Um mês após acidente, reparos no edifício Versailles estão em estudo
Hoje faz um mês desde que caiu uma varanda do Edifício Versailles, no Meireles. Recuperação do prédio ainda passa por avaliação. O acidente vitimou duas pessoas e fez com que sete famílias precisassem sair de casa
Um mês depois do desabamento de uma das varandas do Edifício Versailles, no Meireles, equipe de técnicos contratada pela administração do condomínio estuda projetos para recuperação do prédio. A informação é do coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, Cristiano Férrer. O acidente resultou na morte de dois homens que trabalhavam em obra na varanda e deixou as sete famílias que moravam no prédio sem a chance de voltar para casa. A interdição não permite nem o recolhimento dos pertences deixados às pressas.
À época em que ocorreu o desabamento, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) elaborou laudo técnico recomendando, em caráter emergencial, a contratação de engenheiro civil para “avaliar a estrutura da edificação e realizar os projetos de escoramento e de recuperação/reforço estrutural”.
Para Victor Holanda, advogado do condomínio, o estudo feito pelo Crea não foi suficiente. Por isso, a equipe contratada para fazer o projeto de recuperação pretende avaliar, também, a causa do desabamento. De acordo com o advogado, as famílias só poderão voltar após a entrega dessa avaliação e de ser feito o escoramento do edifício - processo que deve demorar, pelo menos, 60 dias.
Embora afirme não haver relatório que defina o que, de fato, ocasionou o desabamento da viga, Holanda defende que o problema foi originado na construção do prédio, que seria irregular, feita pela construtora Mendonça Aguiar. “O projeto executado foi diferente do que foi aprovado pela Prefeitura”, censurou.
Conforme O POVO publicou na edição de 11 de março, a construtora diz que o Habite-se do Versailles é de 1986 e que a administração e a responsabilidade cabem ao condomínio desde então. “Neste período, a construtora não recebeu qualquer comunicado apontando vícios ou irregularidades”, comunicou a empresa.
Victor Holanda disse que, regularmente, estão sendo feitas reuniões com representantes da construtora e que eles estariam solicitando que os moradores renunciassem ao direito de ação contra a empresa.
“Os moradores não aceitam. Eles não querem nem voltar para o edifício, traumatizados com o que aconteceu”, afirmou o advogado.
Abandono
O POVO foi ao Versailles na manhã de ontem e constatou que a estrutura física do prédio ainda apresenta indícios de infiltração e já soma sinais de abandono. Abordado pela equipe de reportagem, um funcionário da portaria apontou para a faixa de interdição e disse que, fora os empregados, ninguém está autorizado a entrar no edifício.
No prédio, segundo o advogado Victor Holanda, ficaram veículos, documentos, roupas, móveis e outros pertences dos condôminos. Os materiais devem levar ainda cerca de dois meses para retornarem às mãos dos donos.
Fonte: http://www.opovo.com.br/
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