‘Estamos vivendo um terror’, diz vizinha do viaduto que caiu em BH
Nesta segunda, alça que desabou é demolida; queda causou duas mortes. Comissão de moradores quer evitar reconstrução do elevado na Av. Pedro I.
"Nós estamos vivendo um caos, um terror”, disse Glaucilene Moreira, vizinha do Viaduto Guararapes, que caiu na última quinta-feira (3), deixando dois mortos e 23 feridos. Ela conta que não consegue dormir desde o acidente e cobra apoio psicológico, pois se sente abalada. Para defender os interesses da comunidade do entorno da obra, uma comissão de moradores foi criada para acompanhar a demolição.
Nesta segunda-feira (7), após autorização da Justiça, começaram os trabalhos para remoção de parte da estrutura caída sobre a Avenida Pedro I. A partir de acordo entre a comissão e a Defesa Civil, o serviço seguirá até as 22h e será retomado na manhã seguinte, a partir das 8h, caso não seja concluído. Segundo a prefeitura da capital mineira, o serviço deve ser finalizado entre 24 e 48 horas.
De acordo com a advogada Ana Cristina Campos Drumond, presidente da Associação dos Moradores e Lojistas da Pedro I, Vilarinho e Adjacências, o acordo assegura acesso aos laudos e permite acompanhar de perto o serviço, mas não resolve problemas de quem vive nas redondezas. “O abalo emocional é superior a isso. Os moradores estão temerosos”, disse. Ana Cristina também integra o grupo que acompanha os trabalhos de demolição.
Ela explica que a proximidade do viaduto com dois condomínios de prédios residenciais cria grande situação de insegurança. Ela advoga para um dos condomínios. Ao lado esquerdo do elevado, no sentido bairro, é possível ver um muro que passa bem ao lado da alça que desabou e está sendo demolida. “O muro é comum ao condomínio Antares e Savana, no bairro São João Batista. Há rachaduras. O tremor da queda foi tão grande, que teve gente que caiu no chão”, disse. Ainda segundo ela, uma das escoras do viaduto foi lançada na área de um dos condomínios durante a queda.
Com o ocorrido, antigas reivindicações dos moradores voltam à tona. Uma delas era impedir que o viaduto passasse pelo local. “Vamos pedir futuramente que este viaduto não seja reconstruído ali”, disse a advogada. Ela afirma que, para a obra de implantação do elevado, a via foi elevada entre seis e nove metros, criando um grande desnível nos condomínios, e favorecendo o risco de acidentes com carros que passam acima.
Segundo Ana Cristina, além da questão da segurança, é esperado que a investigação aponte responsabilidades. “A gente espera que seja feita a perícia criminal de apuração dos responsáveis. Nos chocou muito saber que houve mortes, muita gente ferida e abalada”, afirma
Fonte: http://g1.globo.com/
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