Como subproduto da cultura dos condomínios, a Barra concentra uma outra tendência: a da manutenção de pequenos centros comerciais ou shoppings dentro dos residenciais. Com os mais variados tipos de serviços, essas áreas acabam facilitando não só a vida de quem mora nos prédios que as cercam, mas também a de quem circula pelo bairro, uma vez que o comércio de rua da região ainda está longe de atender à demanda — isso sem falar, em muitos casos, da distância que é preciso percorrer para ter acesso a ele. O problema é que o funcionamento dos estabelecimentos, e sua abertura ao público, dividem opiniões nos condomínios.
Barra visitou cinco condomínios que têm centros comerciais. Em todos eles, é permitida a entrada de não moradores que queiram fazer compras ou usar serviços que vão de bares e restaurantes a clínicas de estética e academias, passando por pet shops e padarias. No Novo Leblon, um dos condomínios mais antigos da região, há até uma espécie de concha acústica, que sedia shows musicais quase diariamente.
— A padaria é o nosso estabelecimento que abre mais cedo, às 6h. Os últimos estabelecimentos a fechar são as pizzarias, que funcionam até mais ou menos 1h. Portanto, temos fluxo de gente aqui praticamente o dia inteiro — conta Sérgio Toledo, síndico do Shopping Novo Leblon.
Apesar da boa oferta de serviços, há moradores descontentes com o funcionamento do shopping. A principal reclamação é o barulho causado pelos shows na concha acústica e pelos bares e pizzarias abertos até tarde.
— Em dia de jogos de futebol à noite, as pessoas ficam até altas horas gritando e falando alto — afirma Arlindo Almeida, síndico do prédio Pizano, localizado em frente ao shopping. — Essa construção, que dizem ser uma concha acústica, não faz qualquer tipo de barreira ao som. E o pior é que tentamos chamar o poder público para denunciar isso e não fomos atendidos.
A administração do shopping se defende.
— Desde que instalamos a concha, há oito anos, conseguimos resolver o problema do som. Nosso ruído não incomoda os moradores, mesmo porque são eles mesmos que ficam aqui até tarde — diz Sérgio Toledo.
Morador do Novo Leblon, o comerciante Jorge Fricke elogia a estrutura do shopping.
— Aqui consigo fazer tudo o que eu preciso — diz.
Tereza Russo, que mora ao lado do Novo Leblon, no condomínio America’s Park, é frequentadora assídua do local, mas faz uma ressalva:
— Venho muito aqui porque o meu condomínio não tem centro comercial. O shopping é muito bom, mas o Novo Leblon tem que atentar mais para a segurança. Uma amiga minha teve o carro furtado aqui há dois anos.
A alguns quilômetros dali, no Mandala, outro centro comercial também atrai moradores, vizinhos e trabalhadores das proximidades. Com boas opções gastronômicas, o local costuma ter bom movimento no horário de almoço.
— Aqui a comida é boa e tem preços em conta — diz o comerciário Fernando Sabino.
Há, no entanto, quem prefira a concorrência.
— Apesar de morar no Mandala, venho mais ao Novo Leblon, porque é completo e tem um espaço para as crianças brincarem — afirma a médica Tatiana Fazecas, que estava com os dois filhos na área de lazer do Shopping Novo Leblon na última terça-feira.
Fonte: http://oglobo.globo.com
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