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Edifício Atlântico

PR: Tragédia provocada por falhas de construção completa 30 anos

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
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Desabamento de prédio que matou 29 pessoas em Guaratuba completa 30 anos

Edifício Atlântico foi construído com muita areia e pouco cimento. Hoje, jardim mantido por vizinho é memorial informal no terreno

O desabamento do Edifício Atlântico, em Guaratuba, completou 30 anos nessa terça-feira (28). A tragédia deixou 29 mortos, sete feridos e uma marca na história do Litoral do Paraná.

Em 1995, o prédio tinha menos de um ano de construção quando começou a apresentar problemas estruturais. A estrutura de seis andares desabou em meio à temporada de verão, quando 36 pessoas estavam na edificação, por volta das 10h da manhã de um sábado, dia 28 de janeiro. Bombeiros e voluntários trabalharam mais de 50 horas nos escombros em busca de vítimas. 

O prédio, com 16 apartamentos, estava em obras para o reforço de colunas de sustentação. Em dezembro de 1994, moradores já tinham ouvido um barulho e percebido rachaduras. As portas e janelas do apartamento térreo não abriam

Na época, um técnico teria constatado que o dano seria em apenas um apartamento, mas um estudo mais profundado na fundação teria sido sugerido.

O engenheiro que construiu a obra, Ney Batista Torres, estava no exterior e teria achado melhor esperar que a temporada terminasse para iniciar reparos.

Uma semana antes do acidente, novos barulhos foram ouvidos no prédio, que apresentou novas rachaduras. Portas e janelas não abriam e nem o elevador funcionava. Os moradores pediram medidas urgentes. 

Após visita de um engenheiro, os proprietários decidiram em assembleia contratar uma empresa especializada, a Construtora Cambuí, para orientar o trabalho emergencial. 

As obras começaram na sexta-feira e a tragédia aconteceu no sábado pela manhã quando os operários estavam no prédio.

No dia da tragédia, cinco apartamento foram esvaziados por riscos de uma parede desabar. Os proprietários não imaginavam que o prédio desabaria. Algumas pessoas decidiram permanecer. Todas as pessoas de uma família morreram. 

Após as vigas estourarem, algumas pessoas que estavam no térreo e operários conseguiram escapar. Dois operários teriam corrido em direção a um terreno vizinho e pularam um muro. 

Um laudo feito na época mostrou que o excesso de areia e a falta de cimento no concreto, além de ferragem em ferros inapropriados para a construção, causaram o desabamento do prédio.

O engenheiro Ney Batista Torres foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP) por homicídio culposo, sem a intenção de matar. Ney Torres teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Engenharia (CREA-PR) em 1998. Ele ainda fez um acerto com as famílias de algumas vítimas.

Escombros

Os escombros da tragédia passaram dos cinco metros de altura. Durante 50 horas bombeiros, policiais, médicos e diversos voluntários foram organizados em grupos para retirar os escombros com as mãos e ferramentas como pás.

Sete pessoas foram resgatadas nos escombros. De 10 em 10 minutos eram feitos momentos de silêncio para que as vítimas pudessem ser ouvidas. Quem participou dos resgates relata que era possível ouvir vozes de crianças em baixo dos escombros. O trabalho exaustivo de resgate resultou em vidas salvas, como o de uma mulher que teve apenas um ferimento no pé. Muitos feridos perderam familiares na tragédia.

Terreno

O terreno na Rua Gabriel de Lara com a Santos Dumont recebe os cuidados dos vizinhos. Quem não conhece a história pode achar que é só mais um lote baldio.

Alguns moradores pedem que um memorial em homenagem as vítimas seja erguido no local, evitando assim abandono do lote e lembrando aqueles que perderam suas vidas na tragédia.

Hoje, o aposentado João Tavarez cuida do terreno voluntariamente. É um jardim gramado, com flores, mosaico e árvores. Ele transformou o espaço em um jardim informal. 

Com informações da TV Band e do Portal da Cidade de Guaratuba

Fonte: https://www.band.uol.com.br/band-parana/noticias/edificio-atlantico-30-anos-da-tragedia-em-guaratuba-202501282053

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