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Dengue e chikungunya

Condomínio no RJ registrou mais de 20 casos

segunda-feira, 25 de março de 2019
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Condomínio no Jardim Botânico tem mais de 20 casos de dengue e chikungunya

Infectologista alerta que o mês de abril é "a pior época do ano" e que surtos como esse já estão acontecendo em vários bairros da cidade, como Ilha do Governador e Taquara

Moradores de um condomínio de casas na rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, alertaram a prefeitura sobre vários casos de dengue e chikungunya na região. Segundo informações dos condôminos, 22 pessoas foram picadas por mosquitos Aedes aegypti contaminados com uma das duas doenças.

O G1 esteve no condomínio na última sexta-feira (22) e encontrou possíveis focos de criadouros do mosquito. Vasos de plantas com larvas, bromélias com água parada e muitos mosquitos foram encontrados pela reportagem.

A região é cercada pela Floresta da Tijuca e praticamente todas as 150 casas do local possuem jardim e piscina. No interior do condomínio também existem dois terrenos vazios e mais três casas em obra, o que dificulta o combate aos transmissores das doenças.

"Esse surto de chikungunya assustou bastante a comunidade do condomínio. O síndico e a esposa estão infectados. O número de casos relatados até o momento são mais de 20 pessoas infectadas, em 15 casas diferentes. Tudo começou na semana passada", contou Marcos Avila, morador do condomínio há mais de oito anos.

Além dos moradores, cinco funcionários do conjunto de casas também foram infectados recentemente. O porteiro Marcos Pereira disse que só ele já pegou dengue três vezes, nos 18 anos que trabalha no condomínio.

"A primeira vez que eu peguei foi em 2002, logo depois que eu comecei a trabalhar aqui. A segunda vez foi em 2016 e agora esse ano. Os sintomas começaram no meio da madrugada, quando eu comecei a sentir calafrios e dores no corpo. Levantei umas 5h da manhã e fui para o posto de saúde. O médico me examinou e disse que eu estava com dengue", disse Marcos, que precisou ficar em casa por cinco dias de repouso.

Infectologista alerta que surto já é realidade

Para a infectologista Otilia Lupi, doutora em medicina tropical, doenças febris agudas e dengue pela Fiocruz, esse surto de dengue teve início em dezembro do ano passado.

"Esses surtos acontecem por conta da volta da circulação de um sorotipo que não circulava desde 2002. Nós já estávamos esperando a volta desse sorotipo por conta do tempo que ele ficou afastado", disse Otilia.

De acordo com a doutora, casos como esse do Jardim Botânico estão acontecendo em vários bairros, como por exemplo a Ilha do Governador e a Taquara. "A pior época do ano é abril por conta das chuvas. O ciclo da dengue começa ao longo do verão e depois do período de chuvas ele aumenta muito. O ciclo só vai cair depois de maio e junho", alertou a infectologista.

A maior preocupação dos médicos diante de um período de grande evidência de dengue e chikungunya é que os casos desse ano sejam de dengue tipo 2. "Esse sorotipo tem algumas caraterísticas especiais. Nosso temor é que esse pode ser um pouco mais grave. Existe um temor pela volta do dengue dois", disse Otilia Lupi.

Em todo mundo foram identificados cinco tipos diferentes de dengue. No Brasil, os tipos de dengue 1, 2 e 3 já foram encontrados. O tipo 4 é mais comum na Costa Rica e na Venezuela. Já o tipo 5 foi identificado em 2007 na Malásia.

Todos os cinco tipos de dengue causam os mesmos sintomas, que incluem febre alta, dor de cabeça, dor no fundo dos olhos e cansaço extremo.

Os principais focos para a proliferação do mosquito aedes aegypti são locais que podem acumular água parada. Uma fêmea põe até 3 mil ovos durante seu ciclo reprodutivo.

Fonte: g1.globo.com

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