Funcionários de condomínio são investigados por matança de gatos
Veneno encontrado em sala da administração foi levado para análise. Seis gatos morreram envenenados em residencial de Ribeirão Preto.
A Polícia Civil investiga o suposto envolvimento de funcionários da administração do condomínio Jardim das Pedras, em Ribeirão Preto (SP), no extermínio de gatos ocorrido em março. Um frasco com o veneno estricnina, fatal inclusive se ingerido por humanos, foi encontrado na sede da administração do residencial esta semana pela polícia e encaminhado para análise no Instituto de Criminalística (IC). A apreensão foi feita na última segunda-feira (1º) mediante intervenção judicial.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Proteção aos Animais, Luiz Geraldo Dias, os laudos sobre o veneno, sobre pedaços de carne recolhidos no condomínio e gatos mortos serão confrontados em uma semana para a conclusão do inquérito sobre o crime caracterizado como maus-tratos e crueldade com morte de animais. “Se coincidir com o veneno encontrado na sala, evidentemente teremos um apontamento de autoria muito forte”, disse.
Segundo Dias, entre os suspeitos estão a ex-síndica do condomínio, Vera Lurdes Ferreira, afastada do cargo por determinação judicial, e um homem visto por uma testemunha colocando animais mortos dentro de uma caixa de papelão no dia em que ao menos seis gatos morreram envenenados, evidência que leva a polícia a suspeitar que mais animais possam ter sido mortos.
“A testemunha nos revelou que viu um homem com uma caixa de papelão recolhendo gatos que parecia trabalhar no condomínio, mas que ela nunca tinha visto”, disse.
Sala fechada
Nomeado pela decisão expedida pelo juiz Heber Mendes Batista em 26 de março, a mesma que permitiu a entrada da polícia na administração do Jardim das Pedras, o interventor do residencial, Helder Luiz Vicente do Nascimento, alega que equipamentos que faziam o monitoramento do condomínio, além de documentos fiscais, não foram encontrados na sala, que estava trancada e teve que ser arrombada. “A gente está até perdido porque não temos informação nenhuma”.
Ex-síndica
Por telefone, Vera Lurdes Ferreira negou saber que havia veneno na sala da administração e reforçou que ela e outros funcionários do condomínio – ao todo são 65 – não têm envolvimento no extermínio dos gatos.
Ela disse que não foi comunicada sobre seu afastamento da administração do condomínio. “Até o momento não fui citada por nenhum oficial”, afirmou Vera nesta quarta-feira (3). Ela alegou ainda que foi ameaçada de morte por moradores e registrou boletim de ocorrência na polícia.
Vera também alegou que continua a viver no condomínio e que documentos referentes ao residencial não foram retirados por ela da administração.
Denúncia
A denúncia sobre as mortes dos gatos no condomínio foi feita em março por um grupo de moradores. Cerca de 20 animais abandonados viviam soltos no local e eram cuidados por voluntários. Segundo eles, três deles foram encontrados mortos em uma vala nos fundos do residencial. Quatro foram socorridos enquanto agonizavam e levados a veterinários particulares e ligados às ONGs de Ribeirão. Três deles não resistiram. De acordo com moradores, grande quantidade de carne contaminada foi encontrada nas áreas comuns do condomínio.
Fonte: http://g1.globo.com/
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