Crime em prédio
BH: Morte de mulher que caiu de sacada é interrogação
[04/12/2020] Polícia ouve 2 mais testemunhas sobre morte de mulher que caiu de prédio em Belo Horizonte
Caso é investigado pelo Núcleo de Feminicídio e está sob sigilo
Mais duas pessoas prestaram depoimento na manhã desta quarta-feira (2) sobre a morte de Hilma Balsamão na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Região Noroeste de Belo Horizonte.
A corretora de imóveis morreu ao cair da cobertura de um prédio, no dia 20 de novembro, no bairro Castelo, na Região da Pampulha. No local, mora o namorado de Hilma e era realizada uma festa.
Segundo a defesa da família da corretora de imóveis, nesta quarta, foram ouvidos uma adolescente que estava no apartamento e o síndico do prédio.
De acordo com o advogado Mário Lúcio de Moura Alves, a jovem é parente de uma amiga de Hilma, Ângela Maria Ezequiel, que também já prestou depoimento. "A adolescente, por infelicidade, chegou a Belo Horizonte na mesma sexta-feira e foi convidada pela Ângela, porque elas são primas de segundo grau. A adolescente acompanhou apenas. Não tinha conhecimento de ninguém", disse.
Já o síndico, segundo o advogado, foi uma das primeiras pessoas a verem o corpo de Hilma após a queda.
"O síndico se deparou com o corpo no quarto dele, onde se abre uma porta e dá para uma varanda. Só que as cortinas estavam fechadas. Quando ele abriu, ele viu a presença do corpo e, consequentemente chamou a polícia e o socorro imediato", afirmou o advogado.
Alves não deu detalhes sobre o teor das oitivas, mas disse que os depoimentos foram esclarecedores.
As investigações são feitas pelo Núcleo de Feminicídio e estão sob sigilo. O caso foi registrado como suicídio, mas a família contesta.
"Nós vamos perseguir sempre na condução da busca da verdade real. É isso que nós pretendemos", afirmou.
Nesta semana, quatro pessoas que estavam no apartamento já haviam prestado depoimento. Na segunda-feira (30), foram ouvidos o namorado de Hilma, o empresário Gustavo Veloso e o filho dele. Já nesta terça-feira (1º), foi realizada a oitiva da amiga de Hilma e do cantor Weliton Costa.
Segundo o advogado, nesta quinta-feira (3), mais uma testemunha deve ser ouvida. Trata-se de um vizinho do prédio de frente. Já para semana que vem estão previstas oitivas de parentes de Hilma.
Investigações
Segundo informações do boletim de ocorrência, um vizinho acionou a Polícia Militar, dizendo que ouviu discussões vindas do apartamento 401, onde Hilma estava desde o início da tarde.
Logo após a confusão, o morador contou à polícia que escutou um forte barulho na área privativa do prédio.
Ao chegar na parte externa, o vizinho encontrou a vítima caída, com ferimentos na cabeça e no corpo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e confirmou a morte da administradora.
A queda foi de uma altura de aproximadamente 15 metros. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).
Relacionamento conturbado
Militares que foram até o local conversaram com Gustavo de Almeida Veloso, morador do apartamento onde a vítima estava. Ele alegou que os dois tinham um "relacionamento afetivo casual".
No dia da queda, segundo ele, Hilma não aceitou o fim do relacionamento e teria jogado uma garrafa de bebida no chão, o que teria iniciado uma briga entre o casal.
Gustavo ainda contou para a polícia que os dois teriam feito uso de bebidas alcoólicas. Em um momento, ele pediu para que o filho filmasse com o celular a discussão com Hilma, mas que ela teria tomado o telefone do adolescente e jogado no chão.
Ainda segundo o namorado da vítima, ela teria se aproximado da sacada e se jogado do 4º andar.
No boletim de ocorrência, o homem negou que agrediu Hilma. Um vizinho que pediu para não ser identificado contou que as brigas entre o casal eram corriqueiras.
"Infelizmente tinham festas constantes no apartamento e, realmente, a gente ouvia discussões", contou o morador.
A polícia informou que outros frequentadores da festa alegaram que não estavam na cobertura no momento da confusão e não souberam explicar para os militares o que teria acontecido.
[02/12/2020] Namorado de mulher que morreu ao cair de cobertura de prédio em BH depõe na Polícia Civil; 'muito abalado', diz advogado
Segundo o boletim de ocorrência, no momento da queda havia festa no apartamento. Advogado de Gustavo Veloso disse que Hilma Balsamão de Morais se matou. Já o defensor da família da vítima nega possibilidade de suicídio
O empresário Gustavo Veloso, namorado da administradora de imóveis Hilma Balsamão de Morais, de 38 anos, que morreu ao cair de uma cobertura no bairro Castelo, prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (30) no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro Lagoinha, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
Ele não quis falar com a imprensa. Seu advogado, Gustavo Americano, gravou entrevista.
"É o primeiro depoimento e deve ser o único. O exame de criminalística deve ficar pronto em até três semanas e vai esclarecer os fatos. Ele está muito abalado", disse o advogado de Veloso, Gustavo Americano.
Questionado pela TV Globo se uma briga foi filmada na cobertura, o defensor não respondeu e disse apenas que o filho de Veloso, um adolescente de 16 anos, também vai ser ouvido pela polícia e que ele estava no apartamento no dia em que Hilma morreu. Ainda segundo ele, um celular foi quebrado por Hilma antes de ela se matar. O aparelho foi recolhido para perícia.
Perguntado se a defesa trabalha com a tese de suicídio, Americano disse: "Não há uma tese, foi o que aconteceu".
Com relação à informação de testemunhas de que Veloso demorou quase uma hora para descer depois da queda de Hilma, o advogado disse que a informação procede, mas que existe uma justificativa.
"Tinham mais pessoas no apartamento e todo mundo ficou consternado. O primeiro a ver o corpo foi o adolescente. Teve a entrada franqueada pelo vizinho. Voltou e disse para o pai que nem precisava ir, porque não tinha mais jeito".
Ainda segundo Americano, a queda de Hilma aconteceu na parte de trás do prédio e não na frente, como tem sido noticiado pela imprensa.
O advogado que representa a família de Hilma, João Cláudio Tangari, assumiu o caso nesta segunda-feira (30) e nega que a mulher tenha se matado.
"No momento a gente refuta a tese de suicídio. Mas não estamos afirmando que ele [Gustavo Veloso] foi autor de um fato".
Investigações
A Polícia Civil investiga a morte de Hilma, que caiu da cobertura de um prédio, durante uma festa, na última sexta-feira (20), no bairro Castelo, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Segundo informações do boletim de ocorrência, um vizinho acionou a Polícia Militar, dizendo que ouviu discussões vindas do apartamento 401, onde Hilma estava desde o início da tarde.
Logo após a confusão, o morador contou à polícia que escutou um forte barulho na área privativa do prédio.
Ao chegar na parte externa, o vizinho encontrou a vítima caída, com ferimentos na cabeça e no corpo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e confirmou a morte da administradora.
A queda foi de uma altura de aproximadamente 15 metros. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).
Relacionamento conturbado
Militares que foram até o local conversaram com Gustavo de Almeida Veloso, morador do apartamento onde a vítima estava. Ele alegou que os dois tinham um "relacionamento afetivo casual".
No dia da queda, segundo ele, Hilma não aceitou o fim do relacionamento e teria jogado uma garrafa de bebida no chão, o que teria iniciado uma briga entre o casal.
Gustavo ainda contou para a polícia que os dois teriam feito uso de bebidas alcoólicas. Em um momento, ele pediu para que o filho filmasse com o celular a discussão com Hilma, mas que ela teria tomado o telefone do adolescente e jogado no chão.
Ainda segundo o namorado da vítima, ela teria se aproximado da sacada e se jogado do 4º andar.
No boletim de ocorrência, o homem negou que agrediu Hilma.
Um vizinho que pediu para não ser identificado contou que as brigas entre o casal eram corriqueiras.
"Infelizmente tinham festas constantes no apartamento e, realmente, a gente ouvia discussões", contou o morador.
A polícia informou que outros frequentadores da festa alegaram que não estavam na cobertura no momento da confusão e não souberam explicar para os militares o que teria acontecido.
'Ela tinha desejos, ela tinha uma vida a seguir'
Mauro Filho e Michele Balsamão, irmãos da vítima, estão desolados com a morte de Hilma. Em entrevista à TV Globo logo após a morte, eles pediram mais esclarecimentos da Polícia Civil para entenderem o que aconteceu naquela sexta-feira.
"O que eu percebo é que a polícia precisa nos dar uma resposta. Nós fomos hoje (23) à delegacia e não obtivemos nenhuma informação (...) A única coisa que nós sabemos é que naquele dia existia uma festa na casa do Gustavo Veloso, que fica exatamente na mesma rua em que ela mora", contou o irmão da vítima.
Os irmãos ainda não conheciam Gustavo, mas disseram que sabiam que os dois estavam juntos há sete meses.
"Nos últimos meses, infelizmente, eu tive que me afastar um pouco, porque a minha mãe estava fazendo um tratamento de câncer (...) Então eu não cheguei nem a conhecer o Gustavo", contou Mauro.
Mauro ainda contou que, na sexta-feira, quando chegou ao IML, o corpo da irmã estava sem identificação e que a família foi avisada sobre a morte de Hilma três horas depois da queda.
"Quando nós chegamos no IML, ela estava sem identificação e eu tive que identificar minha irmã, provar que eu era irmão dela (...) ele sabia quem ela era, onde ela morava, a família só foi avisada três horas depois (...) o que eu pude perceber é que ela morreu de forma brutal. O que eu vi, nunca mais vou esquecer", disse Mauro.
Ainda segundo o irmão, Gustavo não procurou a família. "A gente não tem informação, esse é o grande problema".
Os irmãos descartam a possibilidade de suicídio.
"A família não aceita isso. A família quer que a polícia apure o que de fato aconteceu. O que foi apresentado, a gente não aceita, não tem condições. A Hilma era uma pessoa extremamente feliz; uma pessoa que tinha planos. Ela estava, na semana passada, viajando, tinha uma cirurgia agendada pros próximos meses. Ela tinha uma viagem com a filha pra dezembro. Ela tinha tinha desejos, tinha uma vida a seguir", disse o irmão.
Muito emocionada, a irmã da vítima fez um apelo:
"Eu quero fazer um pedido a todos os vizinhos que viram para ajudar a gente com informação. Se não quiser se identificar, ligue pra polícia. Eu peço, pelo amor de Deus, ajude a gente. Eu preciso saber o que aconteceu. Só isso que a gente quer."
[27/11/2020] Polícia investiga morte de mulher que caiu da sacada do apartamento do namorado
A queda da mulher, a administradora de imóveis Hilma Balsamão de Morais, ocorreu no fim da noite de sexta-feira
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a queda de uma mulher de 38 anos da sacada do apartamento do namorado em Belo Horizonte durante festa no último fim de semana.
A corporação afirma não descartar nenhuma linha de apuração, e que aguarda laudo pericial para ter cenário mais claro do que pode ter ocorrido. Interrogatórios de outras pessoas que estavam na festa foram marcados para esta semana.
A versão do namorado aponta para suicídio. Já a família da mulher acredita na possibilidade de feminicídio.
A queda da mulher, a administradora de imóveis Hilma Balsamão de Morais, ocorreu no fim da noite de sexta-feira, 20. O boletim de ocorrência da Polícia Militar, chamada ao local por outro morador do prédio, consta que o acionamento da corporação ocorreu às 23h31.
Nas informações que prestou afirmou ter ouvido o barulho de alguma coisa caindo em sua área privativa. Ao chegar, viu que se tratava de uma mulher e que possivelmente já estaria morta.
O morador, que vive no primeiro andar, disse ainda que uma festa estava sendo realizada desde o início da tarde na cobertura do prédio, que tem quatro andares, e que, antes da queda da mulher, ouviu pessoas discutindo. O dono do apartamento, Gustavo de Almeida Veloso, de 42 anos, afirmou que mantinha "relacionamento afetivo casual" com Hilma e que a mulher teria chegado à sua casa por volta das 14h.
Relatou ainda que os dois beberam e que, já à noite, discutiram. O motivo, na versão de Gustavo, é que Hilma teria ficado nervosa após o namorado se recusar a "manter relacionamento" com ela naquela noite.
Durante a discussão, Gustavo afirma ter pedido ao filho, de 17 anos, que filmasse com seu telefone o que estava acontecendo. Hilma, então teria jogado o telefone do garoto no chão e se dirigido à sacada. Gustavo afirmou que a mulher se dependurou na sacada e, depois, se jogou. O dono do apartamento negou ter agredido a mulher.
Familiares de Hilma afirmaram em postagem nas redes sociais que o namorado de Hilma tem "vasto histórico de agressão física grave, incluindo contra ex-mulheres".
Os parentes afirmam ainda exigir esclarecimentos sobre o caso e contestam a versão do namorado, de que teria pulado da sacada. "Hilma pode ter sido mais um caso de feminicídio no Brasil", diz a publicação. Integrantes da família não retornaram contato feito pela reportagem.
Outras pessoas que estavam na festa, inclusive o filho de Gustavo, confirmaram à Polícia Militar que Hilma era namorada do pai. Ninguém, por outro lado, afirma ter visto a mulher se jogando da sacada.
Parte das pessoas ouvidas pela PM no dia da queda afirmou que estava em área inferior do imóvel, e que o casal estava na superior. Os telefones celulares do casal e do filho de Gustavo foram recolhidos pela Polícia Militar e entregues à Polícia Civil.
A corporação divulgou a seguinte nota: "a Polícia Civil de Minas Gerais informa que, em relação à investigação sobre a morte da mulher de 38 anos, no bairro Castelo, capital, os policiais já iniciaram os trabalhos de campo e, nos próximos dias, testemunhas serão ouvidas. A equipe policial aguarda a conclusão do laudo pericial, importante para as investigações. O inquérito será conduzido pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), sendo que nenhuma linha de investigações está sendo descartada".
O irmão de Hilma, o analista de planejamento Mauro Alves Pereira Filho, de 33 anos, afirma que a irmã não tinha motivos aparentes para o suicídio.
"Minha família descarta completamente essa possibilidade. Hilma não era só alegre. Era a alegria em pessoa. Qualquer um que conviveu com ela vai dizer isso", argumentou. Segundo Mauro, Hilma estava com viagem marcada com a filha de 16 anos e era bem estabelecida financeiramente.
Fonte: https://www.folhavitoria.com.br e https://g1.globo.com.