Medo de elevador? Conheça os principais cuidados para evitar acidentes no futuro
Na última semana, um acidente incomum que esmagou uma senhora em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e outro num canteiro de obras em Cuiabá (MT), que deixou três mortos, levantou dúvidas sobre a segurança nos elevadores. No entanto, não há motivos para pânico. Acidentes em ascensores são remotos, raros, sendo até difícil encontrar registros.
"Sempre digo em palestras que elevador é o transporte mais seguro do mundo. Acidentes de carro matam dezenas de milhares de pessoas por ano só no Brasil; elevador mata quase zero. Mas ninguém tem medo de andar de carro e muita gente tem medo de andar de elevador", constata Ruy Navarro, engenheiro eletricista.
Os acidentes mais comuns em ascensores envolvem a abertura emergencial da porta por pessoas leigas, brincadeiras dentro da cabine e resgate inadequado de passageiros. Para evitar tais acidentes, o síndico profissional e advogado Inaldo Dantas esclarece que alguns cuidados devem ser tomados.
Aos síndicos de condomínios, Inaldo afirma que é preciso manter um contrato rigoroso com a empresa de manutenção do elevador, exigindo que a mesma tenha registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e Certificado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Além disso, diz Inaldo, "é necessário seguir a rigor as orientações do fabricante".
CUIDADOS NO ELEVADOR
Evitar brincadeiras dentro da cabine
Não permitir criança desacompanhada por adulto
Sempre respeitar o limite permitido de carga e de pessoas
Não fumar dentro da cabine
Nunca usar a abertura emergencial da porta
Vericar se o elevador está nivelado com o piso em que se encontra
PRECAUÇÃO
Muitas pessoas têm medo e não sabem como agir em situações adversas dentro de um elevador. Apenas 20 minutos parado naquele retângulo já batam para assustar muita gente. É nesse momento que atitudes erradas e precipitadas podem ocasionar incidentes. Portanto, é preciso agir com calma.
Ciléa Vaz, 50 anos, conta que tem medo principalmente dos elevadores mais velhos. "Eu não sei porque tenho medo, mas penso que o elevador vai parar e temo ficar presa. Já aconteceu um acidente com um familiar meu num hospital do Recife. Ele foi entrar e morreu. Eu já tinha medo, mas depois disso aumentou", conta.
Rosinha Barbosa, que é doutora e professora do curso de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diz que em primeiro lugar é importante diferenciar o medo da ansiedade. "O medo está geralmente ligado a uma necessidade de segurança, do indivíduo se proteger de um perigo real. A ansiedade, por sua vez, está ligada a um perigo que o indivíduo não sabe precisar, está indefinido para ele".
Assim, segundo a psicóloga, uma pessoa pode ter medo de andar de elevador em virtude de alguma experiência negativa que vivenciou, por conta de algum relato negativo que escutou de outra pessoa, ou porque teme estar nesse ambiente.
Rosinha ainda ainda lembra que caso o medo do indivíduo se torne excessivo, pode gerar uma fobia, que pode ser tratada com terapia ou remédios, dependendo da gravidade.
QUANDO O ELEVADOR PARA
O primeiro passo é comunicar ao porteiro ou zelador do prédio o ocorrido. Depois, manter a calma e lembrar: qualquer procedimento de retirada de pessoas só deve ser feito pelo técnico de manutenção ou pelo Corpo de Bombeiros. Logo, não tentar sair do equipamento sem orientação profissional é fundamental.
A empresa de elevador Schindler sugere que usuários retidos em cabines utilizem o interfone para pedir à portaria que chame um técnico da empresa de manutenção. Na ausência desse dispositivo, continua a Schindler, a orientação é usar o botão de alarme para emitir um sinal sonoro.
Na dificuldade do uso dessas duas opções, recomenda-se procurar placas fixas (obrigatórias em todas as cabines) com telefones da empresa de manutenção.
Confira alguns ítens exigidos nos elevadores pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 19 de setembro de 2008, a NBR 15.597:
• Braile nos pavimentos e na cabina;
• Luz de emergência;
• Interfone ligado à portaria e à casa de máquinas;
• Aviso sonoro informando o andar;
• Nivelamento preciso da cabina nos andares;
• Caixa de inspeção no topo da cabina; escada de acesso ao poço;
• Placas de advertência e sinalizações nas portas de pavimento, principalmente quando o elevador estiver em manutenção e também aquelas de atenção para o usuário verificar se o elevador encontra-se no andar antes de entrar;
• Guarda corpo (espaço cercado localizado no lado externo do teto do elevador para garantir
a segurança do técnico durante a manutenção do equipamento);
• Protetores de polia de tração e do limitador de velocidade.
Fonte: http://ne10.uol.com.br
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