível assegurar uma água de qualidade e própria para ser distribuída para os consumidores.

Como deve ser feito o controle de qualidade da água?

Para manter a qualidade da água, os órgãos responsáveis aconselham usar:

Cloro e cloroamoniação

O cloro é um dos agentes bactericidas usados para manter a qualidade da água. Adicionado nas estações de tratamento das empresas de distribuição de água, a concentração de cloro deve ser de no mínimo 0,2 mg/l.

Turbidez

É um parâmetro estético de aceitação ou não da água. Desse modo, é permitido 5,0 NTU de turbidez na água.

Cor

Outro fator relevante para o controle de qualidade da água é a cor que, assim como a turbidez, é um parâmetro estético. O valor máximo de cor na água distribuída deve ser de até 15,0 U.C.

pH

O pH é a medida que determina se a água está ácida ou alcalina, e essa medida indica se é preciso melhorar o tratamento e também se é necessário fazer manutenção ou troca nas tubulações do condomínio. Corrosões e entupimentos, por exemplo, podem alterar o pH da água. Desse modo, o pH na água deve ser de 6,0 a 9,5.

Flúor

O flúor é adicionado na água nas estações de tratamento, pois esse elemento químico ajuda na proteção dos dentes contra as cáries. Dessa forma, o teor de flúor na água deve ser definido de acordo com a região, pois deve ser levado em consideração a temperatura do local. Assim, por exemplo, para o estado de São Paulo, o teor ideal de flúor é de 0,7 mg/l (miligramas por litro).

O que os condomínios precisam saber para garantir a qualidade da água?

Ao receberem água potável de qualidade das empresas de abastecimento, os condomínios devem também assegurar que seus reservatórios mantenham esse padrão, e uma boa medida para isso é a análise periódica para o controle da qualidade da água.

Desse modo, aqui no Brasil foi criada a Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011 (agora incorporada pela PRC n° 5, de 28 de setembro de 2017, Anexo XX.), que responsabiliza os condomínios a verificarem a qualidade da água que chega para eles. Ou seja, é uma exigência fazer o controle da qualidade da água nos empreendimentos.

Nesse sentido, é necessário que os síndicos façam um cronograma que contemple análises semestrais da água e manutenção dos reservatórios sempre que necessário.

Assim, as análises devem ser feitas por empresas especializadas e que sigam as regras e normas governamentais que citamos acima. Além disso, é necessário fazer uma análise dos compostos encontrados na água e tomar as devidas providências para deixá-la no padrão exigido.

Por que investir no controle de qualidade da água em condomínios?

Como mostramos acima, oferecer água de qualidade é um direito dos consumidores diretos e indiretos (como é o caso dos moradores dos condomínios).

Desse modo, cabe aos síndicos incluir em seu planejamento de manutenção e previsão orçamentária os serviços semestrais de limpeza de caixas d'água e análise da qualidade da água e fazer também a manutenção preventiva tanto das caixas d'água quanto da rede hidráulica. Dessa forma, é possível oferecer o melhor aos moradores sem riscos para a saúde.

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